A Herpes zoster, também conhecida como “cobreiro”, é uma doença causada pelo vírus varicela zoster, o mesmo que causa a catapora. Eu conversei com a enfermeira especialista em imunização, Elis Camara, proprietária da clínica Elis Vacinas em São José dos Campos (SP), e ela explicou que, se você já teve catapora, o vírus já pode estar adormecido dentro de você.
“O vírus da varicela zoster fica adormecido no organismo durante toda a vida do indivíduo e, devido a uma queda importante da imunidade, ou até mesmo pelo próprio envelhecimento natural do nosso sistema imunológico, pode reativar esse vírus e a doença se manifestar em herpes zoster”, ressalta a especialista.
É bom saber que o herpes zoster é mais frequente em pessoas acima de 50 anos, ou adultos que tenham o sistema imunológico enfraquecido. Alguns dados coletados nos Estados Unidos, inclusive, estimam que mais de 99% das pessoas que carregam o vírus da catapora podem ter a manifestação do herpes-zóster. E esse mesmo estudo demostrou que, a cada três pessoas, uma poderá desenvolver a doença.
O QUE O HERPES-ZÓSTER CAUSA?
Elis Camara explica que a herpes zoster desenvolve lesões na pele, erupções em formato de bolhas, normalmente localizadas em regiões específicas, seguindo o trajeto de um nervo. “Essas lesões são extremamente dolorosas, podendo causar sensação de formigamento e dor incapacitante”, afirma.
Ela se manifesta de forma gradual, em média de dois a quatro dias e, após o rompimento das bolhas e formação das crostas, em quatro semanas o quadro evolui para cura. “Em alguns casos, a doença pode ter complicações graves e persistir durante muitos anos, sendo a mais comum a neuralgia pós-herpética, que afeta cerca de 30% dos indivíduos, impactando negativamente a qualidade de vida”, observa a enfermeira.
COMO TRATAR O HERPES-ZÓSTER?
O herpes zoster pode ser tratado por meio de medicamentos, mas prevenido principalmente através da vacinação. “A vacina que temos disponível no Brasil é feita rotineiramente a partir de 50 anos, podendo ser antecipada a partir de 18 anos em situações especiais, quando a recomendação é, de fato, necessária”, ressalta a enfermeira.
Elis complementa dizendo tratar-se de uma vacina inativada, podendo ser aplicada inclusive em pessoas imunodeprimidas e sob recomendação médica, a fim de prevenir a manifestação da doença. É uma vacina disponibilizada, por enquanto, através das clínicas privadas de vacinação. “O protocolo vacinal é de duas doses, com intervalo entre dois a seis meses da primeira para a segunda dose, aplicada preferencialmente no músculo do braço (deltoide)”, finaliza.