Tati Zaqui usou as redes sociais para compartilhar com os seguidores o diagnóstico de endometriose. A cantora ainda aproveitou o Instagram Stories, na última terça-feira (20), para fazer um alerta ao seu público feminino.
“Tomem cuidado. Se vocês sentirem cólicas muito fortes e tiverem fluxo muito alto, procurem imediatamente um ginecologista para não terem problemas futuros. Existem casos que só são resolvidos através de cirurgias”, disse.
O ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), ressalta à AnaMaria Digital a necessidade de mulheres procurarem um médico diante de sintomas como cólica menstrual muito forte, dor abdominal, dor durante as relações sexuais e quando existe dificuldade em engravidar.
Ele explica que endometriose é quando o endométrio, tecido que reveste o interior do útero, fica fora da cavidade uterina. “Não sabemos a causa. Existem várias teorias, mas não temos certeza de como começa. Então, não podemos falar que é um problema genético. Também não tem nada a ver com o uso de anticoncepcional.”
Geraldo afirma ainda que o diagnóstico não costuma ser difícil, sobretudo quando são relatados os sintomas e feitos os exames certos, como o teste de sangue CA-125, o ultrassom transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética pélvica. “Quando a paciente relata esse sintomas, sempre existe a possibilidade de ser endometriose”, diz.
INFERTILIDADE
De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, cerca de 10% a 15% de mulheres em idade reprodutiva, isto é, dos 13 aos 45 anos, podem desenvolver o problema, sendo que existe 30% de chance de que fiquem estéreis.
O médico alerta que a mulher que apresenta qualquer dificuldade para engravidar deve procurar um profissional de saúde, porque pode ser diagnosticada com a doença, ainda que sem os sintomas de dores.
COMO TRATAR?
Caldeira esclarece que, para o tratamento, que pode ser por medicamento ou por cirurgia, são levados em conta a idade da paciente, sua vontade em engravidar e a reserva ovariana, uma vez que as mulheres nascem com a quantidade fixa e limitada de óvulos.
“Em paciente jovens fazemos a laparoscopia, uma cirurgia feita pelo umbigo, que consiste em ressecar as lesões. Já em mulheres mais velhas, a partir de 37 anos, dependendo do caso, primeiro fazemos uma fertilização in vitro e depois a cirurgia”, explica Geraldo sobre os procedimentos cirúrgicos.
O especialista ainda conta uma curiosidade sobre a alta no número de casos de endometriose nos últimos anos. “Antigamente, as mulheres tinham filhos mais cedo, o que adiava mais a endometriose. Hoje, a gravidez é mais tardia, então menstrua por mais vezes. Se a mulher quer engravidar, dá para fazer um tratamento para ela parar de menstruar por mais tempo, justamente para diminuir as chances dela desenvolver o problema”, ressaltar.