O uso de máscaras de proteção facial, algo tão importante para a prevenção do novo coronavírus, podem trazer um efeito colateral bastante indesejado: o surgimento de acne no rosto. De acordo com com a dermatologista Fernanda Rosas, do Hospital IPO em Curitiba (PR), este é um fenômeno mundialmente conhecido como “Mascne”. O termo, que surgiu com a pandemia, vem da junção entre acne e ao uso frequente de máscaras.
“Como dermatologista, posso dizer que muitas pessoas estão apresentando essa condição e procurando ajuda profissional. Isso porque o uso prolongado da máscara cria um ambiente quente e úmido na região do terço inferior do rosto (queixo, nariz e bochechas), justamente a mais afetada”, afirma.
Somando-se ao papel obstrutivo da máscara, explica a dermatologista, esse ambiente propicia a maior proliferação de bactérias: “A máscara abafa a região, gerando umidade, aumento de oleosidade e ainda atrito.” O aumento do estresse causado pela pandemia, tendo em vista o ano repleto de perdas e acontecimentos inesperados, ainda pode aumentar a produção de alguns hormônios.
“Responsável por ajudar o organismo a controlar o estresse, o cortisol, por exemplo, acaba não tendo um funcionamento tão efetivo. E quando a produção dos hormônios cresce, aumenta consequentemente a oleosidade da pele”, ressalta.
DÁ PARA PREVENIR? SIM!
É possível controlar a situação tomando os devidos cuidados com a pele do rosto, mesmo que o estresse dificulte o processo. “Orientamos a evitar maquiagem, quando possível, pois alguns produtos podem obstruir os poros, fator que acaba somando para o surgimento de acne”, diz a médica.
Além disso, o melhor é investir na higiene adequada do rosto com produtos focados no seu tipo de pele, sempre ao acordar e antes de ir dormir. “Higienizar mais do que duas vezes ao dia pode provocar o que chamamos de efeito rebote, quando a pele acaba produzindo óleo em excesso”, ressalta.
A dermatologista ainda aponta outro fator importante: a restauração da função de barreira da pele, que se perde principalmente pelo atrito da máscara e pela limpeza inadequada. “O uso de hidratantes não oleosos e máscaras com tecido de algodão são recomendados”, lembra. Desta forma, dá para diminuir a chance do surgimento da acne relacionada a máscara.
Mas não basta apenas isso, é preciso ficar de olho na alimentação. De acordo com a dermatologista, é comprovado cientificamente que o consumo excessivo de leite e seus derivados pode gerar acne. Por este motivo que o chocolate ao leite, por exemplo, pode ocasionar as manifestações na pele, porque tem muito leite e gordura. Já a chance do cacau 70% causar acne é pequena. explica.
De qualquer forma, a dermatologista finaliza dizendo que ter ou não acne dependerá especificamente de cada pessoa. “É uma questão de percepção. A verdade é que a dieta equilibrada é importante para a pele como um todo, não só para a acne”, finaliza.