Desde que lançou seu novo projeto, “São Juão – Ao Vivo”, a ex- BBB Juliette virou alvo de críticas, tanto de especialistas em música como do público em geral.
Parte dos que a detonam afirmam que as canções são superficiais e fazem uma apropriação inadequada da cultura nordestina e de clássicos da festa de São João.
De fato, “Vem galopar”, principal hit do projeto, é “mais do mesmo” e ainda traz uma sensualidade que, particularmente, acho comercial e bem piegas. Ainda, essa sensualidade parece não combinar com a festa junina.
Apesar destes equívocos, que em parte são realizados pela imensa equipe ao redor da cantora, Juliette tem melhorado a cada dia, tendo mais presença de palco, maior afinação e se tornando uma artista mais “dona de si”.
Além disso, a história deste álbum de festa junina poderia ser lida por diversos ângulos: apropriação cultural, luta identitária, uso da cultura popular pela indústria cultural e de massa etc. E, em quase todos estes cenários, podemos pensar em uma leitura negativa em relação à cantora. Puro preciosismo, na verdade!
Por isso, eu vou ser simples e agradecer a Juliette. Afinal, quem me dera se todas as celebridades e ex-BBBs tivessem um interesse tão genuíno pela música e pela cultura brasileira como ela tem.
Se todos fossem como ela, teríamos menos barracos na internet, menos exposições da vida alheia e, no máximo, as reflexões seriam como essa: sobre a música e a cultura brasileira.
Sendo assim, mesmo com tropeços, Juliette está no caminho certo e, se não desistir, poderá ser uma artista muito interessante no cenário nacional.