Um grupo de cientistas chineses conseguiu transformar suculentas em pequenas luminárias vivas. O trabalho, conduzido na Universidade Agrícola do Sul da China, em Guangzhou, foi publicado na revista Matter e liderado pela pesquisadora Shuting Liu.
A equipe utilizou a espécie Echeveria “Mebina” e injetou em suas folhas partículas de aluminato de estrôncio, material conhecido por absorver luz e liberá-la aos poucos. A técnica não altera a genética da planta, mas funciona como uma espécie de “bateria de luz”, capaz de armazenar energia durante o dia e emitir brilho à noite.
Diferentemente de estudos anteriores, que conseguiam apenas tons esverdeados, o experimento produziu luz em vermelho, azul e verde. Em um dos testes, 56 suculentas foram dispostas em formato de parede e, após minutos de exposição solar, iluminaram por até duas horas, o bastante para distinguir textos e até contornos de pessoas a curta distância.
Duração e recarga
As plantas podem ser “recarregadas” sempre que recebem luz solar, mantendo o efeito por até 25 dias após a aplicação do material. Mesmo folhas já envelhecidas conseguiram emitir luz quando expostas à radiação ultravioleta. Para preservar o tecido vegetal, os cientistas desenvolveram um revestimento que evita possíveis danos das nanopartículas.
Limitações e críticas
Apesar do avanço, especialistas mantêm cautela. John Carr, professor da Universidade de Cambridge, destacou em entrevista à CNN que o estudo é inovador, mas que não se deve esperar que essas plantas substituam postes de iluminação tão cedo.
A própria equipe reconhece que o brilho ainda é insuficiente para usos práticos em larga escala e que a segurança da técnica precisa de mais pesquisas. Por enquanto, as aplicações seriam principalmente ornamentais, como luzes noturnas decorativas em jardins e ambientes internos.
Mesmo assim, os pesquisadores acreditam que, com maior intensidade e durabilidade, essas suculentas podem no futuro ajudar a iluminar espaços públicos de maneira sustentável, aproveitando a energia solar de forma natural.
Resumo:
Pesquisadores chineses criaram suculentas capazes de brilhar no escuro após receberem luz solar. A técnica, que injeta nanopartículas nas folhas, ainda é experimental, mas já mostra potencial para uso ornamental e sustentável.
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