O uso da jardinagem como recurso terapêutico não é recente. Registros apontam que, desde o século XIX, hospitais psiquiátricos já utilizavam hortas como parte do tratamento de pessoas com transtornos mentais. A ideia era estimular o contato com atividades simples, que envolvessem ritmo, cuidado e responsabilidade. Com o tempo, essa prática ganhou respaldo científico e passou a ser estudada sob a perspectiva da psicologia moderna. Hoje, psicólogos de diferentes linhas teóricas reconhecem que a jardinagem contribui para a redução de sintomas de estresse e para a promoção de bem-estar emocional.
Como a jardinagem ajuda no tratamento de pacientes?
O ato de cultivar plantas vai além de uma simples atividade manual. Ele envolve foco, repetição de movimentos e contato direto com elementos naturais. Estudos indicam que pacientes que praticam jardinagem apresentam redução significativa em quadros de ansiedade e depressão. Além disso, a atividade fortalece a noção de responsabilidade, pois cuidar de uma planta exige constância. Psicólogos relatam que pacientes em reabilitação de dependência química, por exemplo, encontram na jardinagem uma forma de reconstruir rotinas saudáveis e resgatar a sensação de utilidade.

Quais benefícios emocionais e cognitivos a prática oferece?
Entre os benefícios emocionais, destacam-se a melhora da autoestima, o fortalecimento da paciência e o estímulo ao autocuidado. No campo cognitivo, a jardinagem promove concentração, memória de curto prazo e organização mental. Ao acompanhar o ciclo de vida de uma planta, o paciente desenvolve maior capacidade de planejamento e tolerância à frustração. Além disso, o simples contato com a terra e a observação do crescimento das plantas despertam sensação de pertencimento e vínculo com a natureza, fatores que influenciam diretamente no humor e na percepção de bem-estar.
Em quais contextos a jardinagem é aplicada por psicólogos?
Psicólogos utilizam a jardinagem em diferentes cenários. Em consultórios particulares, pequenas hortas internas ou vasos de plantas servem como ponto de partida para exercícios de mindfulness. Em clínicas de reabilitação, canteiros coletivos permitem que grupos de pacientes trabalhem em conjunto, reforçando a socialização e a cooperação. Hospitais psiquiátricos também têm adotado jardins terapêuticos em suas áreas externas, com resultados positivos no engajamento dos pacientes. Mesmo em escolas, psicólogos escolares têm utilizado hortas comunitárias como ferramenta de apoio no manejo de conflitos e no fortalecimento de habilidades socioemocionais.
Quais mitos cercam a jardinagem como terapia?
Muitos acreditam que a jardinagem terapêutica é apenas um passatempo relaxante, mas essa visão é limitada. Diferentemente de uma atividade recreativa, ela possui base científica em psicologia clínica e ambiental. Outro equívoco comum é considerar que apenas pessoas idosas se beneficiam da prática. Na realidade, adolescentes e adultos jovens também encontram na jardinagem uma forma eficaz de lidar com estresse acadêmico e profissional. Há ainda a ideia de que é necessário um grande espaço para obter resultados. Psicólogos reforçam que mesmo pequenos vasos em apartamentos já podem trazer efeitos positivos.
Como a prática impacta as novas gerações?
As novas gerações, cada vez mais expostas a ambientes digitais e urbanos, têm pouco contato com processos naturais. Nesse cenário, a jardinagem oferece um contraponto essencial. Psicólogos relatam que crianças e adolescentes que participam de hortas escolares demonstram maior responsabilidade, disciplina e consciência ambiental. Entre jovens adultos, a prática se tornou alternativa para lidar com pressões profissionais e acadêmicas, funcionando como estratégia de autorregulação emocional. A tendência é que a jardinagem terapêutica se torne cada vez mais valorizada no futuro, especialmente como forma de equilibrar os impactos do estilo de vida moderno.
O que podemos aprender com o uso da jardinagem na psicologia?
A experiência mostra que o contato com a natureza tem efeitos profundos no equilíbrio emocional humano. A jardinagem, quando orientada por psicólogos, revela-se mais do que um hobby: é um recurso terapêutico acessível, de baixo custo e com resultados comprovados. Ao estimular o cuidado, a paciência e a conexão com o presente, ela se torna ferramenta importante para diferentes perfis de pacientes. O aprendizado que se tira dessa prática é simples e, ao mesmo tempo, transformador: cultivar plantas pode significar também cultivar saúde mental. Essa reflexão aponta para um caminho promissor na psicologia contemporânea.








