Os bailes estão de volta. Sim, depois de alguns anos com comemorações com menos cerimonial, meninas que estão prestes a fazer 15 anos voltaram a se interessar por festas como as que aconteciam nos anos 80 e 90.
Uma dessas meninas é Caroline, que fez 15 anos em dezembro passado, filha de Cristiane Godoy Biasioli. Mãe de outras duas meninas, com 27 e 11 anos, ela conta que Carol era a única que ainda não tinha resolvido se queria uma festa ou não, mas acabou se rendendo. “A minha mais velha teve festa. Já a mais nova, desde pequena, fala que também vai querer. A única que estava em dúvida em fazer ou não era a Carol. Mas aí, faltando três meses para seu aniversário, ela decidiu que queria. Eu achei ótimo, pois assim todas as filhas terão uma bela recordação de seus 15 anos”, comenta. No caso dela, o processo de organização foi bem rápido, pois já tinham em mente onde iriam fazer e quais profissionais contratar. “Mesmo com o pouco tempo que tivemos, ela participou de tudo. Afinal, a festa tinha que ter a identidade da aniversariante. Além do buffet, ela queria um DJ que tocasse músicas que agradassem a todos os convidados, muito led e grandes efeitos visuais. Certamente, esse dia jamais será esquecido”, lembra.
Já Wanessa Serrano, mãe de Sophia, realizou neste sábado o sonho da filha. Porém, ao contrário de Cristiane, foram muitos meses de organização para o dia perfeito. “Minha filha nunca quis festa de 15 anos, sempre falava que não tinha vontade de ter uma. Mas, de repente, mudou de ideia e eu, como uma mãe que teve a sua festa de 15 anos, amei. Mas essa mudança de planos, é claro, chegou trazendo enormes desafios, especialmente para conciliar o que cada uma gostaria que tivesse no dia, já que éramos eu, meu marido e ela dando palpites”, pontua. Entretanto, complementa, a palavra final sobre tudo sempre foi da filha. “Todas as decisões finais foram dela. Eu vi tudo, procurei fornecedores, fiz orçamentos. Porém, a palavra final sempre foi dela”. Na festa desse sábado, diz a mãe, tudo que ela idealizou se tornará realidade, como os tambores e pulseiras de led, o livro de assinaturas e outras surpresas. “Tenho certeza que ela terá ótimas lembranças pra sempre, pois tudo está sendo feito do jeitinho dela e com a presença de pessoas que ama. Já está sendo inesquecível”, avalia.
Mas, afinal, de que forma essa celebração pode influenciar a autoestima ou o senso de identidade da garota? Segundo o psicólogo Ricardo Vieira de Carvalho, desde que desejada, essa celebração pode ajudar a menina a passar pelas dificuldades da adolescência de forma mais otimista e demarcada. “Pode melhorar a organização das emoções, o ajustamento social, a sensação de pertencimento e de utilidade, e a percepção de que, apesar da dor, existem momentos de felicidade e reconhecimento na vida adolescente e adulta”, esclarece.
E para falar mais sobre o assunto, conversamos com especialistas em festas e até psicólogos, que vão analisar como essas experiencias podem ajudar no desenvolvimento social dos jovens da geração Alpha.
Vamos comemorar!
O hábito de comemorar os 15 anos das meninas com a festa de debutante começou na Europa, especialmente na alta sociedade, a partir do século XVIII – as festas aconteciam com o objetivo de apresentar as jovens à sociedade e para marcar a transição da infância para a vida adulta. Já no Brasil, esses bailes ganharam popularidade a partir da década de 50 e foram muito realizados seguindo boa parte das tradições dessas celebrações até os anos 90. Mas e hoje, nos anos 2020? Como as meninas dessa geração querem comemorar seus 15 anos? Por onde começar? Quem contratar? O que não pode faltar?
