Celebrado em 29 de outubro, o Dia Mundial da Psoríase chama atenção para uma doença autoimune que atinge milhões de pessoas em todo o mundo e ainda é cercada por desinformação e preconceito. A psoríase é uma condição inflamatória crônica da pele, que se manifesta com manchas avermelhadas, escamas esbranquiçadas, coceira e dor, podendo causar desconforto físico e emocional.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a psoríase afeta cerca de 3% da população mundial, o equivalente a 125 milhões de pessoas. No Brasil, aproximadamente 1,3% dos habitantes, ou cinco milhões de brasileiros, convivem com o problema.
A reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg, diretora do Grupo de Pesquisa e Avaliação de Psoríase e Artrite Psoriásica (GRAPPA), explica que a doença pode variar muito em intensidade e localização. “Há casos em que as lesões aparecem em pequenas áreas do corpo, enquanto em outros se espalham de forma mais ampla, afetando diretamente a qualidade de vida do paciente”, afirma.
Como a psoríase se manifesta
A psoríase é não contagiosa e tem predisposição genética, mas pode ser desencadeada por fatores externos e emocionais, como estresse, infecções, uso de determinados medicamentos e mudanças climáticas. Geralmente, as primeiras manifestações aparecem entre os 20 e 40 anos, e os sintomas surgem em ciclos — com períodos de melhora e de agravamento.
Entre os sinais mais comuns estão:
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Manchas avermelhadas com escamas prateadas;
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Coceira, queimação e dor na pele;
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Pele seca e rachada;
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Unhas grossas e amareladas.
“As lesões podem surgir em qualquer parte do corpo, inclusive no couro cabeludo, joelhos, cotovelos e costas”, explica Cláudia.
Quando a psoríase atinge as articulações
Em alguns casos, a doença ultrapassa os limites da pele. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a psoríase pode evoluir para artrite psoriásica, quando há inflamação nas articulações. Essa complicação afeta entre 20% e 40% dos pacientes, causando dor, rigidez e inchaço, especialmente nas mãos e nos pés.
Tratamentos disponíveis
O tratamento da psoríase deve ser individualizado, levando em conta a gravidade do quadro e a área afetada. Em casos mais leves, a hidratação constante da pele, o uso de cremes específicos e a exposição solar controlada podem aliviar os sintomas.
Já os quadros moderados ou graves podem exigir o uso de medicamentos tópicos, fototerapia ou tratamentos sistêmicos. “Manter o acompanhamento regular com dermatologista ou reumatologista é essencial para garantir uma boa qualidade de vida”, reforça Cláudia.
Como prevenir e controlar as crises
Embora não tenha cura, a psoríase pode ser controlada com hábitos saudáveis e cuidados contínuos. Manter o equilíbrio emocional, hidratar a pele diariamente e evitar fatores irritantes são passos importantes.
Especialistas recomendam:
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Evitar o estresse e cuidar da saúde mental;
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Adotar uma alimentação equilibrada;
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Controlar o peso corporal;
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Evitar lesões na pele;
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Não interromper o tratamento sem orientação médica.
“A consulta com o especialista é indispensável antes de usar qualquer tipo de medicação ou pomada. O tratamento incorreto pode agravar as lesões”, alerta Cláudia.
Resumo:
A psoríase é uma doença autoimune e crônica que causa inflamações na pele e pode afetar articulações, levando à artrite psoriásica. Embora não tenha cura, é possível controlar os sintomas com tratamento adequado, hidratação, alimentação saudável e acompanhamento médico.
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Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!







