Ana Luiza, mãe da pequena Laura, de 5 anos, foi pega de surpresa há dois anos, quando foi procurada pela escola da menina avisando sobre episódios de agressividade. “Primeiro chegavam recados na agenda, falando que ela tinha puxado o cabelo de alguém, mordido etc. Então, conversávamos em casa e ela parava. Até que um dia a diretora chamou para uma reunião e explicou que o comportamento havia voltado com ainda mais frequência, e que talvez fosse interessante procurarmos psicólogo”, conta. No início, assim que recebeu a notícia, a primeira reação foi imaginar que estivesse educando errado, que a culpa era dela e do pai, que talvez estivessem fazendo algo, ou que estivesse acontecendo com ela alguma situação e não percebessem. Depois, veio a culpa, a vergonha, e o famoso “onde foi que eu errei?. “Senti medo e preocupação. Mas busquei ajuda profissional, o que me tranquilizou. Ele me mostrou a importância de compreender o que estava acontecendo com a minha filha, sem julgamentos, para que pudéssemos encontrar juntos a melhor forma de ajudá-la. Além disso, ele me fez entender que a agressividade faz parte do desenvolvimento infantil e que, com orientação adequada, a criança aprende a lidar com essas emoções de forma saudável. Hoje, ensino minha filha a nomear e entender suas emoções e pretendo sempre manter um diálogo aberto, oferecendo segurança para que ela possa se expressar sem medo. É essencial acolher a criança, entender o que está por trás do comportamento e guiá-la com amor e paciência”, comenta.
É com esse depoimento carregado de medo e angústia que começamos a matéria dessa semana da coluna. A seguir, vamos conversar com especialistas sobre como podemos mudar essa realidade que faz parte da vida de algumas crianças e adolescentes.
E agora?
Nos últimos anos, não foram poucos os casos de violência que pais de todo o mundo vivenciaram, fosse como espectador ou, pior, como pais de agredidos ou de agressores.
“As pessoas costumam falar muito sobre o lado dos pais de quem sofre bullying, que é terrível. Mas há o outro lado da moeda, que muitas vezes sofre na mesma intensidade. Ao descobrir que seu filho é um agressor, somos tomados por uma enorme sensação de impotência e ficamos nos perguntando sobre como ele chegou até ali, o que fazer para mudar isso e qual será o impacto disso no futuro dele”, comenta Regina, mãe de Matheus, de 15 anos.
Carlos Fernando Dalacqua, que é psicólogo e psicanalista, explica que, geralmente, os pais descobrem que seu filho está praticando bullying após uma queixa por parte da vítima, através de familiares, da equipe pedagógica da escola ou de responsáveis de outra instituição. Outra forma que pode-se descobrir o bullying é por meio de mensagens de redes sociais, bilhetes, ou até presenciando as agressões. “A primeira reação dos pais ao receberem essa notícia varia muito de como os pais educam seus filhos. É previsível que os pais se sintam envergonhados, decepcionados ou mesmo enfurecidos ao descobrirem que seu filho é um agressor. Pais mais autoritários tendem a reagir de forma mais impulsiva e violenta. Pais mais permissivos podem minimizar a gravidade da situação. Em certos casos, os pais aprovam e endossam o comportamento disfuncional do filho, sob argumentos de que ele só estava se defendendo, ou que é melhor do que ser vítima. Em outros, agem com violência, propagando o ciclo de agressões”, explica. Já o psicólogo Julio Peres comenta, ainda, que muitos fazem isso acreditando que seu filho não seria capaz de tais atos. “Lembro-me de um caso em que os pais, ao serem informados pela escola sobre o comportamento agressivo do filho, reagiram com descrença, afirmando que ele sempre foi uma criança dócil em casa. Contudo, eram pais muito ocupados e pouco conviviam com os filhos. A situação descortinou a importância de conhecer melhor os filhos por meio da convivência com qualidade, o que todos os pais e cuidadores deveriam fazer”, conta.
