“A literatura é um “fertilizante” para o desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança. Ela amplia o vocabulário, trabalha a empatia, estimula a criatividade, ajuda a lidar com emoções complexas — e, claro, fortalece o vínculo afetivo com o adulto leitor. Além disso, ela ajuda a criança a se imaginar no lugar do outro, a pensar em possibilidades e a dar sentido ao mundo”. É com essa fala da neuropedagoga Fernanda King, que é especialista em Educação e CEO da Petit Kids Cultural Center, que começamos a matéria de hoje sobre, não poderia ser diferente, a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que acontecerá até dia 22 de junho.
Nos próximos dias, crianças, jovens e adultos vão vivenciar a literatura de diversas formas, explorando diferentes gêneros e autores e participando de atividades interativas e debates sobre temas relevantes. O encontro é uma fonte inesgotável de informações para estimular a imaginação e o pensamento crítico. Para Rossania Estela, pedagoga e diretora do Colégio Objetivo DF, unidade do Guará, em Brasília, participar de um evento tão significativo como a Bienal do livro é de extrema relevância, um momento único para novas aprendizagens, novas possibilidades de leitura, inovações linguísticas e uma oportunidade rica de se desenvolver ainda mais o gosto pela leitura.
Mas engana-se quem pensa que há apenas livros por lá. Luciana do Rocio Mallon, que é professora de Literatura, lembra que, durante o evento, os pequenos terão contato com palestras, jogos educativos, entrevistas com escritores e outras atividades. “Por lá, a criança aprende também que os escritores não são criaturas inatingíveis, são gente como a gente, e isso traz a sensação de pertencimento. Além disso, os jogos e as brincadeiras literárias mudam a percepção dos pequenos que acham que ler é chato. Eles aprendem que a leitura pode ser lúdica e divertida”, pontua.
Na coluna de hoje, vamos falar sobre alguns lançamentos pra os pequenos e também para o público feminino (afinal, ser mãe não exclui o nosso lado como mulher, não é mesmo?), além de entender como a literatura pode ajudar a formar seres não apenas mais criativos e racionais, mas prontos para enfrentar o mundo que vivemos.
O poder das letras
Que um livro é uma porta para o mundo do conhecimento, nós já sabemos e é uma verdade incontestável. Afinal, ler ajuda nos desenvolvimentos cognitivo, do raciocínio e do vocabulário; na aprendizagem da Língua Portuguesa; estimula a socialização e a imaginação, e amplia o conhecimento sobre diferentes áreas. E quando se pensa em tantos benefícios, é impossível não associar ao universo da Bienal.
Fernanda King comenta que estar na Bienal é viver um mergulho no universo dos livros. “É quando a leitura deixa de ser uma atividade solitária e ganha corpo como experiência coletiva, afetiva e sensorial. A criança vê o livro fora da escola, no mundo real, cercado de autores, histórias e outros leitores. Isso tem um impacto imenso no imaginário e na motivação. Não é só comprar um livro: é pertencer ao mundo da leitura. A Bienal transforma o “dever de ler” no prazer de descobrir. Além disso, é importante lembrar que as atividades feitas de forma coletiva tem um impacto psicológico muito grande nas crianças e adolescentes. É uma memória criada junto com os amigos que ficará para sempre”, pontua.
Mas é preciso, porém, atenção ao que vão consumir. Afinal, embora literatura infantil desenvolva um papel fundamental para os leitores, a escolha dos títulos de acordo com as idades é uma realidade que precisa ser respeitada. “A escolha pelas faixas etárias corretas, como infantil, infanto juvenil, início da fase da adolescência e até aqueles para fase adulta, devem ser bem escolhidos. Consultar catálogos para saber um pouco sobre cada história, sobre os autores e suas vivências são fatores importantes para uma escolha assertiva. Olhar sempre a faixa etária apropriada é um bom caminho para iniciar uma leitura dinâmica e divertida”, diz Rossania.
Para Luciana, identificar livros de acordo com a faixa etária é necessário, ainda, para respeitar o desenvolvimento linguístico de cada idade. “Além disso, o conteúdo deve ser compreensível sem causar danos psicológicos e não provocar frustração para uma criança em desenvolvimento. Por exemplo, um livro que fala sobre os problemas da gravidez na adolescência não é recomendável para uma criança de sete anos. Mas pode ser instrutivo para um adolescente de doze anos”, exemplifica.
Já King faz uma associação bastante interessante: livros são como brinquedos, têm que respeitar o momento do desenvolvimento. Ou seja, um livro muito complexo para a idade desestimula e frustra; e um muito simples não desafia nem interessa. “Identificar a faixa etária ajuda a alinhar linguagem, enredo e formato ao momento da criança. E isso não é sobre limitar — é sobre garantir que a literatura encontre a criança onde ela está, e a convide a dar um passo adiante. Além de outros aspectos, como violência ou sexualidade, por exemplo, que podem estar presentes nas histórias e a classificação indicativa deverá ser observada”, avalia.
