Em uma entrevista, a apresentadora Renata Pitanga, que comanda o ‘Shoptime’, revelou os momentos mais marcantes de seus 18 anos de carreira. Durante o bate-papo, ela destacou a entrevista com o renomado chef Jamie Oliver como um dos momentos especiais e ressaltou a gratidão por poder apresentar novos produtos e testemunhar o nascimento de marcas durante sua trajetória.
Além disso, ela discutiu a importância das lives no Instagram como uma forma de conexão direta com o público, abordando temas como beleza, decoração e cuidados pessoais. Renata também compartilhou os desafios enfrentados ao lidar com o nervosismo inicial e a necessidade de reinventar a abordagem para manter a originalidade na apresentação dos produtos. Por fim, ela discutiu a evolução da tecnologia e a importância contínua da televisão como meio de comunicação no Brasil. Confira a entrevista!
Quais são os momentos mais marcantes desse período em sua carreira?
R: “Vamos lá… São 18 anos trabalhando ao vivo, são muitas histórias que às vezes é até difícil a gente lembrar de todas, mas o que me veio na cabeça agora, um momento muito especial foi quando eu entrevistei o Jamie Oliver que a gente fez um trabalho em parceria com a Philips e eu fui junto com o time do Shoptime pra Londres entrevistar o Jamie Oliver então eu fiquei bastante emocionada e não deixa de ser um reconhecimento pelo meu trabalho, né ?Mas de um modo geral, foi sempre muito gratificante lançar novos produtos, quantos produtos novos chegaram através do Shoptime e através do meu trabalho em conjunto. Eu apresentei para o público, eu expliquei, eu mostrei a importância. Eu acho que assim, eu vi muitas marcas nascerem lá no Shoptime, isso é muito bacana”.
Como você utiliza as lives no Instagram para se conectar com seu público atualmente? Quais são os principais temas abordados e como você aproveita essa plataforma para manter uma interação próxima com seus seguidores?
R: “Eu comecei a fazer as lives na pandemia, eu e o mundo. Enfim, foi uma necessidade e a partir daí eu me atentei para um canal com o meu público que não dependeria de ninguém, só depende de mim e deles então é muito libertador você poder falar com os seus fãs, com as pessoas que admiram o seu trabalho sem ter uma marca, uma empresa no meio viabilizando isso. Eu acho que isso foi muito vantajoso para todos os artistas. A gente fala muito sobre beleza, decoração, casa, cuidados pessoais, esses são os temas que eu abordo.
E o contato assim no Instagram ele é muito rápido, é muito dinâmico. As pessoas acompanham o seu dia a dia porque além desses temas principais tem também meu dia a dia, eu tenho a vida mundana né? Eu ir no supermercado, eu com meu filho, as tarefas domésticas… Às vezes a gente abre pra falar sobre algum assunto que se ache relevante, é muito orgânico.
Eu também divido assim, as dicas né, o que eu acho que funciona pra mim eu acho que pode funcionar também para as outras pessoas, então a gente acaba divulgando. Eu acho que é legal porque eu uso o meu poder de comunicação, pra apresentar coisas que possam ser legais para as pessoas, eu também falo um pouco sobre a reciclagem, eu faço compostagem doméstica em casa. Esse é um assunto que eu gosto muito. Eu falo se eu conseguir atingir uma pessoa assim, uma pessoa começar também a fazer compostagem doméstica é menos lixo para o planeta, então é de pouquinho em pouquinho que a gente vai.”
Durante seus 18 anos como apresentadora ao vivo, quais foram os maiores desafios que você enfrentou e como você os superou?
R: “Meu primeiro e grande desafio como apresentadora de programa ao vivo de venda foi controlar o meu nervosismo, eu tinha medo de dar um branco e de não saber o que falar, eu tá alí sozinha num cenário. Eu falei: “Gente, e se der um branco o que eu faço?” Mas esse branco nunca veio, sempre foi uma coisa muito natural, muito orgânica. O nervosismo eu levei um mês pra me acostumar e depois aquele espaço passou a ser tão a minha casa que era realmente como se eu estivesse em casa conversando com amigas. Ficou tudo muito, muito natural.
O nervosismo acho que foi o grande desafio, mas depois tudo fluiu. E um outro desafio também que depois veio com o tempo e você fazendo a mesma atividade durante muitos anos né, repetidamente é… Como falar sobre o mesmo produto sem repetir o mesmo discurso efetivamente? Porque não tinha telepronter. Então meu grande desafio era falar do mesmo produto trazendo insights diferentes, colocando na vida das pessoas sem que ficasse aquele texto óbvio, sem que ficasse aquele discurso: “Ah eu já sei o que ela vai falar”. Então colocar na vida da pessoa, trazer alguém, fazia com que eu me aproximasse do público.
Quando eu contava uma história minha eu dava também um ar mais fresco pra aquela situação porque a vida da gente nunca é igual. Então eu ia trazendo histórias, casos meus, de pessoas conhecidas, pedindo também a opinião das pessoas, a gente vai fazendo um grande emaranhado de histórias para apresentar um produto que de repente você até esquece que o objetivo era venda e vira uma grande conversa e que vira uma conversão em venda”.