Mas como reagir nesse momento tão dificil? Para começar, deve-se manter a calma, evitar atos impulsivos e não agredir a criança (ou o responsável), física ou verbalmente. “É importante compreender que a agressão é um comportamento reflexo do que a criança tem experienciado, e que ela pode estar reproduzindo um comportamento aprendido em casa, logo, agir como mais violência vai piorar a situação. Outra atitude que deve ser evitada é menosprezar a gravidade do problema. Frases como “foi só uma brincadeirinha” deslegitimam o sofrimento da vítima e muda o foco do problema. É preciso ouvir os dois lados, com atenção e sensibilidade, sem julgamentos, para encontrar uma solução satisfatória e digna para o impasse”, orienta Dalacqua.
Outra questão que é importante levantar, já que muitos pais, na tentativa de proteger o filho ou até mesmo justificar para si mesmo a situação, é não tratar o bullying como “brincadeira”. Afinal, são coisas bastante diferentes. “Essa comparação serve apenas para minimizar o problema e evitar que providências tenham que ser adotadas. O bullying é caracterizado por ações recorrentes de intimidação, humilhação, ameaças, exclusão, agressão física ou verbal. Ele pressupõe uma posição de desvantagem entre o agressor e a vítima, seja de porte físico, vantagem numérica, desinibição, ou qualquer outra forma que caracterize uma relação desigual. A brincadeira é inclusiva, todos se divertem, pressupõe uma relação de igualdade ou equilíbrio de forças. Nesse sentido, temos a Lei 14.811/2024 que reforçou as medidas de proteção às crianças e adolescentes em estabelecimentos educacionais. Nesta lei foi incluída a tipificação do crime de Bullying, descrevendo que ações como agressões físicas, cyberbullying, isolamento social, ameaças e insultos podem configurar crime e estão sujeitas a penas de multas e reclusão”, enfatiza Carlos Fernando.
É importante dizer que embora seja uma situação extremamente dificil, um adolescente agressor pode, sim, mudar, através de intervenções adequadas. “Por exemplo, um jovem paciente, após reconhecer o impacto negativo de suas ações, participou de sessões terapêuticas focadas no desenvolvimento da empatia e no controle da impulsividade, resultando em uma transformação positiva em seu comportamento. A recompensa vem de imediato, porque: sente-se bem, quem faz o bem”, avalia Julio. Além disso, diz, os pais/cuidadores também podem ajudar, estabelecendo diálogos abertos e demonstrando desaprovação das atitudes violentas enquanto oferecem apoio afetuoso para as mudanças necessárias. “O “não” com assertividade e amor, de fato, educa. Os combinados são importantes, assim como os reforços positivos em casa. Fundamental que os benefícios das virtudes sejam ensinados de maneira prática e acessível”, analisa Julio, que recentemente publicou o livro “Razão & Prática: olhares terapêuticos sobre o significado e o uso das palavras”, como um manual de comportamentos que promovem o bem-estar consistente.
Aspectos legais
Todo crime envolve, normalmente, consequências legais. E praticar bullying também.
A advogada Ana Vasconcelos, sócia da área de Direito de Família e Sucessões de Martorelli Advogados., explica que no Brasil, a Lei nº 13.185/2015 já instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying), definindo-o e estabelecendo medidas de prevenção e combate. Além disso, a Lei nº 14.811/2024 endureceu as punições para crimes que podem estar relacionados ao bullying, especialmente quando praticados contra crianças e adolescentes em ambientes escolares. “O bullying deixa de ser uma “brincadeira” e se transforma em ato criminoso quando as ações ultrapassam os limites da convivência e configuram delitos, inclusive alguns muito graves, previstos na legislação penal, que atingem a dignidade, a honra, a integridade física ou psicológica da vítima, causando sofrimento, humilhação, prejuízo ou colocando-a em situação de risco”, pontua.
