Pode até parecer que a geração Z — aquela que nasceu a partir da segunda metade dos anos 1990 — prefere tudo que é digital. Mas a prática mostra outra história. Uma pesquisa recente da consultoria Deloitte revelou que, no Brasil, cerca de 50% desses jovens atuam em trabalho presencial, mesmo com o crescimento das oportunidades em home office ou no formato híbrido.
Esse dado, embora pareça contraditório à primeira vista, mostra que, para muitos jovens, o contato humano ainda é essencial. Afinal, estar presente fisicamente em uma empresa pode acelerar o aprendizado, ajudar na construção de uma carreira sólida e ainda oferecer chances reais de fazer conexões importantes.
Geração Z surpreende ao preferir o olho no olho
Existem motivos bem práticos por trás dessa escolha. Primeiramente, o trabalho presencial permite mais convivência com colegas de diferentes níveis de experiência. Isso facilita a troca de ideias e o aprendizado, na prática, o que é muito valorizado por quem está começando a vida profissional.

Além disso, quando se está presente no dia a dia da empresa, é mais fácil demonstrar interesse, comprometimento e conquistar a confiança da liderança. Muitas empresas, inclusive, ainda enxergam o presencial como sinal de responsabilidade — e isso pode ajudar o jovem a ser lembrado em futuras promoções.
Outro fator importante é o networking. Estar no ambiente da empresa todos os dias contribui para criar laços, conhecer pessoas de áreas diferentes e, quem sabe, abrir portas para novas oportunidades no futuro.
Ainda assim, a geração Z busca flexibilidade
Mesmo que muitos jovens ainda apostem no escritório tradicional, isso não significa que eles não desejem mudanças. Na verdade, a geração Z também valoriza — e muito — a flexibilidade. Ter liberdade para escolher onde e quando trabalhar tornou-se um ponto-chave na hora de aceitar ou recusar uma vaga.
Por isso, os modelos híbridos ganham cada vez mais espaço, já que unem o melhor dos dois mundos: a estrutura do trabalho presencial e a praticidade do home office.
Equilíbrio emocional é prioridade para essa geração
Outro ponto que pesa bastante na decisão da geração Z é o bem-estar. Hoje, mais do que nunca, esses jovens se preocupam com sua saúde mental e com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Eles querem tempo para cuidar da família, dos amigos e de si mesmos — e não estão dispostos a abrir mão disso.
Essa visão mais ampla da carreira leva muitos a optarem por ambientes que ofereçam mais autonomia e flexibilidade. Empresas que entendem essa necessidade tendem a atrair e reter mais talentos.
Propósito e alinhamento de valores também fazem diferença
Para completar, a geração Z quer mais do que apenas um bom salário. Esses jovens desejam trabalhar em locais que tenham valores parecidos com os seus. Ou seja, propósito, sustentabilidade, diversidade e ética são temas que importam — e muito — na escolha de onde vão construir suas carreiras.
Portanto, mesmo que o trabalho presencial ainda tenha um papel importante, especialmente no início da vida profissional, a tendência é que os jovens sigam buscando modelos que respeitem suas individualidades e ofereçam oportunidades de crescimento com qualidade de vida.
Resumo: Apesar da ascensão do home office, metade da geração Z no Brasil ainda atua em trabalho presencial. Jovens valorizam o aprendizado prático, a convivência com colegas e a chance de construir redes de contato. Ao mesmo tempo, buscam flexibilidade, bem-estar e propósito no ambiente profissional.
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