O olhar parado, fixo e sem emoção de muitos jovens da Geração Z está chamando atenção, não só nas redes sociais, onde virou tendência com o nome de Gen Z Stare, mas dentro dos ambientes de trabalho.
A expressão, que parece indicar apatia ou desinteresse, vem provocando desconforto entre colegas mais velhos, mas esconde algo mais profundo: uma mudança na forma como os profissionais mais jovens se relacionam com o trabalho e com os outros.
Para muita gente, a falta de reações verbais ou expressões faciais nas interações pode parecer um sinal de que esses jovens estão desconectados. Mas, na prática, o comportamento revela transformações culturais e emocionais que foram aceleradas por experiências como a pandemia, o avanço das telas e a chegada precoce ao universo digital.
O impacto da pandemia na formação profissional
Durante os anos decisivos da adolescência e início da vida adulta, muitos jovens da geração Z viveram isolados, com interações limitadas ao ambiente virtual. Isso afetou diretamente o modo como se comunicam, como lidam com situações sociais e, principalmente, como reagem diante de colegas, chefes e clientes no mundo real.
O famoso “olhar vazio” pode ser resultado desse histórico. Em vez de indicar desatenção, pode simplesmente significar que o jovem está escutando, absorvendo ou tentando processar a informação da sua maneira.
Para quem cresceu em ambientes dominados por emojis e respostas rápidas, a linguagem corporal tradicional talvez não funcione do mesmo jeito.
Falta de conexão ou excesso de julgamento?
Parte do problema está nas interpretações apressadas que líderes ou colegas mais experientes fazem ao observar os comportamentos da geração Z. Muitos ainda esperam posturas semelhantes às de gerações anteriores, como entusiasmo visível, contato visual constante e reações imediatas, e acabam classificando a ausência desses sinais como desinteresse ou falta de comprometimento.
Mas em um ambiente profissional composto por pessoas de idades, histórias e culturas diferentes, é preciso entender que o engajamento pode assumir formas variadas.
A aparência fria ou silenciosa não significa necessariamente que o funcionário está desmotivado. Pode ser apenas o estilo de comunicação de alguém que foi moldado por outros referenciais.
Como as empresas podem reagir
Ignorar essas diferenças pode afastar talentos, gerar mal-entendidos e reforçar rótulos injustos. Por isso, cada vez mais especialistas defendem que empresas adotem estratégias de observação, empatia e escuta ativa para compreender os códigos da geração Z.
Observar como esses jovens interagem entre si, como se comunicam de forma natural e o que valorizam no dia a dia pode ser o primeiro passo para aproximar as pontas dessa corda geracional.
É essencial também repensar o ambiente de trabalho: oferecer mais flexibilidade, promover diálogos transparentes, incentivar a autenticidade e oferecer mentorias que priorizem a escuta em vez do controle.
Não se trata de passar a mão na cabeça, mas de reconhecer que a geração Z cresceu em um cenário inédito e que exige, por isso, novas formas de liderança e conexão.
Resumo:
O “Gen Z Stare”, expressão “vazia” de muitos jovens no ambiente profissional, virou símbolo de uma geração que comunica de forma diferente. O comportamento revela mais do que aparente desinteresse: mostra a necessidade de empresas adaptarem sua comunicação e liderança para se conectar com as novas gerações.
Leia também:
Conheça a visão da Geração Z sobre o trabalho