A assessora e produtora de eventos Patty Araújo conta que as festas de 15 anos estão cada vez mais criativas e personalizadas, seguindo tendências que unem inovação, fantasia e experiências imersivas. “As decorações grandiosas continuam em alta, com cenários dignos de contos de fadas ou produções cinematográficas, cheios de flores, luzes, painéis de LED. O lúdico tem ganhado espaço com elementos sensoriais e interativos, como entradas cenográficas, performances artísticas e até áreas instagramáveis, pensadas para envolver os convidados em todos os sentidos. E, claro, o futurismo, com luzes neon, robôs, pulseiras de LED sincronizadas e até drones”, pontua.
A cerimonialista Lourdes Correia, da Étoile Eventos destaca ainda que hoje, a festa de debutante vai muito além do tradicional. As debutantes querem uma celebração com a suas personalidades, com roteiros únicos, experiências imersivas e emoções reais. “E é nesse novo cenário que criar experiências para os convidados levarem como recordação são o grande diferencial. São cerimônias com storytellin, nas quais a debutante como protagonista da própria história traz performances artísticas, entradas criativas e efeitos visuais”, explica. Lourdes explica ainda que vale investir em estações interativas (de doces, fotos, lembranças ou até tatuagem temporária, maquiagem para suas amigas, spa dos pés). “A participação ativa dos amigos e familiares com papéis pensados para eles como danças, performances de habilidade da aniversariante como ballet, também trazem mais valor à comemoração do que itens decorativos, por exemplo. Cada festa é uma estreia, um espetáculo, um marco. E minha missão é fazer com que ela seja única, significativa e cheia de brilho”, complementa.
E a cerimonialista Kátia Feil concorda. Tudo gira em torno da identidade da debutante. “Sai o formato tradicional e entra um novo olhar, mais maduro e criativo. Encontramos temas conceituais com paletas de cores modernas, cenografias inspiradas em editoriais de moda, entradas performáticas, trocas de looks ao longo da festa e pistas de dança imersivas, com LED e iluminação de show. Além disso, há uma busca por experiências sensoriais e interativas, como estações personalizadas, lembranças afetivas e roteiros que contam a história da aniversariante com emoção. É uma festa que vai além da estética. É sobre celebrar quem ela é, com propósito e estilo próprio. Percebo que cada vez mais famílias desejam um evento bem conduzido, que una emoção, impacto visual e fluidez. E é exatamente isso que as tendências estão refletindo”, explica.
Já quando o assunto é decoração, o decorador Valter Torres, da Torres Decorações & Eventos, pontua que o branco e o rosa são clássicos. Porém, cores vibrantes, como vermelho, roxo, amarelo e azul royal, são as preferidas das aniversariantes que querem fugir do tradicional. “As mais românticas, mas que querem algo diferente, optam por lavanda, verde menta e pêssego. É claro que não podem faltar flores, mesmo que permanentes, já que o custo das naturais está altíssimo; espaço instagramável para as fotos dos convidados; e uma pista de dança com luzes de led. Há também algumas atrações que incrementam ainda mais a comemoração e que são habitualmente pedidas para serem incorporadas aos ambientes, como as cabines de registros instantâneas; as plataformas 360 graus, que fazem aqueles vídeos girando ao redor das pessoas; e robôs gigantes com pistolas que soltam fumaça”, detalha. “E há, ainda, quem prefira as festas temáticas, como Baile de Máscaras, Jardim Encantado, Paris, Rapunzel, A Bela e a Fera, entre outros temas”, diz.
Outro ponto importante em uma festa como esse é a escolha da “trilha sonora”. A Dj Anabzzi conta que, atualmente, o que bomba mesmo são as músicas que viralizam no TikTok. “Sabe aquelas trends que todo mundo dança e canta junto? Então, essas músicas dominam as pistas. Essa galera de 15 anos tá super conectada e quer tudo que tá em alta. E eu sempre fico de olho nisso pra garantir que a pista esteja cheia do começo ao fim. Tenho como referência a DJ Tília, filha do Dennis DJ, que arrasa nesse tipo de evento. Ela entende muito desse público jovem”, exemplifica. Mas mesmo com uma playlist com as tendências da atualidade, há espaço para aquele momento nostalgia, que é, quase sempre, com uma música especial para a aniversariante. “Uma vez, a família toda preparou uma surpresa junto com a debutante: eles queriam que, no meio da festa, entrasse um vídeo com mensagens dos avós, dos tios e dos primos que moravam longe. Quando o vídeo acabou, eu entrei com uma música super especial que ela amava e todos entraram dançando juntos! Foi muito emocionante ver a união da família e como eles pensaram em cada detalhe pra deixar o momento inesquecível. Foi um dos momentos mais lindos que já vivi em festa de 15”, lembra.
