Com o preço dos imóveis nas alturas, morar de aluguel virou realidade para milhões de brasileiros. Segundo o IBGE, 23% das famílias vivem em casas ou apartamentos alugados, um aumento de 45% em oito anos. Entre os jovens, esse número é ainda maior: quase um terço dos que têm entre 25 e 29 anos paga aluguel.
Mas, com o reajuste anual do contrato e o custo de vida aumentando, muita gente se pergunta: será que vale a pena mudar de casa ou dá para negociar? A resposta depende de planejamento. Antes de empacotar tudo, vale respirar fundo e fazer as contas.
Como começar a renegociação
O primeiro passo é entender de onde vem o aumento. O reajuste é definido pelo índice previsto em contrato, geralmente o IGP-M ou o IPCA. Em 2025, por exemplo, o IGP-M acumulou alta de 4,39%. Parece pouco, mas um aluguel de R$ 2.000 passaria para R$ 2.087,80.
Sabendo o novo valor, é hora de se preparar para conversar com o proprietário. Tenha tudo anotado: quanto ganha, quanto gasta e qual o limite real que consegue pagar sem sufoco. Uma boa regra é não comprometer mais do que 30% da renda com moradia.
Também vale pesquisar quanto estão cobrando por imóveis parecidos no seu bairro. Junte prints e anúncios, porque números concretos ajudam muito na hora da negociação.
O que dá para propor
Chegue com alternativas. Nem sempre o proprietário pode congelar o valor, mas é possível negociar formas de aliviar o impacto.
– Pedir para adiar o reajuste por alguns meses.
– Solicitar um desconto temporário, com revisão depois.
– Propor um contrato mais longo, garantindo estabilidade em troca de valor menor.
– Oferecer parte do pagamento adiantado, se tiver reserva financeira.
O segredo é ser transparente. Mostre que você é uma boa inquilina: paga em dia, cuida do imóvel e mantém contato fácil. Para o proprietário, manter alguém confiável costuma valer mais do que enfrentar meses com o imóvel vazio.
Mudar vale a pena?
Caso não consiga segurar o reajuste do seu aluguel, é hora de avaliar custos para uma mudança. Muitos são desconsiderados no planejamento, mas pesam bastante no bolso. O transporte e a desmontagem dos móveis, por exemplo, facilmente ultrapassam o valor de um mês de aluguel. Além disso, há a multa por rescisão do contrato, que pode ser de um a três aluguéis, caso você ainda não tenha cumprido o tempo determinado no seu contrato.
Sem contar os reparos antes da entrega das chaves: pintura, troca de fechaduras, consertos elétricos… E o novo endereço costuma trazer gastos extras que a gente só percebe depois: cortina nova, luminária, chuveiro, até um armário que não cabe mais.
Outro ponto é o custo da distância. Um imóvel mais barato, mas longe do trabalho ou da escola, pode aumentar o gasto com transporte, tempo no trânsito e até gerar mudanças na rotina da família.
Antes de decidir, pergunte a si mesma
- O novo valor cabe no seu orçamento?
- Há espaço para negociar?
- Quanto custaria mudar (de verdade)?
- O bairro atual ainda atende às suas necessidades?
- A compra de um imóvel é viável no seu momento financeiro?

Quando a compra pode ser um bom caminho?
Para quem sonha em sair do aluguel, o segredo é planejar. Escolher o tipo de imóvel (casa ou apartamento) e o bairro é só o começo. É preciso colocar na ponta do lápis tudo o que vem junto: escritura, registro, taxas, reforma e mobília. Hoje, há vários caminhos possíveis:
- Financiamento imobiliário – ideal para quem quer comprar logo, mesmo sem ter o valor total.
• Minha Casa, Minha Vida – programa do governo que facilita a compra para famílias de baixa renda.
• Consórcio – alternativa sem juros, mas com prazos mais longos.
• Leilões de imóveis – costumam ter preços abaixo do mercado, mas exigem cuidado com os riscos e a documentação.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1493, de 31 de outubro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.







