O alistamento militar feminino recebeu mais de 7 mil inscrições até às 12h do dia 3 de janeiro, segundo a atualização parcial do Ministério da Defesa. O prazo para as inscrições começou em 1º de janeiro e vai até 30 de junho. São 1.465 vagas em 13 estados e no Distrito Federal.
Essa é a primeira vez que mulheres podem se alistar para o serviço militar aos 18 anos. Antes, elas só ingressavam nas Forças Armadas como militares de carreira, por meio aprovação em concurso público, ou como militares temporárias, mediante seleção conduzida pelas Regiões Militares.
Ao contrário dos homens, que devem ser alistar obrigatoriamente aos 18 anos, o alistamento militar feminino é voluntário. Isso significa que não se alistar não gera nenhum tipo de punição. No caso dos homens, envolvem multa e uma série de sanções.
Como é o alistamento militar feminino?
As 1.465 vagas estão distribuídas entre o Exército (1.010), a Marinha (155) e a Aeronáutica (300). As candidatas podem escolher em qual das três Forças Armadas deseja ingressar, mas o número de vagas disponíveis é levado em consideração.
Todas as mulheres que se alistarem serão submetidas a um processo seletivo que inclui avaliação médica, testes físicos, psicológicos e entrevistas. O processo de seleção segue as etapas de alistamento, seleção geral e complementar, designação e incorporação.
As mulheres selecionadas serão incorporadas em 2026, como marinheiros-recrutas, na Marinha, como soldados, no Exército, e como soldados de segunda-classe, na FAB. O serviço militar terá duração de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos, conforme o Decreto nº 12.154, de 27 de agosto de 2024.
As cidades com com vagas em 2025 são:
- Águas Lindas de Goiás (GO)
- Belém (PA)
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- Campo Grande (MS)
- Canoas (RS)
- Cidade Ocidental (GO)
- Corumbá (MS)
- Curitiba (PR)
- Florianópolis (SC)
- Formosa (GO)
- Fortaleza (CE)
- Guaratinguetá (SP)
- Juiz de Fora (MG)
- Ladário (MS)
- Lagoa Santa (MG)
- Luziânia (GO)
- Manaus (AM)
- Novo Gama (GO)
- Pirassununga (SP)
- Planaltina (GO)
- Porto Alegre (RS)
- Recife (PE)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Salvador (BA)
- Santa Maria (RS)
- Santo Antônio do Descoberto (GO)
- São Paulo (SP)
- Valparaíso de Goiás (GO)
Segundo o Ministério da Defesa, as cidades escolhidas já contam com mulheres nas instalações militares. Isso significa que os quarteis que irão receber o novo efetivo feminino já têm estruturas apropriadas, como alojamentos para receber as novas candidatas.
Objetivos e expectativas do alistamento militar feminino
Atualmente, as mulheres representam cerca de 10% do efetivo das Forças Armadas brasileiras, com 14.830 do efetivo de mulheres entre os 355.483 militares na ativa. Ou seja, de cada dez militares na ativa, apenas um é mulher. Elas atuam principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística.
- Na Força Aérea Brasileira (FAB), dos 68.401 militares ativos, 14.830 são mulheres. A participação feminina é de 21,7%;
- Na Marinha, dos 74.082 militares ativos, 8.540 são mulheres. 11,53% do total;
- No Exército, dos 213 mil militares ativos, 13.328 são mulheres. 6,3% do total.
Com o alistamento militar feminino, o Ministério da Defesa pretende aumentar gradualmente a participação feminina, visando atingir 20% do efetivo total. As interessadas devem atentar-se aos prazos e requisitos estabelecidos. É fundamental completar 18 anos em 2025, ser cidadã brasileira e residir em um dos municípios contemplados no Plano Geral de Convocação. O alistamento pode ser realizado por meio do site oficial ou presencialmente nas Juntas de Serviço Militar.
Leia também
Alistamento militar feminino começa em 1° de janeiro; veja as regras