Embora jovens que já estejam inseridos no mercado de trabalho foquem no trabalho formal – e revelam desejo de crescerem dentro da empresa onde trabalham, segundo o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE)-, pesquisas da Rico e do Sebrae mostram empreendedorismo como desejo da maioria. Abaixo, AnaMaria explica para você:
Quem já está no mercado formal, foca na CLT
Ser empreendedor ou CLT? O levantamento do CIEE entrevistou quase 12 mil estagiários cadastrados, já inseridos no mercado de trabalho. A faixa etária média dos entrevistados foi de 26 anos entre os que cursam o Ensino Superior, e 18 anos entre os estudantes do Ensino Médio ou Técnico. A bolsa-auxílio média ficou em R$ 1.108,10.
Quando questionados sobre suas expectativas profissionais, a maioria apontou o desejo de estabilidade: 51% dos entrevistados disseram que querem ser efetivados na empresa onde estagiam, e 20% afirmaram que preferem ser contratados no modelo CLT.
Curiosamente, apenas 3% dos entrevistados manifestaram o desejo de empreender, um número que chama a atenção diante do crescimento do empreendedorismo no país.
Além disso, os dados revelam uma visão positiva sobre o trabalho formal:
- 63% discordam da ideia de que, no futuro, ninguém mais terá um trabalho registrado em carteira.
- 60% discordam de que o trabalho formal limita a liberdade das pessoas.
Isso sugere que os jovens que estão vivenciando programas de estágio enxergam o modelo de contratação formal como uma porta de entrada segura e viável para suas carreiras.
Empreendedorismo entre os jovens em crescimento
Apesar dos números do CIEE, seria precipitado concluir que os jovens brasileiros em geral não desejam empreender. O levantamento foca em uma amostra específica: estudantes que já estão inseridos em programas de estágio, ou seja, em uma estrutura mais tradicional de mercado.
Dados do Sebrae, por exemplo, mostram uma realidade diferente: o número de jovens empreendedores entre 18 e 29 anos cresceu 23% em 2023. Eles já representam 16,5% dos cerca de 30 milhões de empreendedores no país.
Outro estudo, realizado pela plataforma de serviços financeiros Rico, traz mais insights sobre a relação dos jovens com o empreendedorismo e o dinheiro. A pesquisa entrevistou jovens entre 24 e 35 anos que já realizaram algum tipo de investimento:
- 19% têm como meta de longo prazo acumular capital para abrir o próprio negócio.
- 71% valorizam segurança ao investir.
- A maioria dos entrevistados (50,35%) ainda aposta na poupança, um dos investimentos mais conservadores, o que revela um perfil de risco mais cauteloso.
O impacto do estágio na vida dos jovens
A pesquisa do CIEE também trouxe à tona um dado social significativo: 10% dos estagiários entrevistados são os únicos responsáveis pelas contas de casa. Esse número representa uma ligeira melhora em relação ao ano anterior, quando atingiu 11%, mas ainda está acima dos 6% registrados em 2019, quando o levantamento incluiu a pergunta pela primeira vez.
Esses dados reforçam a importância dos programas de estágio na vida dos jovens brasileiros, não apenas como meio de ingresso no mercado profissional, mas como um instrumento de mudança social e suporte financeiro para muitas famílias.
Ser empreendedor ou CLT: nova geração está entre segurança e ambição!
As novas gerações parecem valorizar estabilidade e previsibilidade ao planejar suas carreiras e finanças, o que é compreensível diante dos desafios econômicos do país.
Para aqueles que sonham em empreender, o caminho geralmente envolve planejamento, acúmulo de capital e, em muitos casos, a busca por segurança antes de dar um passo mais arriscado.
O futuro do trabalho entre os jovens brasileiros pode não ser homogêneo, mas revela uma geração que equilibra sonhos e pragmatismo, sem perder de vista o desejo de construir um futuro melhor.
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