A geração Z — formada por quem nasceu entre 1995 e 2010 — não apenas chegou ao mercado de trabalho, como já está mexendo nas estruturas do que conhecemos como sucesso profissional. Com um poder de compra global de US$ 360 bilhões, segundo dados da consultoria Morning Consult, esse grupo deixou de ser visto como “promissor” e passou a ser reconhecido como agente de mudanças reais dentro do ambiente corporativo.
Ao contrário das gerações anteriores, que se preocupavam muito mais com cargos e salários, esses jovens priorizam empresas com propósito, transparência e valores sólidos. “Eles não são um público futuro, mas o principal agente de mudança no mercado hoje”, afirma Vera Thomaz, CMO da Unentel, companhia especializada em soluções tecnológicas. Segundo ela, desconsiderar essa influência é um erro estratégico, especialmente para negócios que desejam se manter relevantes nos próximos anos.
No ambiente corporativo, valores importam mais do que produtos
De acordo com um levantamento do McKinsey Global Institute, 62% da geração Z preferem consumir de empresas com um posicionamento claro e coerente. Além disso, 76% desses jovens demonstram desconfiança diante de discursos de marketing que não se sustentam na prática. Isso significa que, mais do que promessas, eles esperam atitudes e coerência.
Vera reforça: “Eles não perdoam empresas que falham em entregar valor real. Para eles, não se trata apenas de boa comunicação. É preciso haver uma cultura organizacional sólida, um propósito tangível e uma experiência que faça sentido de verdade.” Em outras palavras, não basta parecer moderno e inclusivo — é preciso ser.
A geração Z quer agilidade, personalização e experiência de verdade
Crescidos em meio a redes sociais, aplicativos intuitivos e tecnologias que respondem rapidamente às suas necessidades, os profissionais da geração Z levam essas expectativas para o mundo dos negócios. Segundo Vera, essa geração está exigindo das empresas B2B o mesmo nível de atenção ao usuário que o varejo já oferece. Ou seja: agilidade, personalização e facilidade de navegação também precisam estar presentes em processos internos e negociações mais complexas.
Consequentemente, empresas que ainda operam com sistemas engessados ou demoram para responder acabam perdendo espaço. Essa nova realidade exige mudanças não apenas no discurso, mas nas ações cotidianas e em toda a jornada de relacionamento com clientes e colaboradores.
No ambiente corporativo, hierarquias rígidas perdem espaço
A mentalidade dessa geração também tem impacto direto no modo como ela enxerga o trabalho. Estruturas tradicionais, baseadas em comando e controle, já não agradam tanto quanto ambientes mais flexíveis e colaborativos. Um relatório da Deloitte revelou que 58% dos profissionais da geração Z consideram trocar de emprego em até dois anos caso não se sintam alinhados culturalmente com a empresa.
Esse dado revela um novo tipo de relação com o trabalho: mais fluida, mais crítica e, principalmente, mais exigente. “A geração Z não vai se moldar às empresas — são as empresas que precisam se reinventar para dialogar com ela”, conclui Vera Thomaz.
A revolução silenciosa: como essa geração está influenciando o mercado
Apesar da pouca idade, essa geração já ocupa cargos de liderança e influência. Isso significa que sua forma de pensar e agir começa a impactar decisões estratégicas dentro das companhias. Desde o desenvolvimento de produtos até a definição de modelos de negócio, os valores desses jovens estão se refletindo diretamente nas ações das organizações.
Assim, não estamos falando de um modismo passageiro, mas de uma transformação profunda na lógica do ambiente corporativo. Empresas que desejam prosperar nos próximos anos precisam acompanhar essa virada — e isso começa ouvindo, compreendendo e se adaptando às novas exigências.
O futuro do trabalho será construído junto com a geração Z
Diante desse novo cenário, uma coisa é certa: entender e acolher as demandas da geração Z deixou de ser um diferencial e passou a ser questão de sobrevivência. A boa notícia é que, ao fazer esse movimento, as empresas também ganham em inovação, engajamento e relevância.
Portanto, adaptar-se a essa nova geração é mais do que uma tendência — é uma escolha estratégica que pode garantir o futuro de qualquer organização. Afinal, quando valores e propósito caminham juntos, o sucesso é consequência.
Resumo: A geração Z já mostrou que não está apenas entrando no mercado: ela está moldando um novo jeito de fazer negócios. Com foco em propósito, agilidade e autenticidade, esses jovens desafiam as empresas a repensarem seus modelos e a abraçarem transformações profundas no ambiente corporativo.
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