Com o aumento de brasileiros buscando novas oportunidades fora do país, especialmente nos Estados Unidos, uma dúvida frequente surge: abrir uma empresa nos EUA dá direito à cidadania americana?
A resposta é não, pelo menos não de forma automática. Ter um negócio legalmente estabelecido nos Estados Unidos pode, sim, abrir caminho para um visto de residência temporária ou até permanente, mas o processo envolve diversas etapas, exige investimento e não garante a cidadania americana por si só.
Abrir uma empresa nos EUA: o que pode e o que não pode?
O país permite que estrangeiros abram empresas, mesmo sem viver por lá. No entanto, para morar e trabalhar legalmente em território americano, é necessário obter o visto apropriado. Alguns tipos de visto para empreendedores são:
– Visto E-2: voltado para investidores de países que têm tratado comercial com os EUA. O Brasil, infelizmente, não está na lista.
– Visto L-1: destinado a executivos de empresas multinacionais transferidos para uma filial nos EUA.
– Visto EB-5: permite o green card (residência permanente) para quem investe a partir de US$ 800 mil em projetos que geram empregos no país.
Ou seja: abrir uma empresa pode ser um dos caminhos para a legalização, mas não é uma garantia. E, mesmo com um green card, o processo de cidadania exige anos de residência, comprovação de idoneidade e outros critérios legais.
Os erros mais comuns ao tentar empreender nos EUA
Um levantamento da Ecco Planet Consulting, empresa especializada em internacionalização de negócios, revelou que muitos brasileiros cometem os mesmos erros ao tentar empreender nos Estados Unidos.
O primeiro deles é idealizar o mercado americano. Acreditar que só o fato de estar lá já trará sucesso é uma armadilha perigosa. Cerca de 70% das empresas brasileiras que fracassam nos EUA começaram suas operações sem estudo de mercado nem validação do produto com o público local.
Outro erro frequente é repetir no exterior o modelo de negócio que funcionava no Brasil, sem considerar diferenças culturais, legais e comerciais. Detalhes como o jeito de vender, a linguagem da marca, os canais de distribuição e até o atendimento ao cliente precisam ser adaptados à realidade americana.

Há também quem tente economizar demais na estrutura inicial, operando de maneira informal ou terceirizando tudo. Isso pode minar a credibilidade da empresa e afastar parceiros e consumidores.
O que fazer para aumentar as chances de sucesso
O ideal, segundo a consultoria, é montar uma estrutura legal desde o início, mesmo que enxuta, com suporte local para contabilidade, jurídico e compliance. Também é fundamental estudar o mercado, observar a concorrência e ajustar o produto ou serviço conforme o novo público.
Apesar dos desafios, empreender nos Estados Unidos ainda pode ser um passo estratégico importante para quem deseja acessar um mercado mais estável, ganhar em dólar e expandir a marca globalmente. Mas é essencial fazer isso com os pés no chão, planejamento e apoio especializado.
Resumo:
Abrir uma empresa nos EUA não garante cidadania americana, mas pode ser o primeiro passo para solicitar certos tipos de visto. Para aumentar as chances de sucesso, é importante adaptar o negócio à cultura local, montar uma estrutura formal e contar com apoio técnico. Idealizar o mercado ou repetir fórmulas do Brasil costuma levar ao fracasso.
Leia também:
7 livros ricos em ensinamentos para empreendedores