A obesidade, hoje, é uma condição epidêmica e grave que acomete um número significativo de crianças e adolescentes, com complicações em curto e longo prazos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, trata-se de uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo e generalizado de tecido gorduroso no organismo.
Para se ter ideia, há alguns anos -e nem faz tanto tempo assim- a obesidade não era encarada com tanta preocupação na infância, pois os bebês roliços eram considerados os mais saudáveis. Hoje em dia, já se sabe que os problemas que acompanham a doença no adulto estão presentes desde os primeiros anos de vida.
Na criança e no adolescente, por exemplo, o problema geralmente é diagnosticado quando se observa um excesso de peso para o comprimento, ao se comparar com padrões de referência de normalidade por sexo e idade. Por isso, é bom ter atenção redobrada nessas fases.
Embora possa estar presente desde os primeiros meses de vida, a obesidade é mais preocupante à medida que a criança permanece obesa através de sua infância e puberdade. Assim, um bebê com tais características terá maior chance de se tornar um adulto nas mesmas condições.
FIQUE ATENTO
É errado se aguardar que a criança emagreça ao longo da infância, pois o que geralmente acontece é o opost: ela permanece gorda ou tem um aumento de peso progressivo, já que os fatores que a tornaram obesa tendem a persistir ou a piorar, surgindo outros que vão se somando e perpetuando o problema.
Os primeiros anos de vida são fundamentais para a prevenção da obesidade. Sabemos que o problema é cada vez mais frequente devido ao estilo de vida moderno, onde temos facilidade para a aquisição de alimentos, aliada à vida sedentária.
Porém, é importante lembrar que os bons hábitos de vida também se adquirem no seio da família. É por isso que quando a criança tem apenas um dos pais obeso, sua chance de obesidade é maior do que a da população. Se os dois, pai e mãe, sofrem da doença, aí a situação se torna ainda mais preocupante.
No entanto, é importante lembrar que não é só uma questão de herança genética, mas também dos hábitos. A obesidade, geralmente, também vem junto do sedentarismo, e um perpetua o outro.
O QUE FAZER?
Quando se suspeita de obesidade na criança, o melhor é procurar um pediatra, que vai avaliar a possibilidade da doença e de suas comorbidades. Em muitos casos, a abordagem será multidisciplinar, envolvendo nutricionista, professor de educação física ou mesmo um fisioterapeuta.
No caso de distúrbios do comportamento, como compulsão e bulimia, que podem estar associados à obesidade, bem como na presença de depressão ou autoestima muito comprometida, o psicólogo pode ajudar bastante.
O essencial é que a obesidade seja encarada como uma doença e como uma questão familiar para que se obtenha maior sucesso na sua abordagem.
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Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria
*BIANCA VILELA é autora do livro Respire, mestre em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), palestrante e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde in company em grandes empresas por todo o país há mais de 15 anos. Na AnaMaria fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Instagram: @biancavilela