Para começar a minha coluna por aqui, quero antes de tudo me apresentar: sou o médico Dr. Bruno Borges de Carvalho Barros, de São Paulo. Sou médico otorrinolaringologista pela UNIFESP, especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial e mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo e membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein e vamos conversar bastante por aqui sobre as doenças respiratórias e sobre tudo o que envolve o nariz, o ouvido, a garganta e as alergias que tanto incomodam muita gente.
E neste artigo inicial eu não poderia deixar de falar sobre um tema, literalmente, quente – já que os próximos dias serão marcados por temperaturas mais altas do que o esperado e pela queda acentuada na umidade do ar. Em algumas cidades, os índices chegaram abaixo dos níveis considerados de estado de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse clima seco não afeta apenas o conforto, mas também a saúde respiratória, especialmente do nariz, que é a porta de entrada do ar que respiramos.
O nariz tem a função de umidificar, filtrar e aquecer o ar inspirado. Isso porque, quando a umidade cai, a mucosa nasal precisa trabalhar muito mais para cumprir essa função. Esse esforço pode levar ao ressecamento, à formação de pequenas fissuras que até sangram e, além disso, aumenta a predisposição para rinite alérgica e infecções respiratórias.
Como fazer lavagem nasal em casa
Para prevenir os efeitos do tempo seco, é possível fazer a lavagem nasal com solução salina várias vezes ao dia. O procedimento, segundo o especialista, deve ser feito com garrafinhas de alto volume, que combinam baixa pressão e alto fluxo.
Basta posicionar a garrafinha na entrada da narina e apertar suavemente, inclinando a cabeça para o lado contrário ao que está sendo lavado. Deve-se começar pela narina menos obstruída.O soro vai escorrer um pouco pela outra narina, e durante o processo é importante respirar pela boca. Ao final, não se deve assoar o nariz com força, apenas secar com delicadeza para não gerar dor nos ouvidos.
Essa técnica reduz o desconforto, evita dor nos ouvidos e ajuda a manter a mucosa hidratada. Para quem passa muitas horas em ambientes fechados, outra alternativa prática é usar soro fisiológico em gel(soro hipertônico), que pode ser aplicado diretamente dentro das narinas ao longo do dia.
Como preparar a lavagem nasal em casa
O líquido ideal para a lavagem é o soro fisiológico. Pode ser comprado pronto em farmácias ou preparado em casa de forma simples e segura: basta misturar 250 ml de água filtrada morna com uma colher de chá cheia de sal.
Essa lavagem deve ser feita diariamente, pelo menos uma vez ao dia, e pode ser repetida mais vezes em períodos de clima seco ou exposição a poluição. É um hábito seguro, acessível e indicado para qualquer pessoa, em especial durante o inverno e em dias de baixa umidade relativa do ar.
Incorporar a lavagem nasal à rotina é uma medida simples que pode reduzir irritações, prevenir sangramentos e diminuir crises alérgicas em dias de tempo seco. Mais do que um alívio imediato, esse cuidado é uma estratégia de prevenção essencial para manter o bem-estar respiratório em épocas de clima extremo. E não se esqueça também de aumentar o consumo de água nestes dias.
Dr. Bruno Borges de Carvalho Barros
Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP
Professor Medcel de pós-graduação pela UNIFESP.
Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial.
Mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.
https://www.instagram.com/dr.brunobarros/