A notícia da morte da atriz mirim Milena Brandão, de apenas 11 anos, chocou o país. Conhecida por seus trabalhos no SBT, ela teve morte encefálica após lutar contra um tumor cerebral em crianças. O caso trouxe à tona uma realidade pouco conhecida: essa doença, embora rara, pode ser silenciosa e difícil de diagnosticar.
Segundo o oncologista Flávio Brandão, da Oncoclínicas&Co, “tumores no sistema nervoso central são os segundos mais comuns entre crianças, perdendo apenas para a leucemia. Mesmo assim, os sinais costumam passar despercebidos, o que atrasa o início do tratamento”, explica o especialista ao Estadão.
Sintomas do tumor cerebral em crianças podem variar bastante
De acordo com especialistas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), os sintomas do tumor cerebral infantil se confundem facilmente com outras condições menos graves da infância. Por isso, muitos diagnósticos acabam acontecendo tardiamente.
Alguns dos sinais de alerta são:
- Dores de cabeça frequentes, principalmente pela manhã;
- Vômitos persistentes;
- Visão embaçada ou dupla;
- Dificuldade para caminhar ou manter o equilíbrio;
- Convulsões;
- Perda de habilidades já adquiridas (como fala ou controle motor).
Além disso, como explicou o neurocirurgião Jorge Bizzi, o acúmulo de líquido no cérebro (hidrocefalia), causado pela obstrução da circulação normal, pode intensificar os sintomas. Por isso, é fundamental que pais e responsáveis fiquem atentos a mudanças bruscas no comportamento e na saúde da criança.
Diagnóstico precoce faz toda a diferença no tratamento
Mesmo sendo uma condição séria, o tumor cerebral em crianças tem chance de cura, especialmente quando o diagnóstico acontece logo no início. Com exames de imagem como a ressonância magnética, os médicos conseguem identificar a localização e o tipo do tumor.
Segundo o oncologista Sidnei Epelman, também da Oncoclínicas&Co, o mais importante é garantir acesso rápido ao tratamento adequado. “Diagnóstico precoce, equipe especializada e local certo fazem toda a diferença”, destaca ele.
Tratamento do tumor cerebral infantil exige equipe especializada
O tratamento depende de fatores como o tipo e a localização do tumor. Na maioria das vezes, os médicos indicam a cirurgia como primeira escolha. Porém, quando a remoção total não é possível, o tratamento pode incluir quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia – essa última com restrições em crianças muito pequenas.
Ainda segundo Bizzi, quanto mais se consegue retirar do tumor durante a cirurgia, maiores são as chances de cura. Contudo, é importante avaliar os riscos de sequelas, o que exige uma equipe médica experiente e especializada em pacientes pediátricos.
Resumo:
A morte precoce de Milena Brandão acende o alerta para o risco do tumor cerebral em crianças. Os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns da infância, dificultando o diagnóstico. No entanto, o tratamento é possível e, com a ajuda de uma equipe médica especializada, as chances de cura aumentam. Por isso, atenção aos sinais faz toda a diferença.
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