Quais foram as lições mais valiosas que você aprendeu ao longo desse tempo?
R: “Eu acho que tudo na vida é uma venda, quando você vai buscar um emprego, você está se apresentando, se candidatando, se vendendo para aquele cargo. Então, assim, sempre tem o lado bom das coisas e a gente precisa saber enaltecê-los. Eu acho que isso me trouxe uma habilidade de articulação e também é mental de falar pra minha vida o que que tem de bom nisso, o que eu posso estrsir de melhor, como que eu posso contar essa história de um jeito mais positivo, como eu posso enxergar a minha vida de um jeito melhor? Isso foi um exercício que naturalmente você vai fazendo, vendendo um item você fala o que esse item tem de bom, pra que ele serve, como é que eu posso usufruir-lo da melhor maneira possível e consequentemente eu também passei a ter esse modo pro meu jeito de viver“.
Com a evolução da tecnologia e o surgimento de plataformas de streaming ao vivo, como você vê o futuro da apresentação ao vivo?
R: “Aqui no Brasil a gente ainda tem uma conexão, nossa internet ainda não é tão maravilhosa, não é todo mundo que tem telefone, então às vezes a gente fala como se fosse, como esse tipo de streaming chegasse a todos e ainda não chega e a televisão ainda é muito importante. Na China a gente tem uma outra abordagem. As pessoas realmente consomem muito mais pelo telefone, a venda pelo celular é outra realidade. Aqui a gente ainda tem muito que evoluir, eu penso dessa forma.“
Quais são as mudanças que você espera ver e como você se prepara para se manter relevante nesse cenário em constante transformação?
R: “E também tem um outro ponto que eu acho que foi muito importante assim. A tela, a lente da televisão, ela não te deixa mentir, quando você fala quando algo que não é verdadeiro, eu acho que as pessoas percebem. Então como que eu consegui durante 18 anos fidelizar o meu público, passar credibilidade, fazer com que eles confiassem na informação que eu estava apresentando, né? Você imagina que a pessoa liga a televisão e eu tô naquele item necessário pra vida da pessoa, a pessoa sem ter o produto na mão, ela confia em mim e ela compra.
Então eu sempre tive muito respeito por quem tava em casa me assistindo, pelo dinheiro dessas pessoas, por elas estarem acreditando no que eu tava dizendo. Então eu sempre fui muito transparente com relação ao produto que eu estava vendendo, a explicar na melhor maneira possível para que a pessoa pudesse se surpreender ao receber pra melhor, nunca pra pior, sabe? Então assim, a verdade acima de tudo, a verdade no olhar ela conquista e isso ninguém tira de você então assim, eu sei que as pessoas acreditam no que eu tô trazendo pra elas, acreditam na forma como eu apresento, isso é um bem maravilhoso”.
Como você se prepara para apresentar um programa ao vivo? Quais são os principais desafios e técnicas que você utiliza para lidar com a pressão e entregar um desempenho consistente?
R: “Primeiro assim, número 1, principalmente se for programa de venda, é você ter domínio da pauta, ter domínio do seu convidado, estudar aquela pessoa, estudar aquele produto, estar seguro quanto em relação ao tema, esse é o número 1. Agora, eu sempre me preparei muito, mas eu nunca fiz um roteiro muito fechado na minha cabeça, porque eu preciso estar aberta principalmente quando eu estou trocando com outra pessoa a resposta.
Às vezes você acha que a conversa vai para um caminho, ela vai para outro, eu preciso saber ir e depois retomar de onde eu estava. Então com o produto é mais simples porque o produto não fala, é ter domínio daquele produto e fazer a venda primeiro explicando tecnicamente o que que é aquele produto, colocando na vida da pessoa, isso é fundamental, é daí que vai gerar o desejo, que vai gerar a necessidade e depois apresentando a grande oportunidade que é a condição de preço, que é uma promoção especial e o que aquilo vai trazer de bom para aquela pessoa.
Então, é estudar, conhecer sobre o que você está falando, é saber mexer, manusear porque no Shoptime ainda tem isso, a gente fala, tem que saber, ainda tem que mexer no produto. Claro que às vezes no ao vivo você não consegue manusear como você queria, o produto às vezes não liga na hora que você quer, a bateria acaba… Tudo isso pode acontecer. Então também tem que ter um pouco de jogo de cintura pra brincar com essa situação e pra sair disso.
Por isso, digo mais uma vez que a verdade é fundamental. Você quer ligar um aparelho, tá sem pilha, aí fala: ‘Ai meu Deus! Gente, não botaram uma pilha, é brincadeira, tão querendo me derrubar!’ Você faz uma brincadeira, você faz uma limonada com aquele limão, fingir que algo não aconteceu quando todo mundo tá vendo fica feio, né? Então tem que assumir“.