A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou recentemente dois casos de sarampo em crianças da mesma família, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ambas foram atendidas em uma unidade de saúde e encaminhadas a um hospital federal, recebendo alta após melhora no quadro. A vigilância epidemiológica segue monitorando possíveis novos casos.
Em fevereiro de 2024, uma criança de seis anos foi diagnosticada com a doença em Itaboraí. No mesmo ano, 207 casos suspeitos foram notificados no estado, com apenas um confirmado. Já em 2025, 30 casos foram reportados, dos quais dois foram confirmados, 10 descartados e 18 seguem em investigação.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus, e sua transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias ao tossir, espirrar ou falar. Após um período de erradicação no Brasil, a queda na cobertura vacinal fez com que a doença voltasse a circular, representando um risco para a saúde pública.
O papel fundamental da vacina
A única forma eficaz de prevenção contra o sarampo é a vacinação. O Brasil já havia erradicado a doença, mas a queda na adesão às campanhas de imunização abriu espaço para o retorno do vírus.
O Ministério da Saúde recomenda o seguinte esquema vacinal:
- Crianças: Primeira dose aos 12 meses com a vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) e segunda dose aos 15 meses com a Tetra Viral (que também protege contra varicela).
- Pessoas de 1 a 29 anos: Devem ter tomado duas doses da Tríplice Viral.
- Adultos de 30 a 59 anos: Precisam de pelo menos uma dose.
- Profissionais de saúde: Devem ter duas doses comprovadas, independentemente da idade.
- Situações de surto: Crianças de 6 a 11 meses podem receber uma dose extra chamada “dose zero”.
Sintomas e riscos do sarampo
Os sintomas iniciais do sarampo podem ser confundidos com os de um resfriado comum, incluindo:
- Febre alta;
- Tosse persistente;
- Coriza;
- Conjuntivite;
- Manchas avermelhadas pelo corpo.
Em casos mais graves, pode levar a complicações como pneumonia, infecções nos ouvidos, encefalite (inflamação no cérebro) e até óbito, especialmente em crianças e pessoas com imunidade comprometida.
Por que o sarampo voltou a circular?
A volta do sarampo está diretamente relacionada à redução das taxas de vacinação. Nos últimos anos, campanhas de imunização enfrentaram desafios como desinformação sobre vacinas, falta de acesso a postos de vacinação em algumas regiões e percepção errada de que a doença não representa mais um risco, devido à sua erradicação anterior.
Como garantir a proteção contra o sarampo?
- Mantenha o calendário de vacinação atualizado – Verifique se você e sua família tomaram as doses recomendadas.
- Em caso de surto na sua região, consulte um médico – Crianças de 6 a 11 meses podem precisar da dose extra.
- Se apresentar sintomas, evite contato com outras pessoas – O isolamento pode evitar a propagação do vírus.
- Divulgue informações corretas sobre a importância da vacinação.
O sarampo é uma doença que pode ser prevenida com uma vacina segura e eficaz. Manter a imunização em dia é a única maneira de evitar novos surtos e garantir que o Brasil volte a ser um país livre da doença.
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