A paixão de Helena Murucci pela cozinha nasceu ainda na infância, ao ver a tia-avó estendendo massa fresca sobre a mesa. Bisneta de italianos que vieram ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café, ela cresceu entre risadas, panelas e o perfume do molho de tomate no fogo.
“A cozinha sempre foi território livre lá em casa. A gente cortava macarrão junto. Foi ali que aprendi que comida é afeto”, lembra.

Formada em Relações Públicas, Helena deixou o mundo corporativo em 2014 para seguir o coração e abrir a Murucci Massas Artesanais. Começou sozinha: comprava os ingredientes, preparava as lasanhas e saía para entregar. Três anos depois, ao lado de Rudy Leite e Guilherme Mendes, inaugurou o Tutto Nhoque, em Botafogo. O nhoque artesanal — receita herdada da família — conquistou os clientes e hoje a marca tem três unidades no Rio.

Mas a chef não parou por aí. Com os mesmos sócios, criou o Antiquário do Breganha, que celebra a cozinha brasileira com pratos como rabada e feijoada. O ambiente mistura bar, restaurante e loja de antiguidades, onde quase tudo está à venda.
“É como se fossem irmãos: o Tutto e o Breganha ficam lado a lado em Botafogo”, brinca.
Com duas marcas, filhos e casa para cuidar, Helena organiza tudo com método.
“Eu funciono por gavetas. Tem a gaveta da Tutto, a do Breganha, a da família. É tudo muito planejado”, conta.
Mesmo com o clima descontraído do Breganha, o rigor é o mesmo. “A comida pode ser informal, mas o processo é de restaurante sério”, afirma.
Mãe, chef e empresária, Helena acredita que as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço na gastronomia.
“Cozinhar bem é só o começo. É preciso entender de gestão, de pessoas, de dinheiro”, diz.
Para ela, a comida é mais do que sabor — é memória e afeto.
“Cresci vendo comida ser feita com amor e tempo. Sentar à mesa é sobre estar junto e criar lembranças”, resume.
Entre massas italianas e pratos brasileiros, Helena Murucci prova que cozinhar também é um jeito de contar histórias — e de mantê-las vivas.