Uma das “atrações” mais importantes de uma festa é o buffet. E, assim como em qualquer tipo de festa, as de 15 anos também podem ter “escolhas” bem especificas. Cibele Souza, que é empresária e dona do Bella Rô, fala que, hoje, a grande tendência é a personalização. “As debutantes querem que cada detalhe da festa reflita quem elas são, desde o tema até as lembrancinhas. É mais do que uma comemoração, é a criação de uma experiência única. Muitas optam por temas modernos ou até criam o próprio “conceito da festa”, misturando estilos, como glamour, urbano, neon ou romântico. Cada festa é pensada como um verdadeiro espetáculo, e o nosso papel é transformar essa visão em realidade. E para atender a essa demanda, já criamos, por exemplo, para uma debutante que queria uma coisa mais elegante, mais moderna, bem clean, um cardápio mais sofisticado, com salgados assados com geleias, caprese no copinho, ceviche leve e risotos. Para uma aniversariante que tinha um ar mais divertido e que queria uma festa mais descontraída, o cardápio foi baseado no estilo comida de boteco teen, com mini hambúrguer, batata com molhos, escondidinho, queijo coalho, pizza, nachos etc. Ou seja, o importante é ouvir e adequar. Já em relação às bebidas, no nosso caso, oferecemos o padrão de refrigerante, suco e chopp. Mas há empresas especializadas que levam bartenders que fazem drinks super diferentes e que atendem de acordo com umas pulseirinhas que identificam os menores que não podem ou não tomar alcoólicos”, elucida.
Mas, diante de tantas novidades e desejos, é possível equilibrar os desejos das debutantes e as expectativas das famílias? Sim, mas é preciso diálogo constante e respeitoso. “É importante compreender que esse momento representa muito para ambos os lados: para a jovem, é a realização de um sonho e uma afirmação da sua identidade; para a família, é um marco emocional e simbólico. Meu papel é criar esse espaço de escuta e alinhamento, ajudando todos a encontrarem um caminho que faça sentido, traga leveza e preserve a essência da celebração. Com empatia, orientação e sensibilidade, é possível construir uma festa que emocione e represente a todos”, conclui Kátia.
Custos: como evitar o susto?
A seguir, pedimos aos especialistas entrevistados que indicassem o que costuma pesar mais no orçamento de uma festa de 15 anos. Assim, quem deseja realizar uma comemoração como essa, pode se organizar melhor.
Patty Araújo: “A decoração costuma pesar no orçamento, principalmente se a festa tiver um tema específico ou envolver elementos luxuosos, como arranjos florais, iluminação especial e personalização dos ambientes. Outros itens que podem onerar é a contratação de atrações como DJ, banda ou até mesmo as especiais (como dançarinos, performances ao vivo, etc.) para animar a festa. Lembrando que os custos podem variar dependendo do estilo e da personalização da festa que a família deseja”.
Kátia Feil: “O que costuma pesar mais no orçamento de uma festa de 15 anos é, sem dúvida, a decoração e a personalização. Hoje, as debutantes desejam festas que representem sua essência e estilo, o que se reflete em projetos decorativos mais elaborados, cenografias criativas e detalhes únicos. Essa busca por autenticidade impacta diretamente nas escolhas — desde flores, mobiliário, iluminação até itens personalizados — e, naturalmente, isso influencia no valor final da comemoração. Afinal, quanto mais exclusiva e imersiva a experiência, maior o investimento envolvido”.
