Dr. Lucas Luquetti explica como o consumo frequente do doce pode impactar o metabolismo e favorecer o ganho de peso
O doce do momento nas redes sociais, apelidado de “morango do amor”, conquistou o paladar e os olhos dos brasileiros em 2025. Combinando morango fresco, recheio cremoso de brigadeiro branco e uma crosta crocante de açúcar vermelho, a iguaria virou atração em festas, confeitarias e vídeos que somam milhões de visualizações no TikTok e Instagram. Porém, enquanto movimenta a economia e impulsiona o consumo de morangos no país, especialistas em saúde fazem um alerta: a delícia é tão charmosa quanto calórica.
Segundo o nutrólogo Lucas Luquetti, embora o morango seja naturalmente rico em fibras, vitamina C e antioxidantes, a combinação com brigadeiro e calda caramelizada transforma o doce em uma verdadeira “bomba de açúcar”.
“O problema está no excesso de açúcares simples. Essa mistura eleva rapidamente a glicose no sangue, provocando picos de insulina que, quando repetidos com frequência, aumentam o risco de ganho de peso, resistência insulínica e até diabetes tipo 2”, explica o especialista.
Além das questões metabólicas, o doce também preocupa os dentistas. A camada de caramelo, extremamente dura, pode quebrar dentes, danificar próteses ou descolar aparelhos ortodônticos, alerta o Conselho Federal de Odontologia.
Sucesso impactou até o preço da fruta
Com a explosão da tendência, o preço do morango disparou, em algumas regiões, a fruta subiu 50% só no primeiro semestre de 2025. Pequenos empreendedores chegaram a vender cada unidade do doce por até R$25, registrando filas e encomendas esgotadas.
“É uma prova de como as redes sociais influenciam não só hábitos alimentares, mas também toda uma cadeia econômica. Porém, do ponto de vista nutricional, é preciso moderação”, destaca o Dr. Lucas.
O nutrólogo recomenda que o morango do amor seja visto como um agrado ocasional, não um hábito. Para quem deseja versões mais equilibradas, ele sugere alternativas como:
● Usar chocolate 70% cacau no lugar da calda de açúcar;
● Substituir o brigadeiro por iogurte grego sem açúcar;
● Controlar a quantidade, consumindo apenas em ocasiões pontuais.
“O problema nunca é o doce em si, mas a frequência e o contexto. Um consumo esporádico, dentro de uma alimentação equilibrada, dificilmente trará danos”, conclui o Dr. Lucas Luquetti.