Fausto Silva, o Faustão, realizou uma cirurgia e terá de passar por um transplante de coração após um agravamento de seu caso de insuficiência cardíaca, como informou o boletim médico do Hospital Israelita Albert Einstein na noite de domingo (20). Com isso, ele foi incluído na lista do SUS (Sistema Único de Saúde). Saiba como funciona a fila a seguir!
No Brasil, o transplante de órgãos é gerenciado pelo SUS. Por causa do alto volume de procedimentos, os pacientes precisam aguardar em um lista de espera. Como a instituição médica afirmou no boletim, “leva em consideração, para definição da priorização, o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso”.
Mas, o processo é um pouco mais detalhado tanto para o doador quanto para o receptor, de acordo com informações do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
O DOADOR
Um indivíduo vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou parte da medula óssea. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Se não for da família, só pode realizar a doação com autorização judicial.
No caso de pessoas mortas, existem duas possibilidades. Para morte encefálica sem parada cardiorrespiratória, é possível doar coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões.
Já em caso de parada cardiorrespiratória, o doador pode doar apenas tecidos: córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Em ambos os casos, a morte encefálica precisa ser confirmada.
Em todo caso, é necessário que a família autorize a doação de órgãos e tecidos. Por isso, a orientação do Ministério da Saúde é que o doador deixe claro sobre o desejo de doar os órgãos após a morte.
O RECEPTOR
Do outro lado também há um processo detalhado. O primeiro passo é o cadastro do paciente na lista única de transplantes pelo médico responsável.
Essa lista é gerida e organizada pela Secretaria Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, e funciona por ordem de chegada. Os pacientes são classificados de acordo com as necessidades médicas, como o órgão que o receptor precisa, o estágio de gravidade da doença, o tipo sanguíneo e compatibilidade genética.
Um fator muito importante é a localização, uma vez que é necessário levar em conta o chamado tempo de isquemia, que é a duração do órgão fora do corpo. O tempo de isquemia é o que determina qual o transporte a ser usado na locomoção do órgão, isto é, carro ou avião que terá custos arcados pelo SUS.
O TRANSPLANTE
O transplante ocorre quando a morte do paciente é confirmada. Assim, o hospital notifica a Central de Transplantes, que irá pedir a confirmação do diagnóstico de morte encefálica e fazer testes de compatibilidade entre potenciais doadores e receptores. Se houve mais de um receptor compatível, os critérios de escolha são tempo de espera e urgência do procedimento.
Com isso, a Central de Transplantes emite uma lista de receptores para cada órgão e comunica os hospitais. Em seguida, as equipes viabilizam a retirada dos órgãos, indo desde transporte, cirurgiões, apoio etc. Assim, o transplante é realizado.
Vale destacar que o corpo do paciente morto é recomposto e liberado para a família para realização de velório. Além disso, não há custo e nem pagamento para a família do doador de órgãos.
De acordos com dados do Ministério da Saúde, em 2021, 200 pessoas aguardavam por um transplante de coração apenas no estado de São Paulo.