A falta de motivação durante o dia é algo comum de se sentir. Acordar cansada, desanimada, sem forças para realizar até as tarefas mais simples, esse quadro, muitas vezes, pode ser mais do que um simples “baixo astral” ou falta de disposição, entenda!
Quando a falta de motivação persiste, pode ser um sinal de que algo não está bem, podendo estar relacionado a questões de saúde mental ou neurológica, como a depressão.
Baixa motivação: como superar o desânimo
À AnaMaria, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em Neurociências, explica melhor as causas desse problema e como podemos lidar com ele de maneira eficaz.
De acordo com o Dr. Fabiano, a motivação está profundamente ligada ao equilíbrio de neurotransmissores no nosso cérebro. “Quando há desequilíbrio de substâncias como serotonina e dopamina, isso pode afetar diretamente o humor e a disposição”, explica ele.
A serotonina, que regula o nosso humor, é um dos principais responsáveis pela sensação de bem-estar. A dopamina, por sua vez, é crucial para o prazer e a satisfação.
Em muitos casos, a baixa motivação diurna está associada ao aumento de glutamato, um neurotransmissor ligado à excitação neural. Isso pode ser observado em pessoas com altos níveis de ansiedade ou com pensamentos acelerados, tornando as tarefas cotidianas ainda mais difíceis de realizar.
É importante observar que, quando essa falta de motivação se torna crônica, o impacto no cérebro pode ser mais profundo, afetando a saúde mental a longo prazo. “Se a baixa motivação se mantiver por um período prolongado, pode ser um sinal de que algo mais sério está acontecendo, como a depressão”, alerta o Dr. Fabiano.
Como a falta de motivação afeta nosso humor e produtividade?
A falta de motivação cria um ciclo vicioso que acaba impactando nossa produtividade e, consequentemente, nosso humor. “Quando o cérebro não recebe os estímulos adequados para liberar dopamina, as atividades que normalmente nos satisfazem se tornam desinteressantes”, afirma o Dr. Fabiano.
Esse estado de desinteresse pode gerar um sentimento de frustração, principalmente quando tentamos, sem sucesso, cumprir nossas obrigações diárias. A sensação de não estar no controle da própria vida pode, aos poucos, se transformar em ansiedade e até em crises de depressão.
Por isso, estabelecer metas claras e pequenas pode ser uma excelente estratégia para combater a baixa motivação. O Dr. Fabiano explica que quando conseguimos atingir uma meta, mesmo que simples, nosso cérebro libera dopamina, o que gera uma sensação de prazer e satisfação. Esse pequeno sucesso ajuda a restaurar o equilíbrio emocional.
Além disso, ele sugere que as metas devem ser simples e realizáveis, de preferência com uma recompensa logo após a conclusão. Isso cria um ciclo positivo em que, a cada tarefa cumprida, a motivação aumenta, tornando o dia mais produtivo e menos estressante.
Planejamento diário pode ajudar no controle do estresse
Planejar o dia é uma das melhores maneiras de reduzir a ansiedade e aumentar a sensação de controle. “Quando organizamos nossas tarefas e estabelecemos prioridades, podemos evitar a sobrecarga de compromissos e reduzir o estresse”, afirma o especialista.
Ele também destaca que o planejamento cria uma sensação de “facilidade” na execução das tarefas. Isso é importante, pois a incerteza, o acúmulo de pendências e a desorganização mental são fatores que aumentam a ansiedade.
Se você está enfrentando dificuldades em seguir metas ou manter o foco, o Dr. Fabiano sugere começar com pequenas mudanças. “É fundamental não cobrar demais de si mesma. Comece com metas simples e curtas, e recompense-se sempre que alcançá-las”, orienta ele.
Além disso, ele recomenda o uso da técnica de “chunking”, que consiste em dividir grandes tarefas em partes menores e mais fáceis de executar. “Isso ajuda a evitar a sensação de sobrecarga e torna o processo mais gerenciável, mesmo quando a motivação está baixa”, explica o especialista.
O Dr. Fabiano ainda sugere que, quando a baixa motivação se mantém por um tempo mais longo, é importante procurar apoio médico. Em alguns casos, a sonolência excessiva e a falta de motivação podem ser sintomas de distúrbios do sono ou de condições neurológicas mais graves, como a depressão.
Dicas para aumentar a motivação de forma prática
Lembre-se, a motivação não precisa ser algo grandioso o tempo todo. Às vezes, ela surge em pequenas conquistas e na capacidade de avançar, um passo de cada vez. Veja a seguir dicas práticas para aumentar a motivação.
- Estabeleça pequenas metas diárias: Comemore cada conquista, por menor que seja;
- Crie um planejamento realista: Organize seu dia com antecedência para evitar a sobrecarga de tarefas;
- Introduza novos desafios: Alterar a rotina pode ajudar a romper o ciclo da monotonia e da desmotivação;
- Procure apoio: Conversar com um amigo ou um profissional de saúde mental pode ser essencial para entender as causas da sua baixa motivação.
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