Valter Torres: “Hoje, os buffets oferecem pacotes que incluem espaço. gastronomia, decoração, DJ e assessoria. Para quem não tem tempo ou não quer ter um mínimo de trabalho, essa talvez seja a solução ideal. Evidentemente, que todos os custos estão embutidos nesse combo e se paga caro por isso. Entretanto, é preciso ficar atento para depois não se arrepender. Vários desses buffets que oferecem tudo são “engessados”, com pacotes que têm uma decoração específica, com determinada cor, sendo difícil uma personalização. Então, uma dica é, apesar de mais trabalhoso, contratar profissionais avulsos, que você conheça e já tenha visto de perto o trabalho de cada um realmente. Dessa forma, além de ficar mais barato, você não é pego de surpresa.
Lourdes Correia: “A personalização, sem dúvida, é o que mais onera. Uma forma de minimizar custos é o handmade, com itens feitos por alguém da família ou pela própria debutante. É simbólico e especial quando há a presença da família contando a história. Também vale escolher menos itens de personalização. Para a criatividade não há limites, mas é possível definir menos itens de forma assertiva. Para isso, vale contar com o apoio de profissionais confiáveis e idôneos que vão trabalhar com transparência para ajudar a aniversariante a ter um dia especial e com custos em harmonia com o orçamento de cada família”.
Dj Anabzzi: “Sem dúvida, o que mais pesa no orçamento, além do espaço e decoração, é a atração principal — seja um DJ ou um artista! E quando se trata de fazer algo completo, com estrutura, efeitos especiais, bailarinos e toda uma equipe envolvida, o investimento realmente aumenta. Mas vale cada centavo, porque uma festa de 15 anos é um momento que fica marcado pra sempre na vida da debutante. É o tipo de festa que a galera lembra a vida toda!”.
Cibele Souza: “A decoração é um dos itens que mais impactam no orçamento. Isso porque ela precisa traduzir toda a essência da debutante e encantar logo na entrada. São cenários, painéis, estruturas, flores, mobiliários temáticos e iluminação cênica que criam esse universo mágico. Mas também vale lembrar que hoje muitas debutantes investem pesado na parte da balada, com luzes, som e efeitos especiais que tornam a pista um verdadeiro show à parte”.
Direto ao ponto
Festas de 15 anos não são apenas comemorações comuns. Para alguns, funciona como um ritual de passagem. E para falar um pouco mais sobre essa data tão simbólica, Ricardo Vieira de Carvalho responde algumas questões sobre como lidar com o estresse que envolve esse dia e até mesmo quando os filhos não querem nenhum tipo de comemoração.
Aventuras Maternas – Qual o significado simbólico da festa de 15 anos na vida de uma adolescente?
Ricardo Vieira de Carvalho – Pode-se explicar com palavras do cotidiano da seguinte forma: “A festa de 15 anos pode implicar uma via de mão dupla, social e individual, onde a mensagem que fica é: reconhecemos você, não mais como uma criança, mas como uma pessoa que cresceu e já está apta para outras atividades sociais e afetivas que não eram possíveis no estágio anterior da vida. Uma comunicação social, junto à facilitação individual de internalizar uma nova etapa da vida, com toda a dor e felicidade que implica crescer.” Para explicar, é importante contar sobre o ritual de passagem, que pode culminar com uma festa. Segundo van Gennep, o ritual de passagem contém três características centrais, que formam a questão simbólica desta data. São elas: separação, liminaridade e agregação. A separação implica o rompimento com uma identidade anterior e o começo de uma transição para outro papel social. A liminaridade significa um espaço entre; não é mais criança, porém ainda não é (quase) adulta. E a agregação, onde a pessoa é reintegrada com um novo papel em seu universo social; nesta parte entra a festa. Margareth Mead aprofunda esses conceitos e adiciona (para a festa de 15 anos pode ser): 1) papel de transição de uma fase da vida para outra; 2) ênfase cultural; 3) desenvolvimento da identidade e do self; 4) comunicação social; 5) internalização de um novo papel perante a sociedade; 6) geralmente tem a adolescência em foco.
