A reprise de “Vale Tudo”, que estreia na TV Globo no próximo dia 31, já está dando preguiça muito antes de começar. A causa é multifatorial, e começa pelo fato de milhares de pessoas estarem analisando uma novela que ainda nem começou, como bem avaliou Débora Bloch, em uma coletiva, quando disse “mas já tem críticas antes da estreia?”.
Para piorar, muitas destas pessoas que estão julgando não assistiram a versão original, já que nasceram depois dos anos 1990, ou seja, elas conhecem apenas trechos isolados da novela que circulam na internet, como os que Odete Roitman (Beatriz Segall) aparece destilando algum preconceito.
Em meio a esse mar de expectativa e pressão por parte do público, há outra camada que deixa tudo mais pesado: as entrevistas polêmicas que a autora, Manuela Dias, deu sobre sua versão da novela.
Não tenho dúvida da capacidade dela, que é sim uma autora consagrada dentro da Globo. O problema, neste caso, é que toda obra deve ter “pernas próprias” e caminhar de forma independente. Por isso, sair por aí explicando como ela pensou a Odete ou a Maria de Fátima desta nova versão, como ela fez em entrevista para os jornais Estadão e Folha de São Paulo, não vão impedir o público de gostar ou não da novela. Pelo contrário, só joga mais lenha na fogueira.
Então, essa mistura de saudosismo artificial com uma vontade desesperada de agradar a audiência só gera ansiedade e que me causa o desejo sincero de passar bem longe de tudo que envolve essa trama. Preguiça mesmo.