O filme “Domingo sem Deus”, dirigido por Breno Moreira (da produtora Brasil Paralelo), tem estreia prevista para janeiro de 2026. Primeiro longa-metragem, de Breno Moreira, conta também com
Humberto Martins e Neusa Borges no elenco. Já a série “Quando Ela Desaparecer”, do Globoplay, é baseada no livro policial de Victor Bonini, com direção de Fabrício Bittar, tem estreia prevista para o meio do ano de 2026.
A Beleza que atravessa telas: da série ao cinema
Após sua participação marcante como uma Repórter em Quando Ela Desaparecer, Ste estreia no cinema com um papel que revela sua força dramática e sua capacidade de navegar por personagens complexas.
Ste Durval interpreta Jade, uma menina criada na comunidade do Rio de Janeiro, que ama o universo do funk, praia, é “cria”, bem carioca raiz. É também amiga de Amanda, a protagonista.
“Vejo o longa como hiper-realista e tenho certeza de que nunca houve nada parecido no mercado audiovisual. Ele tem muitas camadas. Ao ler o roteiro completo, percebi como expõe a dualidade entre a favela e o asfalto, tem uma estética que combina verdade nua e crua e a delicadeza, o luxo e a pobreza , e a falta de oportunidades para quem nasce nesses territórios”, reflete a atriz.
“O longa combina realismo e poesia para retratar a vida dentro de uma comunidade no Rio de Janeiro e dentro do próprio Walter ( personagem principal) , que ainda acredita que pode mudar”, resume o diretor Breno Moreira”.
(fonte: Site Brasil Paralelo)
É um filme que coloca a comunidade carioca sob uma lente que revela seus contrastes a ternura e a tensão, o brilho e a sombra, o sonho e o risco. É uma narrativa onde a poesia aparece justamente dentro do real mais duro, mostrando que, mesmo nos territórios atravessados por vulnerabilidades, existe potência, afeto e humanidade pulsando em cada detalhe.
A metamorfose para Jade: entrega, estudo e um mergulho profundo na cultura das comunidades
Para dar vida à personagem, Ste mergulhou profundamente em referências reais.
“Me inspirei nas meninas pretas da comunidade onde fui criada, na Serrinha, em Madureira. Visitei bailes de favela, engordei cerca de três quilos para ganhar mais presença de tela, investi em acessórios, roupas curtas, unhas de gel e até um gloss rosa para ir entrando no universo da Jade”, conta.
Além dessa observação nua e crua, Ste abriu um vasto laboratório de referências que incluía filmes e séries do cinema nacional, maratonando produções como O Jogo que Mudou a História, a série completa Arcanjo Renegado, Amar É Para os Fortes, Dom e Cidade de Deus.
Todas foram fundamentais para captar nuances de comportamento, energia e postura principalmente das mulheres que habitam esse universo.
Mas o estudo não parou na ficção.
Durante alguns dias, Ste mergulhou no canal NGB News, “ Joga pra lua, que é sucesso “ do YouTube, um dos maiores arquivos vivos da cultura funk e das comunidades cariocas.
“Eles visitam centenas de bailes e entrevistam as meninas. O que mais me chamava atenção era o pirulito na mão, o copão, o gloss rosa, as unhas gigantes, os trejeitos, a ‘batidinha de queixo’, a expressão corporal, o gingado delas, a forma de cumprimentar… é um mundo inteiro de detalhes. Foi um grande laboratório”, relembra.
Como parte do processo, Ste Durval viveu uma experiência inédita: foi pessoalmente a um baile de favela — algo que nunca havia feito.
“Sou cristã e filha de ex-pastor. Cresci numa comunidade, mas meus pais nunca me deixaram ir. Mas a Jade vai todo fim de semana, então eu precisava conhecer esse universo com meus próprios olhos”, revela.
A atriz preparou-se utilizando técnicas do Mouro Método para o audiovisual, um processo de criação sensorial e corporal que ela adota com disciplina.
“Eu amo estudar, fazer meu dever de casa e descobrir o personagem no corpo. É muito satisfatório ver essa construção ganhar vida. Meu principal objetivo era fazer algo realmente realista e não deixar essa personagem caricata, como geralmente vemos meninas de favela sendo retratadas no cinema nacional”, enfatiza.
Todo esse mergulho estético, corporal, social e emocional ajudou a moldar a personagem com verdade e respeito.
Arte, identidade e representatividade
Como mulher preta e multiartista, a atriz reconhece a importância de ocupar espaços e ampliar narrativas.
“Quero mostrar outras camadas desse universo e inspirar pessoas que vêm de onde eu vim. Representatividade é importante, precisamos ser valorizados — e é urgente”, afirma.
Desde cedo, a atriz esteve envolvida em iniciativas sociais. Foi aluna de teatro da CUFA em Madureira, participou do Top Cufa (2012) — onde teve aulas de passarela com Gisele Bündchen — e sempre atuou como porta-voz de meninas das comunidades.
Sua grande inspiração sempre foi Taís Araújo. Ste Durval vivenciou um marco em sua trajetória artística ao participar do concurso “Solte Seu Brilho”, no Caldeirão do Huck, projeto idealizado por Taís Araújo, Luciano Huck e CUFA, patrocinado pela L’Oréal Paris.
Inovação e novos formatos
Atenta às transformações do mercado, Ste integrou o elenco de uma das primeiras novelas verticais da plataforma ReelShort: “Casada por Acidente com um Alfa”, lançada em 2025.
O formato, pensado para o consumo rápido em telas de celular, demonstrou sua capacidade de adaptação a novas linguagens audiovisuais.
Um ano de reconhecimento
@Stedurval fecha 2025 com sentimento de gratidão e realização. Foram três grandes projetos no audiovisual, além de um crescimento artístico e pessoal que a coloca entre os nomes mais promissores e magnetizantes da nova geração de atrizes brasileiras.