O que tem de novo por aí?
Como diz Fernanda King, leitura não é só performance — é vínculo, conversa, afeto e presença. “Ao escolher um livro com uma criança, você não está apenas comprando páginas impressas. Você está construindo memória afetiva, investindo no olhar crítico e na capacidade dela de imaginar um mundo melhor”, avalia.
Então, para ajudar nessas escolhas, selecionamos alguns lançamentos para mães e filhos viajarem pelo mundo dos livros – alguns estarão na Bienal.
– “Coelhos Aventureiros em Inverno na Caverna do Lobo Cinzento”, de Priscila Correia – Na publicação, a autora mergulha na poderosa narrativa da gentileza e da colaboração, demonstrando como todos juntos, em prol de um bem comum, podem fazer a diferença. Com os personagens Benjamin e Theo, os ‘coelhos aventureiros’, enfrentando desafios durante um inverno rigoroso, a história ressalta a importância da empatia e da generosidade para solucionar problemas e proteger a natureza. Escrito durante a pandemia, o livro ganha ainda mais significado, refletindo as experiências compartilhadas durante tempos de isolamento. Uma leitura encantadora que inspira crianças e adultos a fazerem a diferença juntos. Editora Appris.
– “Missão planeta”, de Erika Rossetto – A autora, que é astrônoma, combina seu conhecimento em astronomia com uma mensagem urgente sobre preservação ambiental, criando uma história que cativa pequenos leitores enquanto os conscientiza sobre a importância de cuidar da Terra. O livro, originalmente criado para seus filhos há 15 anos, ganhou forma publicada após a autora enxergar nele um potencial educativo. Com uma narrativa que mistura fantasia e ciência, a obra busca mostrar às crianças que a Terra é nosso lar insubstituível. A autora, que já foi reconhecida como uma das mulheres mais influentes no setor espacial por publicações internacionais, incorpora dados astronômicos de forma acessível, tornando o livro uma ferramenta valiosa para pais e educadores. Editora Ases da Literatura.
– “Queria Me Teletransportar”, de Priscilla Litwak – Em um momento em que os livros para colorir ocupam o topo das listas de mais vendidos — como mostra o fenômeno Bobbie Goods —, uma proposta se destaca por unir beleza, propósito e acolhimento. A jornalista e escritora lança dois títulos que caminham juntos: o livro de crônicas e sua versão inédita para colorir, voltada à maternidade real e à construção de vínculos afetivos. Com frases extraídas das crônicas e ilustrações sensíveis, o novo livro convida mães e filhos a um encontro de calma e conexão — um tempo compartilhado de conversa, imaginação e respiro no meio da rotina. A proposta também se estende a cuidadoras, educadoras, doulas e terapeutas que atuam junto a famílias e crianças com atenção e escuta ativa. Com uma linguagem íntima e empática, a obra inclui também textos de especialistas em saúde mental, parentalidade, sono infantil e vínculos familiares. Para ampliar a experiência do leitor, QR Codes espalhados pelas páginas — e pelo estande — oferecem acesso a conteúdos complementares: vídeos, reflexões e depoimentos inéditos. Lançado pela Emó Editora, o livro chega à Bienal já em sua segunda tiragem, após esgotar a primeira edição antes do lançamento oficial.
– “Coletânea – Contos Investigativos”, de Malu Lira (Grupo Malu Finanças) – A jovem autora amazonense, conhecida por seu trabalho com educação financeira para crianças e adolescentes, acaba de lançar novas histórias da série Contos Investigativos, que transforma dilemas econômicos em mistérios lúdicos. A proposta envolve os leitores em enredos investigativos que abordam temas como consumo, orçamento e juros, de forma acessível e educativa. A série já está presente em mais de 100 escolas no país. A especialista Mirella Lopes, gestora pedagógica do grupo, pode falar sobre como esses materiais vêm sendo usados na BNCC e no ensino fundamental. Editora Fada Madrinha.
– “As Aventuras de Werá Mirim”, de Silvia Muiramomi – A socióloga indígena Silvia Muiramomi assina uma obra encantadora que resgata a memória ancestral dos povos originários da cidade de Santo André. Com narrativa envolvente, personagens encantadores e termos em tupi antigo, o livro promove pertencimento, identidade e valorização das culturas indígenas entre crianças e educadores. Uma das grandes contribuições contemporâneas para ampliar a representatividade na literatura infantojuvenil. Publicação independente.
