Donald Trump utiliza medidas fáceis para impulsionar sua popularidade nos primeiros dias de governo, e, ao deportar brasileiros, mexicanos, colombianos e demais imigrantes, ele passa a sensação, para seu público extremista, de que está “limpando a América” dos forasteiros.
No entanto, enquanto os aviões levam de volta milhares de latinos (em condições bem duvidosas, inclusive) os EUA veem brilhar na corrida pelo Oscar duas produções poderosas: “Ainda Estou Aqui” e “Emilia Pérez”.
Mesmo com todas as críticas que cercam “Emilia Pérez” e sua legitimidade enquanto filme que fala sobre o México, ambos filmes levantam a bandeira de países latinos, e isto todos os extremistas não poderão evitar.
Nem todos que vivem nos EUA odeiam os estrangeiros, mas todos aqueles que odeiam terão que coexistir, na noite do Oscar, com Fernanda Torres, Selton Melo, Walter Salles, Karla Sófia Gascón, Selena Gomez e todos aqueles que representam a categoria de “Melhor Filme Estrangeiro”.
O momento oferecerá a abertura necessária para discursos poderosos que podem deixar mais leve o rumo da história atual. Basta saber quem terá a coragem de “hablar”.