Bastante desconfortável, a sensação de queimação no estômago pode ser comum após exagerar em uma refeição. No entanto, quando esse sintoma se torna frequente e intenso, é necessário ficar atento, já que isso pode ser indício de alguma condição, como gastrite ou refluxo – doenças que geram muito incômodo e comprometem a qualidade de vida. Muitas vezes, pelo fato de apresentarem sintomas parecidos, há certa dificuldade para identificar qual problema realmente está afetando o organismo. Somente a partir dessa descoberta é possível realizar o tratamento adequado.
O Presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Sergio Pessoa, explica: “Gastrite é a inflamação da mucosa do estômago causada, na maioria das vezes, por infecção pela bactéria helicobacter pylori ou por uso de anti-inflamatórios. Já a doença do refluxo caracteriza-se por inflamação do esôfago causada pela regurgitação anormal de ácido clorídrico do estômago para o esôfago”. Aprenda a identificar com clareza cada um dos males.
SINTOMAS
“Os sintomas principais da doença do refluxo são sensação de queimação da boca do estômago em direção ao tórax, que chamamos de pirose ou azia, e regurgitação de alimentos para a boca (a chamada golfada). Enquanto na gastrite, o sintoma principal é uma dor tipo queimação ou tipo fome no epigástrio (boca do estômago). Nos dois casos, o gastroenterologista é o especialista indicado para diagnosticar e tratar os males”. Ainda segundo o especialista, quem tem refluxo pode vir a ter gastrite e vice-versa. “As doenças estão associadas em boa parte dos pacientes”, analisa o profissional.
ALIMENTAÇÃO E ESTILO DE VIDA DEVEM MUDAR
“Os hábitos alimentares saudáveis são fundamentais para o tratamento. Comer devagar, mastigar bem os alimentos, evitar líquido em excesso durante as refeições, não fumar, consumir bebida alcoólica com moderação, reduzir a ingestão de gorduras, frituras, carnes vermelhas, refrigerantes, evitar o sedentarismo e a obesidade são fundamentais para a saúde digestiva”.
HÁBITOS SAUDÁVEIS
Muitas vezes, sem notar, acabamos adquirindo hábitos que fazem muito mal ao organismo. Em se tratando de problemas como gastrite e refluxo, a forma como nos alimentamos impacta diretamente na redução ou estímulo dos sintomas. Portanto, é preciso entender quais hábitos de quem sofre com um desses problemas deve mudar. Para o nutrólogo Tasso Carvalho, a forma como nos alimentamos impacta diretamente no desenvolvimento dessas doenças gastrointestinais. “Antes de tomar medicamentos, a maior atenção deve ser dada aos alimentos que devem ser evitados, como já citado anteriormente: café, refrigerantes, frituras, farinha de trigo, embutidos, leite de vaca, leguminosas, como feijão, além de açúcar e condimentos apimentados. É preciso ainda desenvolver um estilo de vida saudável, melhorando assim a composição corporal, que interfere no controle dos males, uma vez que o excesso de peso predispõe à doença do refluxo”, finaliza.
EXERCÍCIO É FUNDAMENTAL
Você deve estar se perguntando o que a prática de exercícios físicos tem a ver com problemas estomacais, não é mesmo? Quando praticadas moderadamente, as atividades físicas liberam hormônios anti-inflamatórios que são originados a partir das contrações musculares, contribuindo para a inibição dos sintomas provocados pela inflamação gástrica. Portanto, se você leva uma vida sedentária, está na hora de começar a se exercitar o quanto antes. Porém, para quem tem refluxo, a dica é pegar leve, já que o aumento da pressão abdominal causado por alguns exercícios pode elevar a pressão dentro do estômago e, assim, potencializar os sintomas da doença.
Gastrite e refluxo apresentam sintomas semelhantes e causam incômodos que podem atrapalhar a rotina. Contar com o suporte de médicos especializados no assunto, como o gastroenterologista, é o primeiro passo para entender o grau em que o organismo desenvolveu o problema e quais as medidas necessárias para evitar maiores danos.