A saúde mental no trabalho é uma questão que, por muito tempo, ficou em segundo plano nas empresas, mas seus efeitos têm se mostrado devastadores, tanto para os colaboradores quanto para as organizações.
Henrique Bueno, professor-adjunto do primeiro mestrado global em estudos da Felicidade, ministrado pelo professor Tal Ben-Shahar na Centenary University, alerta que a pressão por produtividade e a negligência com saúde mental no trabalho não afetam apenas o presente, mas podem impactar negativamente até as próximas gerações. Entenda!
Negligência com saúde mental no trabalho e seus impactos
O cenário no Brasil é preocupante: de acordo com dados da plataforma de terapia online Vittude, três em cada dez trabalhadores enfrentam transtornos mentais severos, como depressão e ansiedade. E esses problemas têm se tornado ainda mais comuns devido à cultura de produtividade excessiva e à negligência com a saúde mental no trabalho.
Dessa forma, tal desequilíbrio gera consequências graves, como a Síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento extremo, queda de desempenho, alta rotatividade e aumento dos custos para empresas e sociedade.
Henrique explica que, embora a produtividade seja muitas vezes exaltada como uma virtude, seus efeitos colaterais são amplamente ignorados. “A pressão constante e as metas irreais criam um ambiente de trabalho que se transforma em um gatilho para doenças mentais, prejudicando tanto os indivíduos quanto as organizações”, alerta o especialista.
Importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional
A boa notícia é que há soluções. Henrique sugere que, além da redução da jornada de trabalho, as empresas e indivíduos precisam encontrar um propósito que traga sentido às suas atividades diárias.
Segundo ele, quando as escolhas profissionais estão alinhadas ao que realmente importa, é possível equilibrar trabalho e vida pessoal de forma saudável e satisfatória.
Estresse no trabalho? Você não está sozinha! Veja o que fazer
Assim, adotar medidas simples no cotidiano pode ajudar a alcançar esse equilíbrio. Pesquisas indicam que pequenas pausas durante o expediente podem fazer uma grande diferença.
Nesse sentido, um estudo do King’s College London, realizado em 2024, mostrou que pausas de apenas 15 minutos reduzem o estresse em até 24,7% e aumentam a produtividade em 33,2%.
Práticas para preservar a saúde mental no trabalho
Além das pausas, estabelecer limites claros entre as responsabilidades profissionais e pessoais é crucial. Um estudo da American Psychological Association (2023) revelou que profissionais que mantêm horários de trabalho definidos tendem a ser mais produtivos e enfrentam menos estresse.
Portanto, práticas de autocuidado, como meditação e atividade física, também são essenciais para manter o equilíbrio e o bem-estar.
Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática regular de atividades físicas para melhorar a saúde mental. Além disso, destaca os benefícios da meditação na redução do estresse e na promoção do bem-estar integral.
Futuro depende de um novo modelo de trabalho
Para Henrique, as empresas que priorizam o bem-estar de seus colaboradores não apenas reduzem custos com problemas de saúde mental, mas também criam ambientes mais saudáveis e produtivos. Esse caminho, segundo ele, é essencial para garantir um futuro mais sustentável para todos. Isso sem deixar que a negligência com a saúde mental no trabalho impacte negativamente as gerações futuras.
Valorizar a saúde mental no trabalho e adotar estratégias que promovam o bem-estar dos colaboradores não é apenas uma escolha inteligente, mas uma necessidade para um futuro mais equilibrado e saudável para todos.
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