Apesar de parecer um hábito automático, o uso do fio dental continua sendo um desafio para grande parte da população. Pesquisas nacionais mostram que muita gente ainda não incorpora o produto no dia a dia ou não utiliza da forma correta, o que afeta diretamente a saúde bucal.
Lesões de cárie, mau hálito e inflamações na gengiva são consequências comuns quando a limpeza entre os dentes não é feita adequadamente. Segundo o dentista Paulo Augusto Yanase, da rede Oral Sin, a origem do problema costuma estar nos detalhes, já que a técnica errada reduz o efeito da higienização.
Deslizar, não puxar
Um dos equívocos mais frequentes é passar o fio como se fosse apenas um puxão rápido. O ideal é envolver cada dente com o fio, formando um “C” e movimentando suavemente de cima para baixo, inclusive próximo à gengiva.
Esse cuidado garante que o fio alcance áreas onde a escova não chega, o que evita acúmulo de resíduos. “Mesmo sendo uma ferramenta básica, o fio dental costuma ser subutilizado ou usado de forma incorreta. O problema está nos pequenos gestos”, explica Paulo.
Quando o uso é irregular, o benefício desaparece
Outro ponto importante é a constância. Utilizar o fio apenas de vez em quando compromete a remoção do biofilme que se forma diariamente.
“Se o fio só aparece de vez em quando, ele deixa de cumprir o papel de remover o biofilme onde a escova não alcança. Esse acúmulo de bactérias é o que causa gengivite e mau hálito”, diz. A prática diária ajuda a manter a saúde da gengiva e reduz o risco de inflamações silenciosas.
Contato com a gengiva faz parte da higienização
Algumas pessoas evitam tocar a gengiva por receio de sentir desconforto, mas essa região precisa ser limpa. O fio deve contornar a base do dente com delicadeza, já que é ali que o biofilme se acumula.
Paulo explica que “é nessa região que o biofilme se acumula e, se não for removido, pode evoluir para inflamações mais sérias. O ideal é contornar delicadamente a gengiva, sem forçar”. Esse passo ajuda a prevenir problemas antes que causem dores ou comprometimento estético.

Deixar para depois compromete o cuidado
A pressa também atrapalha a rotina. Muita gente deixa o fio para um momento oportuno e acaba pulando o hábito. O recomendado é escolher um horário fixo, de preferência à noite, quando a higienização completa é mais necessária.
“O ideal é usar o fio diariamente, preferencialmente à noite, após a escovação. Esse é o momento em que removemos o que ficou acumulado durante o dia”, orienta.
Transformar o hábito muda a saúde bucal
Criar uma rotina consistente com o fio dental é uma forma de antecipar problemas que muitas vezes só dão sinais quando já estão avançados.
“Quando usamos corretamente o fio dental, estamos removendo o biofilme onde a escova não alcança e isso faz toda a diferença para evitarmos doenças bucais silenciosas, que muitas vezes só aparecem quando já há dor ou perda de estrutura dentária”, diz.
Para ele, esse cuidado vai além da estética e influencia o bem-estar como um todo. “Fazer do fio dental um hábito diário não é um luxo, é parte essencial de um cuidado que respeita o sorriso e o bem-estar integral”.
Resumo:
O uso adequado do fio dental evita cáries, inflamações e mau hálito, mas exige técnica correta, constância e atenção à gengiva. Pequenos ajustes na rotina tornam o hábito mais eficiente e ajudam a preservar a saúde da boca.
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