– “Olho Mágico – um olhar mais positivo e divertido para a vida”, de Fernanda Côrtes – A vida pode ser mais divertida. Tudo vai depender de como enfrentamos as situações. Um olho mágico pode transformar o nosso dia a dia. Quer ver como? Ilustrações divertidas que nos remetem ao cotidiano das crianças nos fazem refletir sobre como podemos enxergar as situações com um olhar mais leve, positivo e divertido. Editora Caravana.
– “As Fabulosas Histórias de Dona Remi”, de Priscila Dal Poggetto – Uma vez por semana, Pedro fica na casa de sua tia Alice. Ela sempre o leva para passear e, como conhece todo mundo no bairro, há sempre algo divertido para fazer. Foi em uma dessas caminhadas com a tia que Pedro conheceu o encanto das máquinas de escrever, antigas engenhocas que registram palavras diretamente no papel em uma época em que não existiam celulares e computadores. O que Pedro jamais imaginaria até então é que uma dessas máquinas era mágica e se tornaria uma grande amiga, a Dona Remi. Com memória única, ela passou a contar para Pedro as fabulosas histórias das pessoas com quem ela já conviveu. Curiosos e cheio de perguntas sobre a vida, o garoto passa a se encontrar com Dona Remi toda semana. A linda cumplicidade entre a máquina analógica e a criança da era digital traz grandes lições sobre o que significa realmente amar a si e ao próximo, entre tantas diferenças, escolhas, medos, encontros e despedidas. “As fabulosas histórias de Dona Remi” é um livro para crianças, adolescentes e adultos se conectarem com a essência da infância. Editora Vidaria.
– “Chapeuzinho Azul”, de Gato Galáctico – Releitura moderna e original do clássico conto infantil. A narrativa traz uma protagonista ousada, sonhadora e corajosa, que parte em uma jornada repleta de surpresas, amizade e autoconhecimento. Com ilustrações vibrantes e enredo cativante. Editora NS Kids.
– “Aprenda a Rimar”, de Mussa – A obra é um convite lúdico e educativo ao universo da rima e da oralidade. Com uma linguagem acessível e ritmo envolvente, Mussa compartilha técnicas, reflexões e atividades que despertam o gosto pela palavra falada e escrita — especialmente entre o público jovem. Um verdadeiro guia para quem quer explorar o poder da rima como forma de expressão, criatividade e identidade. Editora NS Kids.
– “O Pé de Sonho”, de Rossania Estela Rodrigues de Araujo (Estela Araujo) – O livro retrata a história de uma menina chamada Ana, cheia de história mirabolante e cheia de sonhos. Ana estudava, brincava, cantava e tinha o hábito de escrever no seu diário tudo aquilo que ela imaginava e acreditava. É uma história cheia de encantos. Editora Outubro.
Além dos livros, há arte por toda parte
Ler é enxergar com outros olhos, e isso é o que arte nos convida a fazer. Para os pequenos leitores que percorrem os corredores da Bienal do Livro atrás de novas histórias, a imaginação não encontra limites. Mas não são “apenas” as feiras literárias que aguçam os sentidos das crianças. Passeios artísticos diversos são uma grande oportunidade para desenvolver repertório, criatividade e sensibilidade. E a cidade de São Paulo oferece um cardápio completo para a imaginação correr solta – pequenas galerias, grandes exposições e as mais variadas expressões artísticas estão sempre em cartaz na capital. É só escolher: qual mundo você quer apresentar aos seus filhos?
Janelas do Olhar – NATA Art&Design – A galeria NATA Art&Design, instalada no bairro de Pinheiros, inaugura uma nova temporada da exposição “Janelas do Olhar”, que fica em cartaz até o dia 30 de junho. A mostra coletiva apresenta obras inéditas de cinco artistas plásticos brasileiros: Greicy Khafif, Flávia Matalon, Michelle Rosset, Rox Rezende e Taly Cohen. Ótima oportunidade para os pequenos espiarem diferentes universos sensoriais e subjetivos, que ensinam a investigar o mundo por outras “janelas”. As obras, diversas em linguagem e modos de produção, propõem ao público de todas as idades não apenas ver, mas reinventar a própria maneira de enxergar. Rua Cristiano Viana, 401, Pinheiros – Até 30 de junho.
Miguel Afa: Um céu para caber – A Gentil Carioca – A primeira exposição solo de Miguel Afa em São Paulo traz pinturas inéditas que exploram o afeto como experiência estética. Suas telas podem apresentar às crianças uma nova forma de uso das cores, já que a paleta cromática utilizada pelo artista adensa a narrativa e torna tudo mais interessante. Travessa Dona Paula, 108, Higienópolis – Até 23 de agosto.
Andy Warhol: Pop Art! – Museu de Arte Brasileira – Warhol dispensa apresentações enquanto transforma objetos do cotidiano em arte — especialidade de todas as crianças leitoras. Trata-se da maior mostra do artista fora dos EUA com mais de mais de 600 obras originais. Rua Alagoas, 903, Higienópolis – Até 30 de junho.
