Lima Duarte deixou os fãs bem preocupados ao revelar, na última quinta-feira (4), que sofreu um acidente doméstico. Para esclarecer a situação e tranquilizar os internautas, ele compartilhou um vídeo nas redes sociais. Na gravação, o ator surgiu com vários hematomas no rosto, incluindo a região dos olhos, além de cortes na testa e no lábio inferior.
“Sabe por que eu estou com a cara assim? E a boca… Porque eu levei um tombo. Levei um tombo, não caí”, disse ele, brincando com a situação. Na legenda, o artista ainda afirmou que já se sente melhor, apesar do susto.
Quedas como a de Lima, atualmente com 91 anos de idade, costumam ser comuns em idosos. Para se ter ideia, segundo dados do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), estima-se que ocorra uma queda para cada três indivíduos com mais de 65 anos.
No entanto, é preciso ficar atento pois nem sempre é tão simples como parece ser o caso de Lima. Alguns casos podem ocasionar quadros graves, como fraturas, por exemplo. E a atenção deve ser ainda mais redobrada quando se trata do colo do fêmur, osso mais forte do corpo e que vai do joelho até a bacia.
“A queda pode ter consequências muito negativas no idoso. Então, um paciente que tenha algum grau de fraqueza da constituição do osso, como osteoporose, por exemplo, pode ter este tipo de fratura”, explica o geriatra Natan Chehter, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. “A situação se complica quando é necessário que o reparo seja feito por meio de cirurgia, limitando muito a qualidade de vida do paciente.”
Outro ponto destacado pelo médico é que o paciente, depois da queda e de ser submetido a cirurgia do fêmur, precisará de reabilitação e fisioterapia, além de usar bengala ou andador. Isso faz com que muitos tenham sequelas permanentes da queda.
NEM SEMPRE É TÃO SIMPLES
Por outro lado, a queda pode ocasionar apenas alguns hematomas, mas até nisso é preciso ficar de olho. Isso porque, de acordo com o especialista, alguns casos podem também levar a sangramentos dentro da barriga, do pulmão e da cabeça. Inclusive, um dos mais temidos pelos médicos é quando ocorre no cérebro, o chamado ‘trauma cranioencefálico’.
O hematoma pode, eventualmente, até comprimir alguma estrutura, causando um sangramento intracraniano e gerando sintomas. “Por este motivo, é sempre muito importante que essa pessoa seja atendida com urgência e que receba o diagnóstico o mais precocemente possível depois de ter tido uma fratura “, orienta.
Além disso, é importante lembrar que muitos traumas não são apenas físicos, mas também psicológicos para o idoso que sofre este tipo de acidente. Natan ressalta que, com medo de cair novamente, o paciente pode optar por se isolar, levando a mudanças em seu estilo de vida. “Quem era do tipo ativo, daqueles que praticava atividade física fora de casa, deixa de fazer isso pelo simples medo de cair, o que também é preocupante”, alerta.
CAUSAS
Segundo o geriatra, as quedas em pessoas mais velhas podem ser causadas por alguns fatores, divididos da seguinte forma: os que têm a ver com o indivíduo, chamado de fatores intrínsecos, e os do ambiente (externos), denominados como extrínsecos.
Deste modo, como fatores intrínsecos do próprio doente, podem ser incluídos, por exemplo, a dificuldade de caminhar, uma dor articular, uma limitação do movimento, o uso inadequado de uma bengala ou um sapato mal ajustado.
Chehter também chama a atenção para algum remédio que, porventura, deixe o idoso tonto e até mesmo o fato de simplesmente levantar rápido ou subir em um móvel instável. Já os fatores extrínsecos são ligados ao ambiente, como um degrau, tapete, piso molhado ou fios pela casa. “Eventualmente, algum obstáculo em que o paciente tropece, como um desnível, telha ou algum revestimento do chão que esteja mal assentado. Estes são alguns dos motivos para o paciente idoso cair”, completa o especialista.
DÁ PARA PREVENIR? SIM!
O especialista garante que é possível evitar quadros de queda por meio da prevenção e de alguns cuidados que são de extrema importância quando se trata da segurança do idoso. Para começar, é preciso se atentar aos fatores do ambiente e remover os possíveis obstáculos dentro de casa, aqueles que atrapalham a circulação, sabe? Como banquinhos, mesas pequenas e tapetes.
Evitar piso molhado, ter antiderrapantes, barras de apoio, ambientes bem iluminados e retirar fios soltos também são saídas simples e que podem fazer toda a diferença quando se trata de uma casa mais segura.
O médico ressalta que, além dos cuidados já citados, o idoso precisa estar com as medicações adequadas, ou seja, evitar tomar remédios que eventualmente causem efeitos colaterais, como tonturas. Outros fatores de suma importância são ter a pressão arterial bem controlada e problemas de visão e audição diagnosticados e tratados corretamente.
Lembrando que o idoso que está fisicamente inativo, com a musculatura fraca ou tem uma questão de mobilidade por dor articular ou dificuldade de movimentação, o ideal é que ele passe por um preparo físico já que, neste caso, ganhar massa muscular é importante.
“Ter uma musculatura forte o suficiente é fundamental para contrabalancear, caso o paciente se desequilibre. O doente fisicamente ativo, forte e com bom controle muscular cai menos também”, concluiu o geriatra.