Vale lembrar, ainda, como explica Ana, que existem vários crimes frequentemente associados à prática do bullying: Injúria, que é quando alguém ofende a dignidade ou a honra de outra pessoa – em outras palavras, é usar palavras ou atitudes para humilhar, xingar ou diminuir alguém; difamação, que acontece quando alguém espalha informações falsas sobre outra pessoa, com o objetivo de prejudicar a reputação dela – como “sujar” o nome de alguém com mentiras; calúnia, que é ainda mais grave que a difamação, já que caluniar é acusar falsamente alguém de ter cometido um crime; ameaça, que é quando alguém diz ou faz algo que deixa outra pessoa com medo de que algo ruim possa acontecer com ela; lesão corporal, se o bullying envolve agressão física, como empurrões, socos ou chutes, isso é considerado lesão corporal; constrangimento ilegal, que é quando alguém obriga outra pessoa a fazer algo que ela não quer, usando violência ou ameaça; e cyberbullying, que é o bullying que acontece na internet, por meio das redes sociais, mensagens ou outros meios digitais – muitas vezes, o cyberbullying envolve crimes como difamação e injúria, mas praticados online. “A Lei nº 14.811/24 eleva a gravidade das consequências legais quando o bullying se manifesta por meio de atos criminosos, especialmente em contextos que envolvem a vulnerabilidade de crianças e adolescentes em ambientes escolares. A lei serve como um forte desincentivo e reforça a necessidade de proteção e cuidado com os jovens”, comenta Vasconcelos.
Já quando falamos sobre bullying coletivo, o Direito Penal brasileiro considera todo adolescente (todos os menores de 18 anos e maiores de 12) como inimputável, o que significa que não podem cometer crime. “Assim sendo, na esfera penal, nada ocorreria com o adolescente que praticasse bullying coletivo. Contudo, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê medidas socioeducativas que vão da advertência verbal até a internação, passando pela obrigação de reparar o dano e pela prestação de serviços à comunidade. Além disso, a vítima poderia requerer indenização na esfera cível”, exemplifica o advogado Cauê Hagio Nogueira de Lima, especialista em Direito Penal e Diretor da Escola de Direito das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).
Uma dúvida bastante comum é sobre os processos que esses jovens envolvidos nesse tipo de agressão podem sofrer. Ana diz que sim, há casos por atos de bullying que configuraram crimes ou atos infracionais – esses processos podem incluir ações de reparação de danos morais e materiais (busca por indenização); processos criminais (para crimes cometidos por maiores de 18 anos); e processos socioeducativos (para atos infracionais cometidos por adolescentes). “É importante lembrar que, em casos envolvendo menores de idade, o sigilo processual é garantido para proteger a identidade e a privacidade dos envolvidos”, complementa Ana.
Outra questão que muitos pais se perguntam é sobre casos de bullying fecharem portas acadêmicas e profissionais. Hagio explica que não formalmente, uma vez que os atos infracionais não são registrados em nada que possa ser acessado pelo público (os registros são confidenciais). “Entretanto, em uma era de redes sociais, empregadores e instituições de ensino renomadas poderiam obter essa informação com relativa facilidade, o que, por óbvio, dificultaria o ingresso do agressor”, avalia. Já em relação a quem sofre com esse tipo de agressão, a pedagoga Andrea Deis explica que quando um estudante é vítima de bullying, isso pode afetar sua autoestima, motivação e desempenho escolar. “A experiência de ser alvo de agressões pode levar a problemas emocionais, como ansiedade e depressão, que impactam diretamente a capacidade de aprendizado e a interação social. Além disso, pode prejudicar as relações interpessoais e a construção de uma rede de contatos, que é fundamental no ambiente acadêmico e profissional”, conclui.
Direto ao ponto
As dúvidas e questionamentos sobre como agir e o que fazer diante de uma situação como essa são inúmeras. Por isso, a seguir, Carlos Fernando Dalacqua, Julio Peres e Andrea Deis falam um pouco mais sobre o tema.
Aventuras Maternas -Como um pai ou mãe geralmente descobre que seu filho está praticando bullying?
Carlos Fernando Dalacqua – Geralmente se descobre após uma queixa por parte da vítima, através de familiares, da equipe pedagógica da escola ou de responsáveis de outra instituição. Pode-se descobrir o bullying também através de mensagens de redes sociais, bilhetes, ou até presenciando as agressões.