A Ecologia de Monet – MASP – As obras e cores impressionistas de Monet devem atrair a curiosidade de todos, adultos e crianças. São mais de 30 pinturas do artista, muitas delas inéditas no hemisfério sul.
Avenida Paulista, 1578, Bela Vista – Até 24 de agosto.
Galeria Frente – O acervo completo da Galeria Frente é uma aula divertida sobre os maiores nomes da arte brasileira – é hora das crianças conhecerem Alfredo Volpi, Amílcar de Castro, Anita Malfatti, Anna Maria Maiolino, Tarsila do Amaral e Tomie Ohtake, entre outros. Rua Dr. Melo Alves, 400, Cerqueira César. Exposição permanente.
Direto ao Ponto
A seguir, Rossania Estela, Luciana do Rocio Mallon e Fernanda King, dão algumas dicas de como esses dias de Bienal podem ser incríveis, mas sem estresse.
Aventuras Maternas – Como devem ser os combinados da família com a criança antes de chegar na Bienal, tanto em relação aos gastos, às compras de livros, quanto ao perfil de livros que eles vão escolher?
Rossania Estela – Os combinados das famílias com os filhos é muito importante, precisa estar claro qual é a pretensão da visita à feira, será somente para visualização dos lançamentos, será para uma compra já planejada anteriormente? Será por nível de valores, preços ou modelos mais atuais como cartonados, Pop Ap, 3D e dobraduras, ou aquela aquisição especial movida a aventuras, fantasias, livros com histórias envolventes que falam sobre as características das pessoas ou acontecimentos importantes. Um combinado prévio vai ser de extrema valia.
Luciana do Rocio Mallon – Cada família segue uma linha política, religiosa, ética e econômica. Os pais têm direito a escolher, junto com as crianças, os livros que combinam com o perfil da família. Aliás, menores são responsabilidades dos pais. Com relação à parte econômica os pais devem esclarecer às crianças sobre até quais valores a família tem condições de gastar. Algumas famílias dão mesadas às crianças e eos pais devem aconselhar que dinheiro deve ser bem empregado e que livros são ótimas escolhas.
Fernanda King – Ir à Bienal sem combinados é como entrar num parque de diversões com cartão de crédito liberado — pode acabar em frustração. Então, algumas sugestões práticas para os pais são:
– Defina um limite de gastos com a criança. Envolver a criança nessa conversa a ensina a fazer escolhas — “posso comprar 2 livros, quais serão?”
– Conversem sobre o perfil de livros: querem buscar aventura? Humor? Livros sobre animais? Isso orienta o olhar e evita compras por impulso.
– Deixem espaço para o imprevisto. Um autor que autografa, uma história que encanta. Ter um “bônus” para esse tipo de surpresa pode evitar conflitos e enriquecer a experiência.
– Evitem só impor. Permitir que a criança escolha com autonomia — dentro de critérios claros — reforça o vínculo emocional com a leitura.
Em tempo: Com mais de 800 mil exemplares vendidos e adaptações para o teatro e uma série de animação exibida na TV, a franquia “Diário de Pilar” conquistou leitores e educadores em todo o Brasil com as aventuras da menina curiosa que viaja pelo mundo com uma rede mágica. Unindo conhecimento, mitologia e diversidade, a obra encanta crianças e inspira novas gerações de leitores. Agora, a franquia ganha mais uma novidade: seu primeiro filme live-action, O Diário de Pilar na Amazônia, que estreia nos cinemas em janeiro de 2026. Segundo a campanha de divulgação, a produção da Conspiração, com coprodução da Star Original Productions e distribuição da Star Distribution – ambos selos da The Walt Disney Company voltados ao cinema nacional –, acaba de ter seu pôster oficial revelado e será um dos destaques da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Flávia Lins e Silva estará presente no evento para uma sessão de autógrafos no estande da Companhia das Letras (Pavilhão 3), no dia 15 de junho (domingo), às 16h00. A editora é responsável pela publicação da coleção por meio do selo infantojuvenil Pequena Zahar. A sessão contará ainda com a participação especial de Lina Flor, atriz que interpreta Pilar no longa-metragem, marcando sua primeira aparição pública como a personagem — um encontro simbólico entre a criadora e sua criação. A sinopse de O Diário de Pilar na Amazônia revela que, no filme, Pilar viaja até a Amazônia com a ajuda de uma rede mágica herdada do avô, junto de Breno e Samba. Lá, ela conhece Maiara, uma jovem ribeirinha que teve sua comunidade destruída, e Bira, menino sagaz que vive a subir e descer os rios da região em busca de um pirarucu de 4 metros. Com a ajuda dos novos amigos e das criaturas encantadas da floresta, Pilar embarca em uma missão para reencontrar a família da amiga e ajudar a impedir o desmatamento.