Vivemos em uma sociedade onde o lema parece ser: “Compre e você será feliz.” Novos lançamentos, tendências e produtos que prometem “transformar sua vida”, além de novidades “imperdíveis”, não faltam em nosso dia a dia. Não é errado querer coisas boas ou adquirir algo que você goste, mas há um limite, onde o desejo por ter o que só o dinheiro pode obter se transforma em uma terrível armadilha. E o problema não está nas coisas, mas no coração.
Quantas vezes você já pensou: “Se eu tivesse aquele celular, aquela roupa, aquele sapato, aquele carro, aquelas férias, aquela casa… minha vida seria completa”? É muito fácil cair nessa cilada. A cada conquista, a alegria dura pouco. Logo surge outro desejo, e a satisfação parece sempre estar um passo à frente, mas nunca ao alcance. Por quê? Porque fomos criados para algo infinitamente maior do que qualquer coisa que o dinheiro possa comprar
O apóstolo Paulo escreveu: “Aprendi a estar contente em toda e qualquer situação” (Filipenses 4:11). Paulo entendia que o segredo da verdadeira satisfação não estava no que ele tinha, mas em Cristo. Contentamento não é resignação, e sim a confiança de que Deus já nos deu e nos dará tudo o que precisamos, no tempo certo e conforme Sua vontade.
Não é errado querer ou comprar coisas boas. A questão é: quem manda em quem? Se nossa felicidade depende de uma compra, ou se medimos nosso valor pelo que possuímos, algo está fora do lugar. Não é mesmo? Jesus nos alertou: “A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui” (Lucas 12:15).
No Reino de Deus, a lógica é oposta à deste mundo. Segundo a Bíblia, quanto mais nos apegamos ao que temos, mais miseráveis espiritualmente somos; e quanto mais damos, mais ricos em bençãos nos tornamos. “Quem é generoso progride, quem dá alívio aos outros recebe alívio” (Provérbios 11:25). Sempre há alguém com menos do que nós. E enquanto corremos atrás de acumular, quantos poderiam ser ajudados com o pouco que às vezes gastamos em futilidades?
Guarde bem isso que vou lhe dizer: o consumismo promete felicidade, mas entrega ansiedade. Ele nos prende em uma corrida sem fim, comparando-nos com os outros, exigindo mais e mais. Deus, por outro lado, nos chama a um descanso que só é encontrado nEle. Quando vivemos com contentamento, podemos dizer: “Tenho tudo o que preciso, porque Cristo é suficiente.”
Talvez sua mente esteja gritando agora. Seus impulsos encherão seus pensamentos com raciocínios que sempre chegarão na mesma conclusão: você nunca tem o suficiente, por isso nunca consegue fazer o suficiente, e então, termina nunca sendo o suficiente para “ser feliz”. Vou deixar que o próprio Jesus Cristo cale esses pensamentos agora. Ele disse: “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Liberte-se da necessidade de impressionar, de acumular, de correr atrás do vento. Viva para algo maior. Seja generoso(a), ame mais, confie plenamente em Deus. E lembre-se: o que você possui não define quem você é.
A vida em Cristo é simples e profunda. Não é medida por etiquetas, limites de cartão de crédito, saldos bancários, ou coisas semelhantes, mas revestida da glória do Rei do Universo. Desejo que Ele lhe abençoe financeiramente, sim, porque Ele o faz. Mas que essas bençãos jamais dominem seu coração, porque como é feliz aquele(a) para quem só a Graça de Deus é suficiente.
Com amor, em Cristo,
Pr. Raphael Melo
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