O Brasil voltou a ser considerado “livre do sarampo” pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em novembro de 2024. Mas esse marco importante foi abalado logo no primeiro trimestre de 2025: quatro casos da doença foram confirmados no país entre janeiro e março – três no estado do Rio de Janeiro e um no Distrito Federal, em uma mulher de 35 anos que havia viajado para o exterior.
Vale lembrar que o sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, que pode evoluir para complicações graves, especialmente em crianças pequenas, grávidas e pessoas com imunidade baixa.
Quais são os sintomas do sarampo?
No começo, o sarampo pode ser confundido com uma gripe mais forte: febre acima de 38,5 °C, tosse seca, coriza e olhos irritados são os primeiros sinais. Em seguida, surgem manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas, que se espalham pelo corpo.
“A infecção compromete o sistema imunológico e pode levar a complicações graves, especialmente em crianças menores de cinco anos, gestantes e pessoas com imunidade debilitada. Dentre as complicações mais severas estão pneumonia, encefalite e a panencefalite esclerosante subaguda, em casos raros”, explica a professora Janize Silva Maia, da Escola da Saúde do Centro Universitário Facens.
A vacina é a melhor forma de se proteger
A principal forma de manter o Brasil livre do sarampo é a vacinação. Segundo Janize, a imunização em massa reduz a circulação do vírus e protege as populações mais vulneráveis. “A imunização em massa não só reduz a disseminação do vírus, mas também promove proteção às populações vulneráveis, evitando surtos da doença. Campanhas têm sido reforçadas em diversas regiões do país para garantir altas taxas de cobertura vacinal e impedir a reintrodução do vírus”, afirma.
Quem deve se vacinar contra o sarampo?
A vacina indicada é a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Em alguns casos, pode ser aplicada a tetraviral, que também protege contra varicela (catapora). Veja quem deve buscar a imunização:
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Crianças e jovens entre 1 e 29 anos: devem receber duas doses da vacina. A primeira aos 12 meses com a tríplice viral e a segunda aos 15 meses com a tetraviral ou tríplice viral + varicela.
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Adultos entre 30 e 59 anos: devem receber uma dose da tríplice viral, se não tiverem sido imunizados anteriormente.
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Profissionais da saúde: devem tomar duas doses, independentemente da idade, com 30 dias de intervalo entre elas.
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Gestantes NÃO devem se vacinar durante a gravidez, mas devem atualizar a carteirinha depois do parto.
A recomendação para quem não lembra se já tomou a vacina é clara: “Pessoas que não sabem se foram imunizadas ou com quaisquer dúvidas devem procurar as Unidades Básicas de Saúde para receberem informações sobre a sua situação e, eventualmente, receberem a vacina. Manter a vacinação em dia é essencial para prevenir o sarampo e proteger a nossa saúde e a da nossa coletividade”, reforça Janize.
Além da vacina, o que mais está sendo feito?
Além da imunização, o controle da doença também depende de uma vigilância ativa e eficaz. Equipes de saúde monitoram possíveis casos suspeitos e, quando necessário, fazem o bloqueio vacinal nos locais afetados. Outro ponto importante é o controle sanitário em aeroportos e fronteiras, onde os viajantes devem apresentar comprovante de vacinação e recebem orientações caso apresentem sintomas.
Para Janize, essa ação precisa ser integrada com outros países: “Ainda, é fundamental a relação de cooperação do Ministério da Saúde com os parceiros internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), monitorando a evolução da doença globalmente, para adaptação das estratégias brasileiras, conforme a necessidade”.
Fica a dica: manter a carteirinha de vacinação em dia é um cuidado simples que protege não só você, mas também toda a comunidade. E em tempos de viagem e circulação intensa de pessoas, esse cuidado é ainda mais necessário.
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