O Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, anunciou a demissão de cerca de mil funcionários que atuavam em regime híbrido ou totalmente remoto. A decisão, confirmada na segunda-feira (9), gerou polêmica e foi duramente criticada pelo Sindicato dos Bancários.
Segundo nota divulgada pelo banco, as demissões ocorreram após uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”. Apesar disso, a instituição não revelou o número exato de colaboradores desligados.
Trabalho remoto em debate no setor bancário
De acordo com o sindicato, o motivo alegado pelo Itaú seria uma suposta queda na produtividade dos funcionários. A empresa teria identificado registros de inatividade nos sistemas corporativos, em alguns casos superiores a quatro horas durante o expediente.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários, Maikon Azzi, essa justificativa é questionável. Ele afirma que os números não consideram fatores importantes, como falhas técnicas, problemas de saúde, sobrecarga ou a própria forma de organização das equipes.
“Fomos surpreendidos com uma demissão em massa sem qualquer diálogo prévio. O banco monitorou os colaboradores por meses, mas não deu feedback nem oportunidade para corrigirem eventuais falhas”, relatou Azzi ao G1.
Além disso, o sindicato critica a falta de aviso prévio e de comunicação com a entidade antes das demissões. Em nota, a instituição sindical classificou a atitude do banco como “desrespeitosa e incompatível com a relação construída ao longo dos anos”.
O que diz o Itaú sobre as demissões?
O Itaú defendeu que a medida visa manter os padrões de confiança e transparência da instituição. Segundo a nota, o processo faz parte de uma gestão responsável, que busca proteger a cultura do banco e a relação com clientes e colaboradores.
Ainda assim, o posicionamento não convenceu o sindicato, que exige esclarecimentos detalhados sobre os critérios usados para avaliar os funcionários.
Impacto no quadro de colaboradores
Atualmente, o Itaú Unibanco conta com mais de 96 mil funcionários e colaboradores, segundo informações do site oficial da empresa. Apenas nos últimos 12 meses, foram cortados 518 postos de trabalho. Com as novas demissões, estima-se que o número de empregados ativos esteja próximo de 85 mil.
Apesar da redução no quadro, o banco segue apresentando bons resultados financeiros. No segundo trimestre de 2024, por exemplo, registrou lucro líquido de R$ 11,5 bilhões, conforme balanço divulgado ao mercado.
Discussão sobre futuro do home office
O episódio reacendeu o debate sobre os desafios do trabalho remoto no Brasil, especialmente em setores altamente regulamentados, como o bancário. Para especialistas em gestão, a situação evidencia a necessidade de regras claras, acompanhamento próximo e, principalmente, comunicação eficiente entre empresas e colaboradores.
Enquanto o sindicato pressiona por mais diálogo, muitos trabalhadores temem que decisões semelhantes possam se repetir em outras instituições financeiras. A discussão promete ganhar força nos próximos meses, à medida que empresas definem como equilibrar produtividade e flexibilidade.
Resumo: O Itaú Unibanco demitiu cerca de mil funcionários que trabalhavam de forma híbrida ou remota. A decisão gerou forte reação do Sindicato dos Bancários, que questiona os critérios usados e cobra mais transparência. O caso reacende o debate sobre os desafios do trabalho remoto no setor financeiro.
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