Com a chegada do fim de ano, aumentam as viagens e, junto com elas, surgem dúvidas práticas que afetam diretamente a saúde de quem faz tratamento contínuo. Entre pacientes que utilizam cannabis medicinal, incluindo produtos à base de canabidiol, uma pergunta é recorrente: é permitido viajar levando o medicamento?
Segundo Mariana Maciel, médica e especialista da Thronus Medical, a resposta é sim, desde que algumas regras sejam seguidas. “Muitos tratamentos com produtos derivados de cannabis não podem ser interrompidos. A continuidade é importante e isso vale mesmo durante as férias”, explica.
Viagens dentro do Brasil exigem atenção à documentação
Em voos nacionais, o transporte do medicamento é permitido, inclusive, quando se trata de produtos importados. Nesses casos, o paciente precisa portar a autorização de importação emitida pela Anvisa.
Também é recomendado levar apenas a quantidade necessária para o período da viagem e manter consigo a prescrição médica e os laudos que comprovem o uso terapêutico. “O ideal é que o medicamento esteja na embalagem original e, sempre que possível, acompanhado da bula”, orienta Mariana.
Outro ponto importante é o armazenamento. Alguns produtos exigem condições específicas de conservação, o que deve ser considerado na hora de montar a mala. “Não é recomendável levar flores, mesmo que legalizadas. Prefira os produtos líquidos para uso oral, com identificação clara da dosagem e da composição, como CBD e THC”, afirma.
Fora do país, as regras mudam completamente
Quando o destino é internacional, o cuidado precisa ser redobrado. A legislação sobre cannabis varia de país para país, e o que é permitido no Brasil pode ser considerado ilegal em outros locais.

A orientação da especialista é não embarcar com o medicamento sem confirmar previamente as regras do destino. O caminho mais seguro é entrar em contato com as embaixadas dos países que serão visitados, de forma formal, preferencialmente por email. “É essencial consultar a legislação local e buscar informações com antecedência para evitar punições ou apreensão do medicamento”, alerta Mariana.
3 erros comuns ao viajar com cannabis medicinal
Algumas falhas podem transformar a viagem em um problema desnecessário. Entre os erros mais frequentes estão:
- Não consultar a legislação e a embaixada do país de destino em viagens internacionais
- Não portar a receita médica;
- Esquecer a autorização da Anvisa no caso de medicamentos importados.
Resumo:
Pacientes que utilizam cannabis medicinal podem viajar, inclusive de avião, desde que respeitem as regras. Em voos nacionais, é necessário portar prescrição médica e, no caso de produtos importados, autorização da Anvisa. Já em viagens internacionais, a legislação varia e exige consulta prévia às embaixadas para evitar problemas legais.
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