A recente morte de um turista no Cristo Redentor levantou um alerta importante sobre a ausência de equipamentos de emergência em locais de grande circulação. No último domingo (16), Jorge Alex Alves Duarte, de 54 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória enquanto subia as escadas do monumento. Sem atendimento imediato, ele não resistiu. O posto médico estava fechado, e não havia um desfibrilador disponível para socorro.
Falta de desfibriladores coloca vidas em risco
Segundo a American Heart Association, a cada minuto sem atendimento, as chances de sobrevivência de uma pessoa em parada cardíaca caem 10%. O desfibrilador externo automático (DEA) pode reverter arritmias fatais, mas ainda é pouco encontrado em espaços públicos no Brasil. A morte de Jorge reforça a necessidade urgente de instalar esses aparelhos em locais turísticos e de grande circulação.
Para Alexsandro Fagundes, presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), os desfibriladores são essenciais para evitar mortes súbitas. “Esses equipamentos mudam a abordagem da parada cardíaca, pois um choque apropriado precisa ser aplicado em até quatro minutos para evitar sequelas graves”, explica.
Embora algumas cidades tenham leis que exigem a presença desses dispositivos em shoppings, aeroportos e academias, ainda há pouca fiscalização e conscientização. “Não adianta ter o equipamento por perto se ninguém sabe usá-lo. Precisamos investir em treinamento para que mais pessoas saibam identificar e agir corretamente em emergências”, complementa Fagundes.
Como identificar uma parada cardiorrespiratória?
Reconhecer rapidamente os sinais de uma parada cardiorrespiratória pode salvar vidas. De acordo com Fagundes, os principais indícios são:
- Perda súbita de consciência;
- Ausência de resposta a chamados;
- Falta de movimentos musculares voluntários;
- Respiração anormal ou irregular, semelhante a uma convulsão.
Diante desses sinais, é fundamental agir rapidamente e iniciar os primeiros socorros.
O que fazer em caso de emergência?
Se alguém apresentar sinais de parada cardiorrespiratória, siga os seguintes passos:
- Ligue imediatamente para o SAMU (192) e solicite ajuda médica;
- Posicione a vítima em uma superfície firme e estável, com a cabeça para cima e vias aéreas desobstruídas;
- Inicie compressões torácicas firmes e ritmadas no centro do tórax;
- Utilize um desfibrilador, se houver um disponível no local.
As compressões torácicas mantêm o fluxo sanguíneo até a chegada dos profissionais de saúde. “Não estamos falando de massagem cardíaca, mas de compressões torácicas eficientes, que garantem algum nível de oxigenação ao cérebro”, enfatiza Fagundes.
A tragédia no Cristo Redentor reforça a necessidade de acesso a desfibriladores e treinamentos básicos de primeiros socorros. Pequenas mudanças podem salvar vidas – e evitar que episódios como esse se repitam.
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