De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população com mais de 60 anos ultrapassou os 32 milhões em 2022. A novidade, já que temos feriado à vista? Eles amam viajar. Sim! Segundo a American Association of Retired Persons (AARP) mais de um terço de todos os viajantes de 2024, até junho, eram sêniores e o número só aumenta.
“Esse público aproveita a estadia tanto quanto e, muitas vezes, até mais do que os jovens e adultos e não estou falando de uma estatística qualquer, estamos falando da nossa experiência de anos in loco. É isso o observamos diariamente, especialmente quando se trata de um resort pé na areia”, declara Maitê Teixeira, gerente comercial do Cana Brava Resort, localizado em Ilhéus, na Bahia.
O hotel percebeu um aumento de 13% do público da chamada “melhor idade” já em 2023. “Percebemos que boa parte do público sênior busca viajar com os familiares, já que muitas famílias que nos visitam incluem três gerações. Isso acontece porque oferecemos a experiência do resort na beira da praia, que possibilita desde brincadeiras e diversão para as crianças até relaxamento para os adultos. É o tipo de lugar que todos conseguem aproveitar”.
De spa a atividades inclusivas: tudo para todos sem exceção
Com uma área de mais de 70.000 m² de frente para o mar e muito verde, o Cana Brava Resort conta com 346 acomodações entre quartos e chalés, três piscinas, três restaurantes, seis bares, um lago particular em que hóspedes podem praticar tirolesa, caiaque ou stand up paddle, esporte em que você rema em pé numa prancha, cinema, quadras esportivas, salão de jogos, academia, sauna, parque infantil, dentre outras atrações.
Como todo bom refúgio baiano, o complexo oferece dentro do resort, o Spa Lili Damasceno, que permite a realização de massagens ouvindo as ondas do mar ou na própria sala terapêutica, adaptada com música ambiente e óleos essenciais para puro relaxamento, com tarifas à parte, é claro.
A pedida cai bem logo após uma caminhada matinal ou trilha guiada na mata nativa, e até depois daquele passeio turístico na cidade, que deve incluir a casa do fabuloso escritor Jorge Amado e as fazendas de cacau típicas da região.
Uelton Santos, responsável pela programação de lazer do Cana Brava diz que é preciso perceber as nuances entre os gostos dos diferentes públicos. “Temos que escolher com carinho e estratégia as atrações que oferecemos, pois queremos que todos participem, independentemente da idade. Podemos dizer que os hóspedes da melhor idade são os mais receptivos e os mais exploradores”.
A gastronomia de serviço all-inclusive, com alimentação, drinks, bebidas e sobremesas 24 horas, do café da manhã até o jantar, com diversas opções para todos os gostos, faz do resort é um dos destinos prediletos para esse tipo de público já que une conforto, segurança, entretenimento e conexão, literalmente, para quem quer ficar com os pés na areia ou na piscina, se assim desejar.
Especialista defende turismo sênior pela saúde mental
É claro que essa movimentação toda faz bem para o corpo e a mente, principalmente dos 60 mais. “As redes de turismo estão percebendo algo que a psicologia já vem apontando: essa geração de pessoas idosas é ativa, tem autonomia de decisão, saúde preservada e, sim, muitas vezes, poder aquisitivo para investir em experiências, não em bens”, esclarece Danilo Suassuna, Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008) e Diretor do Instituto Suassuna.
De acordo com o especialista, o público maduro busca relações, prazer, descobertas, contato com a natureza e cultura. “Quando um hotel ou destino turístico valoriza esse público, está respondendo a uma necessidade real que eles têm: a de viver plenamente, em todos os sentidos”.
Do ponto de vista da neurociência, estímulos novos como ambientes diferentes, cheiros, sons e pessoas ativam áreas do cérebro ligadas à memória, à atenção e à flexibilidade cognitiva. “Estudos mostram que manter o cérebro exposto a novidades pode ajudar a retardar o declínio cognitivo. Além disso, a convivência social estimula a liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, que estão diretamente relacionados à sensação de prazer e bem-estar”.
O mais importante, do ponto de vista psicológico, é que a experiência da viagem esteja conectada ao desejo da pessoa, independentemente do destino ou quantas estrelas credenciam o local em que se está hospedado. “Nesse contexto, viajar não é um luxo e sim, um investimento em saúde mental, conexão social e qualidade de vida e depende das escolhas e preferências de cada um. O importante é se sentir feliz e livre para experimentar e viver”, fala o especialista.