Emílio Surita já viveu tempos de glória na TV Brasileira, quando o antigo “Pânico na TV” era apresentado por ele e seus colegas. Ao todo, foram 14 anos de programa, sendo 9 deles na RedeTV, emissora sediada em Oscaco, São Paulo. De lá, surgiram nomes que até hoje fazem sucesso no entretenimento, como Nicole Bahls, Eduardo Sterblicht e, podemos dizer, de certo modo, Sabrina Satto, já que esta última veio do BBB na Globo.
De fato, na época era um programa engraçado, com um humor nonsense e que às vezes se fazia muito necessário, com quadros como o “Sandália da humildade”, que debochava do ego de celebridades e grandes artistas brasileiros.
No entanto, o tempo foi passando e o “Pânico” começou a perder sua relevância. A consciência em massa das lutas identitárias deixaram as mulheres frutas e objetificadas, representadas na imagem das “panicats”, cada vez mais sem sentido.
Já violência excessiva, também explorada por Emílio, como a do quadro “Momento Amy Whinehouse”, que satirizava a cantora que faleceu em 2011 decorrente de uma luta feroz contra a dependência química, começou a ficar indigesta e, sem saber evoluir, o programa perdeu sua relevância.
Sem criatividade, sobrou apenas o preconceito: contra anões, mulheres, gays e demais minorias. E, como já sabemos, o humor brasileiro pode mais do que isso, como vem provando o “Porta dos Fundos”, por exemplo. Dá para fazer humor respeitando algumas premissas básicas.
Mesmo assim, Emílio Surita insiste em piadas que jogam contra as minorias. O exemplo foi a “tiração de sarro” contra Marcelo Cosme, âncora da GloboNews, nesta semana. A “imitação chocou a internet e gerou acusações de homofobia. Ou seja, o público do “Pânico” cresceu, mas seu idealizador, Emílio Surita, não!
Dessa forma, ao criticar a linguagem de Cosme, Surita demonstra que ainda está apegado ao tipo de humor que afundou o “Pânico na TV”: retógrado e datado.