Quando um pequeno empreendimento começa a crescer, surgem desafios que exigem adaptações importantes. Para muitos empreendedores, a transição do MEI ao Simples Nacional é uma dessas mudanças que, se bem planejada, pode ser muito vantajosa. No entanto, essa migração pode trazer algumas dificuldades, já que o Simples Nacional exige uma nova postura tributária e administrativa.
Richard Domingos, diretor da Confirp Contabilidade, explica que muitos empresários não estão preparados para as complexidades dessa transição, o que pode acarretar problemas fiscais e trabalhistas. Por isso, é importante tomar algumas ações para garantir que o processo seja feito de forma tranquila e eficiente. Confira a seguir dicas do especialista:
A importância do planejamento tributário na transição do MEI ao Simples Nacional
Antes de dar o primeiro passo rumo à migração para o Simples Nacional, é essencial realizar um planejamento tributário adequado. Para alguns negócios, o Simples Nacional pode ser a escolha certa, mas para outros, pode haver alternativas mais vantajosas.
Richard Domingos alerta que nem sempre a mudança para esse regime é a melhor opção, e por isso é fundamental realizar uma análise detalhada das alternativas fiscais para garantir que a escolha traga os melhores benefícios.
Revisão da tabela de preços após a migração para o Simples Nacional
Com a transição do MEI para o Simples Nacional, a carga tributária sofrerá alterações. Isso significa que, dependendo da atividade, o valor pago de impostos pode aumentar, o que pode impactar diretamente na precificação dos produtos ou serviços oferecidos. Richard ressalta: “É fundamental revisar as condições comerciais e reajustar os preços para que o negócio continue competitivo e sustentável.” Portanto, se o seu faturamento passou para a faixa do Simples Nacional, reveja suas margens e reajuste seus preços, se necessário.
Negociar contratos com clientes: um passo necessário na transição
A mudança para o Simples Nacional pode alterar a forma como os tributos incidem sobre sua empresa, e isso deve ser refletido nos contratos com clientes. Os preços podem precisar ser ajustados, assim como os prazos de pagamento, para cobrir os impactos tributários dessa migração. Negociar novos termos com seus clientes é essencial para que todos estejam alinhados com as mudanças. Manter uma comunicação clara sobre a alteração do regime tributário pode evitar conflitos no futuro.
A contabilidade especializada é fundamental para o Simples Nacional
Uma das maiores mudanças ao sair do MEI e adotar o Simples Nacional é a necessidade de uma contabilidade especializada. Richard Domingos afirma que “a contabilidade no Simples Nacional exige acompanhamento constante, pois as obrigações fiscais são mais complexas”. Em comparação ao regime do MEI, o Simples Nacional exige mais atenção e dedicação, principalmente quando se trata de preenchimento de obrigações acessórias e cálculo de tributos. Ter um contador especializado ajuda a garantir que todas as obrigações estejam sendo cumpridas corretamente.
Avaliar a possibilidade de transformar sua empresa em uma sociedade
Muitas empresas que ultrapassam o limite de faturamento do MEI e migram para o Simples Nacional podem precisar repensar sua estrutura jurídica. Isso pode incluir a transformação do negócio em uma sociedade, como uma EIRELI ou LTDA, dependendo das necessidades da empresa. A elaboração de um contrato social e ajustes legais serão necessários. Considerar essa mudança pode ser uma forma de tornar o negócio mais robusto, preparado para o crescimento contínuo.
Atenção às obrigações acessórias no Simples Nacional
Ao migrar para o Simples Nacional, o empresário passará a ter novas obrigações fiscais, como a entrega de declarações de impostos, que não eram exigidas no regime do MEI. Manter-se em dia com essas obrigações é fundamental para evitar multas e problemas com o fisco. Richard ressalta a importância de estar sempre atento a essas exigências, pois a não conformidade pode prejudicar o negócio e até afetar a continuidade da empresa.
Revisão da relação com fornecedores ao migrar para o Simples Nacional
Outro ajuste importante ao sair do MEI é a negociação com fornecedores. Com a transição para o Simples Nacional, novos tributos podem afetar a forma como a empresa negocia com seus parceiros. Por isso, é importante rever preços, condições de pagamento e prazos, para garantir que a relação com fornecedores seja mantida de forma vantajosa. Esse ajuste nas negociações contribui para que o impacto financeiro da transição seja suavizado.
Reavaliar a forma de contratar funcionários no Simples Nacional
Por fim, ao sair do MEI, o empresário pode contratar mais funcionários, mas com isso surgem novas responsabilidades trabalhistas. Isso inclui o cumprimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o pagamento de benefícios e o cumprimento das obrigações trabalhistas. O especialista destaca que “o empresário precisa estar preparado para as novas exigências trabalhistas ao migrar para o Simples Nacional“. A gestão de uma equipe exige atenção, por isso é importante ter suporte jurídico e contábil para se adaptar às novas obrigações.
A transição do MEI ao Simples Nacional não é um processo simples, mas com o devido planejamento, o apoio de profissionais especializados e atenção aos detalhes, esse momento pode ser um grande passo para o crescimento do seu negócio.
A chave para uma migração tranquila está em se antecipar às mudanças e garantir que todos os ajustes necessários sejam feitos de maneira estratégica e eficiente. Com essas dicas, você estará mais preparada para enfrentar os desafios da transição e seguir com o seu negócio em expansão.
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