Julio Peres – Infelizmente, na maioria das vezes, as descobertas vêm por surpresas, seja por vizinhos, pela escola, clube etc., considerando a cegueira prevalente na cultura da pressa e terceirização dos cuidados em relação às crianças. Contudo, o melhor caminho, saudável, é que os pais/cuidadores estejam atentos a mudanças comportamentais nos filhos, como agressividade exacerbada, críticas (depreciativas/ácidas) recorrentes, desrespeito às regras e falta de empatia. Eventualmente, os comportamentos são mais graves, como frequentemente zombar de colegas e demonstrar prazer em relatar humilhações que inflige a outros. Esses sinais podem confirmar a possibilidade de um(a) filho(a) estar envolvido(a) em comportamentos de bullying, que geram muitos sofrimentos.
Aventuras Maternas – Quando procurar ajuda profissional? Psicólogos e terapeutas podem reverter esse tipo de comportamento?
Carlos Fernando Dalacqua – É importante procurar acompanhamento psicoterápico assim que se perceba o comportamento disfuncional. Quanto antes a criança for amparada, mais proveitosa será a intervenção e problemas poderão ser evitados. Após a constatação da situação de bullying, o psicólogo pode acompanhar o paciente num processo de autorreconhecimento e autocompreensão, auxiliando-o a realizar mudanças significativas na sua relação consigo e com as pessoas com as quais convive. Também pode ajudar a superar o trauma – o agressor também sofre com as consequências de seus atos.
Julio Peres – Ao perceber que as orientações parentais não estão surtindo efeito ou que o comportamento agressivo persiste, é crucial buscar ajuda profissional. Em minha experiência, a intervenção terapêutica tem sido eficaz na modificação de comportamentos agressivos, especialmente quando há colaboração entre terapeuta, família e escola em benefício à criança ou adolescente em formação.
Aventuras Maternas – Como um histórico de agressões pode afetar o futuro de um jovem?
Carlos Fernando Dalacqua – Tanto o agressor quanto a vítima podem ter consequências severas no seu desenvolvimento socioemocional. Dentre as possíveis consequências, destacam-se prejuízo na autoestima, dificuldade de lidar com as próprias emoções, falta de empatia, isolamento social, abuso de substâncias, normalização e repetição de comportamentos agressivos, depressão, ansiedade e até suicídio.
Julio Peres – Por um lado, o padrão contínuo de agressividade pode levar a dificuldades nas relações interpessoais, problemas acadêmicos e até conflitos legais. Por outro lado, pacientes adultos que sofreram bullying na infância e juventude manifestam em grande parte isolamento social, auto depreciação, depressão, dificuldades em manter empregos, evidenciando as consequências a longo prazo do trauma decorrente do bullying.
Aventuras Maternas – O que pode levar um jovem a se tornar um agressor?
Carlos Fernando Dalacqua – O comportamento de bullying é um fenômeno complexo, influenciado por uma série de fatores individuais, familiares, escolares e sociais. A insegurança e baixa autoestima pode provocar o comportamento de agredir para se sentir superior ou mais forte, como uma forma de afastar de si a sensação de fraqueza e vulnerabilidade. A naturalização da violência no ambiente familiar elicia a repetição do comportamento em outros locais, como a escola. Quando a violência é validada dentro de casa como forma de coerção, no lugar do diálogo e argumentação, para impor uma regra ou estabelecer limites, a criança tende a repetir tal comportamento em outros contextos. Se a escola falha em punir o comportamento desviante, o agressor passa a se sentir livre para repeti-lo, levando a um ciclo de violência crescente ou disseminada.
Julio Peres – Fatores como ambiente familiar disfuncional, exposição à violência e falta de modelos positivos podem contribuir. Quando uma criança cresce num ambiente onde a comunicação se dá através de gritos e agressões, tais padrões são internalizados como “normalidade”. Precisamos tomar muito cuidado com a transgeracionalidade do trauma, que é a repetição dos mesmos ciclos traumáticos de geração em geração. Por outro lado, ao quebrar o ciclo, os mesmos traumas não serão mais transmitidos para as próximas gerações. Portanto, quando você supera suas dificuldades e dores, as próximas gerações estarão livres desses sofrimentos.
