Sabe aquela sopinha ou macarrão que você coloca água e leva para esquentar no micro-ondas? Esse tipo de refeição instântanea, apesar de mais barata, tem causado queimaduras e levado milhares de crianças aos hospitais todos os anos.
Um nova pesquisa, que será divulgada na Conferência Nacional da Academia Americana de Pediatria nesta segunda-feira (5), afirma que esse tipo de produto foi responsável por “queimar mais de 9.500 crianças, de 4 a 12 anos.
Os acidentes causaram queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau, sendo que cerca de 40% dos pacientes sofreram queimaduras na área do tronco, seguidos de pés e braços. A boa notícia é que 90% das crianças que foram para na emergência hospitalar por esse motivo receberam alta logo após o atendimento.
LESÕES EVITÁVEIS
Courtney Allen, uma das autoras do estudo e bolsista de Medicina Pediátrica de Emergência da Emory University (EUA), começou a investigar a tendência depois de notar que muitos pacientes jovens que sofreram queimaduras na Children’s Healthcare of Atlanta (EUA) estavam carregando produtos instantâneos na mão momentos antes de se machucarem.
Segundo ela, queimaduras com água quente são uma das principais causas de lesões evitáveis em crianças. “Nossa pesquisa descobriu que derramamentos instantâneos de sopa são responsáveis para um grande número dessas queimaduras dolorosas”, ressaltou para a CNN.
COMO FOI
Para o estudo, Allen e seus colegas analisaram dados no U.S. National Library of Medicine, de 2006 a 2016. Eles procuraram crianças cujas queimaduras foram causadas por sopa instantânea ou macarrão instantâneo, além de recipiente com água para fazer o produto.
O pico de idade para as lesões foi de 7 anos, e a área do corpo mais comumente queimada foi o tronco. Os casos relatados no banco de dados cobriam todas as etapas do processo de cozinhar e comer, incluindo a hora de remover a sopa do micro-ondas ou atravessar a sala carregando o recipiente.
FIQUE ALERTA
Allen advertiu aos pais e responsáveis que observem de perto quando as crianças forem manusear recipientes com líquido quente. Um dos intuitos dos pesquisadores é que essas empresas considerem a possibilidade de mudar a embalagem dos produtos para torná-los mais seguros para os pequenos.