A casa própria é um dos pilares centrais da novela Vale Tudo, pois, ao vender a moradia da família, Maria de Fátima (Bela Campos) dá início a uma saga em busca de prestígio e ascensão social, ao mesmo tempo em que mobiliza sua mãe Raquel (Taís Araújo) e a coloca em uma jornada de sobrevivência inspiradora, como estamos acompanhando.
O drama foi criado originalmente em 1988, porém, as dificuldades e os sonhos dos brasileiros em relação à aquisição do primeiro imóvel continuam vivos. Por isso, a coluna Melhores da TV, de AnaMaria, mostra o que mudou desde então sobre o tema:
Era mais fácil comprar uma casa?
De acordo com a advogado Márcio Caixeta, Presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB/DF, não. “Embora os preços dos imóveis fossem geralmente mais baixos no passado, o acesso ao crédito era mais restrito e as taxas de juros eram mais altas. Portanto, conseguir um imóvel próprio era um desafio diferente, mas não necessariamente mais fácil”, explica.
Dinheiro na mão é vendaval…
Naquele período, a moeda utilizada no país era o Cruzado, que foi representado pelo símbolo Cz$. Na versão atual de Vale Tudo, fica subentendido que Maria de Fátima vendeu a casa da própria mãe por R$240 mil. Afinal, quanto seria esse valor em Cruzado? Segundo as contas da coluna, duzentos e quarenta mil reais seriam, em 1988, quase 800 bilhões de cruzados!
O país já tinha uma política de crédito imobiliário, tipo o “Minha Casa, Minha Vida”?
Sim, pois segundo o advogado Thiago Souza, Presidente da Subseção da OAB-DF/Sobradinho, naquele período, o Governo Federal tinha o Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
“No entanto, essas políticas eram mais restritas e o acesso ao crédito era mais difícil em comparação com os dias atuais. Aliás, hoje em dia é tudo mais fácil por causa da digitalização global, permitindo que a maioria das pessoas tenha acesso ao crédito por meio de um simples celular”, explica.