Aventuras Maternas – Que sinais um pai pode observar desde cedo para evitar que seu filho se torne um agressor no futuro?
Carlos Fernando Dalacqua – Os pais devem evitar tratar os filhos com violência e reproduzir comportamentos indesejáveis, já que o exemplo é uma das formas de educação mais significativas. Priorizar o diálogo, ouvir a criança com atenção, dando valor à expressão dos sentimentos; não menosprezar os conflitos e as queixas trazidas aos pais, auxiliando seu filho a encontrar soluções através da negociação; demonstrar para a criança que todos os atos tem consequências e que ela precisa se responsabilizar pelo resultado de suas ações, sejam elas agradáveis ou não; desenvolver a empatia e o respeito pela diferença, evitando discriminação e preconceito como racismo, gordofobia, machismo e xenofobia etc. É importante também manter uma relação próxima e frequente com a escola, colaborando com as orientações e acompanhando o comportamento da criança.
Aventuras Maternas – Como educar uma criança para que ela respeite as diferenças e saiba conviver em sociedade?
Julio Peres – Para educar uma criança a respeitar as diferenças e conviver harmoniosamente em sociedade, é fundamental que pais e cuidadores sejam exemplos de respeito e empatia no cotidiano. As crianças entendem os exemplos, muito mais que as palavras. Conversas abertas sobre diversidade ajudam a criança a compreender e valorizar a pluralidade humana. Incentivar a convivência com pessoas de diferentes origens e culturas amplia sua visão de mundo. Estimular a empatia, auxiliando a criança a se colocar no lugar do outro, fortalece sua capacidade de compreensão e respeito. Por exemplo, ao assistir a um filme que aborda temas de diversidade, converse com a criança sobre as diferenças apresentadas e a importância de respeitá-las. Essas práticas promovem o desenvolvimento de uma postura inclusiva e respeitosa, preparando-a para uma convivência saudável em sociedade.
Aventuras Maternas – Qual o papel da escola e dos pais na prevenção ao bullying coletivo?
Andrea Deis – O papel da escola e dos pais na prevenção ao bullying coletivo é fundamental e deve ser colaborativo. A escola deve implementar políticas claras contra o bullying, promover a educação emocional e social, e criar um ambiente onde o respeito e a empatia sejam valorizados. Programas de conscientização e capacitação para professores e alunos são essenciais para identificar e intervir em situações de bullying. Por outro lado, os pais devem estar atentos ao comportamento de seus filhos, promovendo diálogos abertos sobre o tema e ensinando e acompanhando valores como respeito e solidariedade. A comunicação entre escola e família é vital; quando ambos trabalham juntos, é possível criar uma rede de apoio que previne o bullying e promove um ambiente saudável para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Viktor Frankl, um renomado psiquiatra e fundador da logoterapia, disse: “A vida nunca se torna insuportável pela circunstância, mas apenas pela falta de significado e propósito.” A citação de Viktor Frankl sobre a importância do significado e propósito na vida está pode estar também relacionada aos impactos do bullying, tanto no ambiente escolar quanto no profissional. Quando o estudante é vítima de bullying, a falta de um ambiente seguro e acolhedor pode levar à perda de sentido e propósito em sua trajetória educacional. Isso pode resultar em uma diminuição da autoestima e da motivação, dificultando aprendizado e a interação social, o que, por sua vez, pode fechar portas para o interesse escolar que comprometerá sua escolha e até futura atuação profissional.
Carlos Fernando Dalacqua – Os pais devem estar atentos aos filhos, possibilitando o diálogo e acolhimento dentro de casa. Já a escola precisa instituir regras claras de prevenção ao bullying e comunicar estas regras aos alunos, explicando os limites tolerados, as consequências e as medidas que poderão ser adotadas, caso se verifique o bullying. É importante também a realizar a supervisão adequada durante os momentos de interação entre os alunos, objetivando coibir agressões. Além disso é necessário implementar um espaço adequado, com profissional capacitado para o acolhimento de uma criança possivelmente fragilizada e vulnerável, mediante uma escuta respeitosa e livre de julgamento.