Escovar os dentes é rotina para a maioria das pessoas, mas a saúde da boca vai muito além desse gesto. De acordo com dados do Ministério da Saúde, as doenças periodontais continuam entre as principais causas da perda de dentes em adultos no Brasil, consequência do acúmulo de biofilme dental, uma película invisível de bactérias que se forma entre dentes e gengivas.
A boca como porta de entrada para a saúde geral
Segundo Fabio Cussi, cirurgião-dentista e SDA Trainer da Swiss Dental Academy na EMS Brasil, a boca deve ser vista como parte essencial do cuidado com o corpo.
“A higiene bucal influencia diretamente na nossa capacidade de comer, falar, sorrir, socializar e até expressar emoções. Problemas bucais podem gerar desconforto, dor e baixa autoestima, e também agravar doenças sistêmicas como diabetes, doenças cardiovasculares e até mesmo o Alzheimer”, afirma.
O vilão invisível: biofilme dental
O biofilme, também conhecido como placa bacteriana, é um dos principais responsáveis pelos problemas bucais. Ele cresce rapidamente, alimentando-se de restos de comida e saliva.
“Apesar de invisível, ele se desenvolve rapidamente e pode causar desde cárie até doenças periodontais”, alerta Cussi. Por isso, além da escovação, é essencial incluir o fio dental ou escovas interproximais na rotina, já que essas áreas são de difícil acesso.
Limpeza profissional e novas tecnologias
Manter consultas regulares com o dentista também é indispensável. Entre os recursos modernos está o Protocolo GBT (Guided Biofilm Therapy), que utiliza equipamentos de alta precisão em um processo de oito etapas para eliminar biofilme, tártaro e manchas de forma confortável e minimamente invasiva. “O protocolo permite uma higienização profunda de dentes, próteses e mucosa oral, com mais conforto e segurança para o paciente e previsibilidade para o dentista”, explica o especialista.
Sintomas de que algo não está bem
Sangramento gengival, mau hálito persistente, dor ao mastigar e sensibilidade não devem ser ignorados. “A consulta preventiva permite identificar esses quadros no início e definir a frequência ideal de acompanhamento”, orienta Cussi. Criar hábitos simples também ajuda: deixar fio dental à mão ou associar a escovação a outras atividades diárias pode facilitar a disciplina.
Apesar de muitas vezes negligenciada, a saúde bucal é determinante para o bem-estar. Ir ao dentista regularmente deve ser visto como parte da rotina de prevenção, assim como um check-up médico. “Assim como ninguém deve ignorar a importância de um checkup médico periódico, a ida ao dentista precisa ser encarada como parte essencial da prevenção em saúde”, finaliza Cussi.
Resumo:
Cuidar da boca vai muito além de escovar os dentes: a saúde bucal influencia no coração, no cérebro e no bem-estar geral. Prevenção, acompanhamento odontológico e hábitos diários consistentes são fundamentais para evitar doenças e garantir qualidade de vida.
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