Neste Dia das Mães, celebramos mais do que flores e cartões: damos voz a histórias reais de mulheres que, ao se tornarem mães, descobriram novas formas de existir no mundo profissional. Algumas decidiram empreender para estar mais próximas dos filhos. Outras seguiram em suas áreas, mas com um novo olhar e prioridades. O fato é que a maternidade transforma — e, muitas vezes, empodera.
Quando o amor vira negócio: maternidade como impulso para empreender
A chegada de um filho muda a rotina, os sentimentos e, em muitos casos, o rumo da carreira. Muitas mulheres veem na maternidade a oportunidade de criar algo com mais propósito, autonomia e conexão com seus valores. Segundo o Sebrae, mais da metade dos novos negócios brasileiros são liderados por mulheres — e uma parte significativa dessas empreendedoras também é mãe.
Esse é o caso de Shadya Hamad, mãe atípica do Rafael, de 7 anos, e fundadora da Amarelo Ipê Brinquedos. O projeto nasceu do desejo de criar momentos de conexão e acolhimento por meio do brincar. “A Amarelo Ipê representa inclusão, respeito às diferenças e apoio à jornada materna. Mais que brinquedos, oferecemos vínculos verdadeiros”, conta Shadya.
Flexibilidade e propósito: os novos desejos no mercado de trabalho
Depois da chegada de um filho, muitas mulheres buscam não apenas conciliar a agenda, mas também redescobrir seus objetivos profissionais. Karina Godoy, ex-jornalista da TV Globo e mãe da Maitê, de 7 anos, trocou o estúdio pelo empreendedorismo. Com seu projeto “Calma, você não é a mulher maravilha”, ela oferece eventos, treinamentos e conteúdos para apoiar outras mulheres. “Descobri que é possível ter propósito e leveza, mesmo com os desafios da maternidade”, afirma.
A jornada de Amanda Chatah também é exemplo disso. Após um acidente com sua filha Olívia, ela e o marido criaram a cama casinha, inspirada no método Montessori. Assim nasceu a Muskinha, marca de móveis infantis. “O negócio nasceu de uma necessidade real da minha maternidade. Empreender foi o caminho para cuidar e trabalhar com significado”, diz Amanda, mãe de três.
Crescimento e reinvenção: mães que transformam ideias em oportunidades
Mesmo para quem já tem uma carreira consolidada, ser mãe pode gerar novas percepções. Aline Graffiette, CEO da Mental One e mãe do Pedro, ressalta que criar filhos exige presença e exemplo. “Empreender é tão exigente quanto ser mãe. Ambos demandam entrega total. Aprendi que educar é repetir e estar ali, todos os dias. Isso também vale para liderar uma equipe”, compartilha.
A médica Camila Bolonhezi, mãe da Maria Pia e fundadora do Instituto Macabi, reconhece que a maternidade a transformou como profissional. “Passei a ser mais empática, humana e compreensiva. Hoje entendo que, com organização e rede de apoio, é possível equilibrar todas as funções — mesmo com culpa e cansaço”.
Jovens mães e novos paradigmas: quebrando tabus com coragem
Empreender cedo e com um tema delicado pode parecer ousado, mas foi exatamente o que Natali Gutierrez fez. Aos 19 anos, criou a sexshop Dona Coelha, que em 2023 atingiu R$10 milhões em faturamento. Em 2024, com o nascimento de sua filha Íris, Natali deu início a uma nova fase. “Agora, além de empreendedora, sou mãe. Quero promover saúde e liberdade sexual com ainda mais responsabilidade, pensando nas futuras gerações”, revela.
Carreira com propósito: negócios que acolhem outras mães
A maternidade também pode trazer mais empatia e um olhar voltado ao coletivo. Foi assim com Isabella Vasconcellos, mãe do Benjamin e fundadora da Hestia Ventures. Durante a licença-maternidade, ela percebeu a falta de produtos pensados para a primeira infância e decidiu transformar sua experiência em solução. Hoje, lidera uma holding que atende essa fase com inovação e sensibilidade.
A mesma motivação moveu Ligia Conte, mãe da Betina e da Elisa. Fundadora do Desenvolve Criança, ela criou o centro após viver um momento difícil com a saúde da filha. “Percebi o quanto mães precisam de apoio e informação nos primeiros anos da vida dos filhos. Por isso, transformei minha dor em acolhimento para outras famílias”, diz.
Tradição e modernidade: negócios familiares com alma feminina
Para Luane Lohn, mãe do Enrico e gestora da Ciclo Cosméticos, o perfume tem tudo a ver com memória e emoção. Veterinária de formação, ela decidiu profissionalizar o negócio da família, modernizando a marca e ampliando a atuação para todo o país. “A fragrância é a expressão da nossa história. Meu filho é minha inspiração diária para empreender com paixão e autenticidade”, afirma.
Mães à frente do próprio tempo: como a maternidade muda a forma de liderar
O que todas essas histórias mostram é que o Dia das Mães vai além da celebração tradicional. É também sobre reconhecer a potência de mulheres que conciliam afeto e ambição, cuidado e inovação. Ainda que cada jornada seja única, todas têm algo em comum: a coragem de transformar a vida — e o trabalho — a partir da maternidade.
Resumo:
Neste Dia das Mães, celebramos mães que encontraram na maternidade um novo caminho profissional. De brinquedos a cosméticos, de saúde a educação, essas mulheres mostram como é possível empreender, inovar e liderar com propósito — mesmo diante dos desafios. Que essas histórias inspirem outras mães a acreditarem no seu potencial transformador.
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