A rinoplastia, cirurgia feita na estrutura nasal para melhorar a estética, questões de respiração ou correção de deformidades do paciente, é um sonho de muitas pessoas. Entretanto, é necessário ficar atento às contra-indicações, possíveis problemas que podem ser adquiridos no pós-operatório e ainda os cuidados para ter uma boa recuperação.
O cirurgião Guilherme Scheibel, especialista na área, explica que a maioria dos pacientes buscam fazer o procedimento por conta de um dorso alto, chamado de giba; e por ter a ponta caída ou globosa. É comum também correção de tortuosidades, assimetrias, alargamentos, entre outros.
“Vale lembrar que também conseguimos corrigir problemas funcionais na cirurgia, como colapso das narinas, desvios de septo e aumento das conchas nasais, melhorando não somente a estética, mas também a respiração do paciente”, ressalta ele à AnaMaria Digital.
Scheibel salienta a importância de alertar o paciente de que o nariz “não fica perfeito”. Segundo ele, a pessoa precisa entender que existem limitações. “Por mais que se tente consertar algo na cirurgia, pode ser que alguns defeitos não sejam corrigidos. O principal erro é o de não comunicar isso ao paciente de maneira clara e compreensível, tornando isso um problema”, destaca.
A seguir, confira 4 problemas recorrentes na maioria das operações!
DIMINUIÇÃO INSUFICIENTE
Existem problemas mais comuns, como giba residual, quando a diminuição do dorso é insuficiente e, pela pele estar descolada, acaba não sendo percebido pelo cirurgião no ato, somente após um certo período de cicatrização. “Assimetrias também podem ocorrer, especialmente das narinas e em quem já tinha uma assimetria prévia”, diz o especialista.
INCHAÇO
Este é o que mais incomoda os pacientes no pós operatório e pode demorar bastante para melhorar, “inclusive podendo fazer pressão nos ossos nasais e acabar alargando novamente eles, mesmo tendo sido afinados na cirurgia”, segundo o médico.
“Logicamente, um cirurgião experiente consegue prever e tratar muitos dos problemas, porém existem outros que independem. Cartilagens fracas, que não são culpa do médico, mas sim da estrutura do paciente, podem não suportar a estrutura montada com ela e ceder. Novamente, um cirurgião experiente poderá utilizar cartilagem de costela nestes casos, que é extremamente forte. Porém, há aqueles casos limítrofes, onde não dá para precisar se realmente a cartilagem irá aguentar, e não se pode também realizar uma cirurgia mais agressiva”, conta.
(Foto:Instagram/@rinoplastiascheibel)
PELE
A pele também pode não se adaptar ao formato que foi montado. Guilherme explica que, ao finalizar a cartilagem do nariz, é preciso revesti-la com pele, que pode ser desde muito fina até muito grossa.
“Imaginemos duas esculturas idênticas em uma sala. Uma coberta por um edredom e a outra por uma seda. Obviamente a que está coberta pelo edredom terá menos definição, enquanto a outra pode vir a marcar as pequenas imperfeições. Cada uma tem a sua vantagem e desvantagem e o ideal está nas peles intermediárias, em que se consegue uma boa definição e um bom acobertamento das estruturas”, pontua.
Ainda assim, a pele intermediária pode inchar e deixar o nariz com um formato diferente do que foi feito na cirurgia, o que acaba não é culpa do cirurgião, mas sim da resposta do organismo do paciente. Também é necessário se cuidar e respeitar as orientações para não prejudicar o resultado final.
ERROS REVERSÍVEIS
“Realizo muitas cirurgias revisionais de terceiros, em que realmente foram cometidos erros técnicos, como retirada excessiva de osso e cartilagens. Isto leva a alterações estéticas e funcionais graves. Nestes casos, tenho que refazer todas as estruturas que foram removidas, normalmente esculpidas da cartilagem da costela, pois o septo nasal, local de onde retiramos o enxerto para as cirurgias, também já foi removido”, entrega.
Para deixar o nariz harmônico com o restante do rosto, o cirurgião utiliza o chamado “senso estético”, no qual ele consegue olhar uma face e se sabe, intuitivamente, o que precisa ser melhorado. Fórmulas e cálculos também ajudam.
“Para isso, eu simulo a foto do paciente no computador, mexendo em todo contorno, até que consiga um formato que satisfaça tanto a mim quanto ao meu paciente. Logicamente não quer dizer que o nariz ficará exatamente daquele jeito, mas normalmente chegamos bem próximo ou até melhor que o da simulação”, conclui.
(Foto:Instagram/@rinoplastiascheibel