Não existe almoço grátis neste mundo. É com esse ditado popular que devemos olhar para a participação do SBT, Record e RedeTV! no “Melhores do ano”, da TV Globo, neste domingo (15).
Com a roupagem de “homenagem” a Silvio Santos, e festa com famosos, a parceria das emissoras reflete na verdade a percepção de Huck -muito inteligente, inclusive – e da direção da Globo de que a TV aberta só sobreviverá se houver uma grande união entre os grandes canais.
Isto porque a internet e os streamings fragmentaram a audiência de tal maneira que, mesmo que o jornalismo ainda esteja forte na TV, devido à credibilidade que construiu ao longo dos anos, o setor de entretenimento tem tido dificuldade de pautar a vida cotidiana no Brasil.
Neste contexto, Globo uniu-se aos “iguais” para se fortalecer e mostrar que apesar das diferenças em estrutura, produção e tamanho, estão todos no mesmo barco.
Patrícia Abravanel, Daniela Beyruti, Sonia Abrão, Ticiane Pinheiro, Luciano Huck e colegas conversam com uma geração e um público que gostam especialmente de TV aberta. E é justamente esta galera que a Globo (e demais canais) pretende manter.
Mesmo que pareça festa, a união de nomes tão poderosos é na verdade um esforço racional para construir pontes para um abismo que, inevitavelmente, está cada vez mais próximo.