Especialista detalha quando optar pelo tratamento clínico ou pela cirurgia, além de revelar como novas técnicas garantem resultados cada vez mais naturais
A revelação de que Xuxa foi diagnosticada com alopecia androgenética reacendeu o debate sobre a queda de cabelo e as opções de tratamento disponíveis. A condição genética causa a perda progressiva dos fios e, segundo o especialista em transplante capilar Dr. Daniel Amadeu, pode ser controlada em estágios iniciais com terapias clínicas, mas muitas vezes evolui para a necessidade de cirurgia.
“O tratamento clínico é indicado para estabilizar e até reverter algumas fases da doença. Porém, quando o quadro já está mais avançado e as unidades foliculares não têm mais recuperação, a cirurgia passa a ser a melhor opção. Nesse caso, utilizamos fios de áreas mais resistentes às agressões e implantamos na região desejada. Mesmo assim, o tratamento clínico continua sendo fundamental, pois complementa a cirurgia e garante melhores resultados”, explica o médico.
Procedimentos longos e minuciosos
A cirurgia de transplante capilar exige tempo e precisão. “É muito comum procedimentos que durem 8, 10 ou até 12 horas, pois todo o processo é feito manualmente: fio a fio para a retirada e fio a fio para a implantação”, detalha o Dr. Daniel Amadeu.
Resultados cada vez mais naturais
Com as novas técnicas, os resultados podem ser extremamente naturais, mas dependem da experiência e habilidade do cirurgião. “É um trabalho artesanal, fio a fio, respeitando etnias, formato da cabeça e idade do paciente. Por exemplo, à medida que envelhecemos, nossa testa tende a aumentar. Se reduzo demais a testa em um paciente mais velho, o resultado não ficará harmônico”, pontua o especialista.
Experiência do paciente: muito além da cirurgia
Segundo o médico, uma boa experiência cirúrgica não se resume ao procedimento em si. “O conforto e apoio da equipe antes e depois da cirurgia fazem toda a diferença. Isso inclui orientação completa sobre o processo, esclarecimento de dúvidas, alinhamento entre expectativas e realidade, e a segurança de uma prática fundamentada em conhecimento e medicina baseada em evidências.”
Cirurgia x tratamento conservador
Para o Dr. Daniel Amadeu, não existe concorrência entre os dois métodos. Ambos são complementares. “Sempre explico detalhadamente os riscos e benefícios de cada opção. O tratamento medicamentoso é como o adubo e a irrigação de um jardim, enquanto a cirurgia seria mudar a planta, com raiz e tudo, para outro local. Mas não adianta mudar a planta de lugar sem os cuidados adequados depois. Ela continuará precisando de atenção, mesmo que seja mais resistente do que a anterior”, compara.
A mensagem final do especialista é clara: independentemente da escolha entre cirurgia ou tratamento clínico, o sucesso está na combinação de técnicas, no acompanhamento especializado e no cuidado contínuo com a saúde capilar.