Diagnosticada com retinoblastoma, um raro tipo de câncer ocular, Lua Leifert enfrenta uma rotina intensa de exames e tratamentos desde os 11 meses de idade. Filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, a menina tem mostrado um desenvolvimento saudável.
Mesmo discretos sobre a vida pessoal, Tiago e Daiana decidiram compartilhar sua experiência para conscientizar outros pais. Eles criaram a campanha “De Olho nos Olhinhos”, incentivando exames oftalmológicos regulares em bebês e crianças pequenas.
Desde que revelou o diagnóstico da filha, Tiago deixou a televisão para se dedicar integralmente à sua família. O afastamento surpreendeu o público, mas reforça a importância do apoio familiar no tratamento de doenças graves.
Retinoblastoma: diagnóstico precoce e os desafios
O retinoblastoma é um câncer ocular agressivo que afeta principalmente crianças de até cinco anos. Ele se desenvolve na retina e, sem tratamento adequado, pode levar à perda da visão e até à remoção do olho afetado.
Pesquisas apontam que o retinoblastoma representa cerca de 3% dos casos de câncer infantil, com aproximadamente 300 novos diagnósticos por ano no Brasil. A forma hereditária ocorre em 25% a 30% dos casos, enquanto a maioria é esporádica, sem histórico familiar. A detecção precoce aumenta as chances de cura e preservação da visão.
Os principais sinais da doença incluem:
- Reflexo branco na pupila, conhecido como “sinal do olho de gato” em fotos com flash;
- Estrabismo repentino ou sensibilidade excessiva à luz;
- Vermelhidão persistente nos olhos;
- Perda parcial ou total da visão.
A rotina de Lua e os cuidados médicos
O tratamento do retinoblastoma depende da gravidade da doença. No caso de Lua, o acompanhamento envolve exames oftalmológicos constantes e diversos ciclos de tratamento. Cada avanço é celebrado pelos pais, que compartilham pequenas conquistas.
Apesar dos desafios, Lua tem uma infância ativa e feliz. Tiago Leifert já comentou que a filha é cheia de energia, o que exige atenção redobrada. Daiana, que já abordava temas de bem-estar infantil, ressalta a importância do suporte emocional para crianças doentes.
Diagnóstico e acompanhamento
O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor do Instituto Penido Burnier, explica que o retinoblastoma é congênito e pode ser identificado logo no nascimento pelo “teste do olhinho”. O exame é obrigatório no Brasil e detecta anormalidades na pupila.
A condição da saúde ocular infantil no país melhorou nos últimos anos, mas ainda há desafios. Muitos pais só levam os filhos ao oftalmologista em idade escolar, quando o retinoblastoma pode já estar avançado. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) recomenda repetir o “teste do olhinho” três vezes ao ano até os três anos de idade e realizar o primeiro exame oftalmológico completo ao completar um ano.
Diagnóstico tardio do retinoblastoma
Metade dos bebês diagnosticados com retinoblastoma no Brasil fica cega devido ao diagnóstico tardio. Segundo Queiroz Neto, muitas crianças passam pelo “teste do olhinho” na maternidade, mas depois ficam anos sem acompanhamento oftalmológico.
Repetir o “teste do olhinho” três vezes ao ano até os três anos e realizar uma consulta oftalmológica completa ao primeiro ano de vida aumenta as chances de cura para 90%. O acompanhamento médico adequado pode salvar a visão e evitar tratamentos mais invasivos.
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