Entender a diferença entre fome, saciedade e saciação é importante para quem busca uma alimentação mais equilibrada e saudável.
Esses termos, embora relacionados ao comportamento alimentar, têm significados distintos que influenciam como, quando e quanto comemos.
Veja:
Fome
A fome é uma sensação fisiológica que sinaliza a necessidade de energia e nutrientes pelo corpo. É controlada por uma complexa interação de hormônios e sinais do sistema nervoso central.
Quando os níveis de glicose no sangue caem ou quando o estômago está vazio, o cérebro recebe sinais para ativar a sensação de fome. Hormônios como a grelina, produzida no estômago, aumentam a sensação de fome, levando-nos a buscar alimento.
A fome é um mecanismo de sobrevivência que garante que consumamos energia suficiente para sustentar as funções vitais do corpo.
Saciedade
A saciedade é a sensação de plenitude e satisfação que ocorre após a ingestão de alimentos, sinalizando ao corpo que já consumimos energia suficiente. Ela envolve uma resposta hormonal complexa que inclui a liberação de leptina e insulina, que comunicam ao cérebro que o corpo está bem nutrido.
A saciedade ajuda a regular a frequência das refeições, mantendo um equilíbrio entre ingestão e gasto energético. Ela é influenciada pela composição dos alimentos consumidos; por exemplo, alimentos ricos em proteínas e fibras tendem a aumentar a saciedade mais do que alimentos ricos em carboidratos simples.
Saciação
A saciação, por sua vez, refere-se ao processo de sentir-se satisfeito durante a refeição, levando-nos a parar de comer. É a sensação de plenitude que se desenvolve à medida que comemos e nos leva a concluir a refeição.
A saciação é influenciada por fatores como o volume e a textura dos alimentos, o tempo de mastigação e a presença de macronutrientes específicos. Alimentos volumosos, como frutas e vegetais ricos em água e fibras, promovem uma maior saciação, ajudando a controlar a quantidade de comida consumida durante a refeição.
Essas três sensações estão interligadas e trabalham juntas para regular nosso comportamento alimentar.
A fome nos impulsiona a iniciar uma refeição, a saciação nos ajuda a decidir quando parar de comer, e a saciedade mantém essa sensação de plenitude até a próxima refeição.
Disfunções nesses mecanismos podem levar a problemas como a superalimentação ou a subalimentação. Por exemplo, uma dieta rica em alimentos ultraprocessados, que são pobres em fibras e nutrientes, pode resultar em uma saciação e saciedade insuficientes, levando ao consumo excessivo de calorias.
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Dra. Thais Mussi Endocrinologista e Metabolgista Colunista da Ana Maria Digital.