Aventuras Maternas – Existe uma pressão social para que a festa seja perfeita? Como isso impacta mães, pais e filhas?
Ricardo Vieira de Carvalho – Isso depende muito do grupo social e do universo cultural da menina. Alguns desprezam a ideia, outros a valorizam excessivamente, como uma recompensa narcísica. Nesse espaço, onde a festa é marcadamente um ritual social, existe sim a pressão de se apresentar da melhor forma possível para si mesma e para a sociedade. É, via de regra, um comportamento pró-social o desejo de atender a essa pressão social, desde que não coloque a menina e a família em risco emocional, financeiro ou social – ter que escolher quem não convidar, frustrações, incontrolabilidade, críticas e fofocas, entre outros aspectos que caracterizam uma vida não infantil, já são partes esperadas deste ritual. A forma como isso impacta cada um é individualizada e depende das disponibilidades genéticas, individuais e da visão de mundo de cada um. Lidar com a pressão é parte da vida; o problema surge apenas se houver paralisia das atividades e um enfrentamento inadequado das emoções que aparecem nessa travessia.
Aventuras Maternas – O que fazer quando a adolescente não quer a festa, mas a família insiste?
Ricardo Vieira de Carvalho – É razoável que a vontade do adolescente seja respeitada; algumas pessoas realmente não gostam disso e preferem outros rituais e afirmações. Também é importante acompanhar se esse não desejo não advém das dificuldades sociais e emocionais não identificadas pelos pais. A pessoa pode sofrer bullying e não ter a quem chamar para a festa, pode estar deprimida, com vergonha, pode ter medo de ninguém ir à festa, ter inseguranças diversas, etc. Dar atenção a isso é mais importante que a insistência. A pessoa pode realmente não gostar de festa, e não existe problema nisso. Aí, a insistência passa a ser um problema para os pais, que precisam elaborar o luto de não ter esse ritual em sua vida, sem atormentar a adolescente. Como dito antes, a festa é um ritual social, compartilhado, mas nem todo mundo valoriza ou quer, e aceitar isso pode ser um desafio. A recusa, no universo adolescente, também pode ser uma forma de delimitar uma passagem para outra fase da vida; tudo depende do contexto.
Aventuras Maternas – Como lidar com comparações com festas de amigas e o medo de “ficar por fora”?
Ricardo Vieira de Carvalho – Avaliar se o medo se ajusta aos dados descritivos da realidade, regular o humor e corrigir o pensamento e as respectivas ações e reações dele decorrentes são importantes. Claro, com acolhimento, respeitando o limite e o tempo de cada um. Sobre a comparação, pode ser útil perguntar: comparar a preparação da minha festa com outras neste momento me ajuda ou me atrapalha? Posso aprender com algum erro ou acerto da outra festa e evitar repeti-los na minha? A comparação é resultado do estresse emocional e da baixa autoestima? Se sim, é preciso parar, pedir ajuda e avaliar se a autocrítica está elevada e as expectativas são maiores do que a situação permite. Se a desregulação advinda disso impacta diretamente suas atividades cotidianas, procurar ajuda profissional para lidar com isso é recomendado.
Aventuras Maternas – Que cuidados os pais podem ter para que a festa não vire um momento de estresse ou frustração?
Ricardo Vieira de Carvalho – Os pais podem ser claros, pontuais e pragmáticos quanto às possibilidades de escolhas para a festa, o vestido, os convidados e o orçamento, entre outros. Estabelecer os limites dentro dos quais essas decisões podem ocorrer auxilia a adolescente a organizar suas emoções, fantasias e desejos em relação à celebração, além de ensiná-la a priorizar o que é mais ou menos importante e a controlar impulsos – habilidades indispensáveis para a vida adulta. Frustração e estresse certamente irão existir, lidar com eles pode ser colocado como parte deste ritual de passagem, cabe aos pais compreender isso e praticar esse enfrentamento junto a participação da aniversariante em cada etapa desta trajetória. Pode ser um período de amadurecimento, aproximação e descobertas de coisas importantes acerca da filha e da parentalidade que pode vir a mudar alguns termos.